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Como investir seu bônus

Remunerações variáveis e ações dadas pelas empresas devem ter planejamento financeiro especial

Dinheiro dentro de caixa segurada por executivo Salário (Arquivo/Você SA/EXAME.com)

Dinheiro dentro de caixa segurada por executivo Salário (Arquivo/Você SA/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 12h42.

São Paulo – Em algumas empresas, nem só de 13º salário vivem os funcionários. A remuneração variável, que está atrelada ao cumprimento de metas e bons desempenhos, se faz presente em muitas companhias. Mas qual é a maneira certa de cuidar desse dinheiro extra?
Em muitos setores, o valor que vem não é pouco. “O setor financeiro é bem tradicional em remuneração variável e às vezes o bônus pode até superar o salário”, afirma William Monteath, diretor de operações da Robert Half no Rio de Janeiro. Em outros setores, a estimativa de Monteath é que a remuneração variável média gire em torno de dois a três salários extras. Atualmente, alguns setores como petróleo e gás, mineração e construção civil superam essa quantia e a média entre eles pode chegar a até seis salários extras.

Segundo Monteath , não existe uma época certa, mas normalmente as empresas que bonificam anualmente pagam após apuração dos resultados semestrais, ou seja, normalmente final de janeiro e final de julho.

Justamente por trazer acréscimos polpudos ao bolso é preciso ter cuidado para cuidar desses bônus. O primeiro conselho de André Massaro, educador financeiro da MoneyFit, é que o funcionário lembre-se que a bonificação não é garantida está ligada ao desempenho individual do funcionário e total da empresa. “O dinheiro pode vir ou não. Caso ele não venha, o padrão de vida de alguém não pode mudar por isso”, diz. O valor é um dinheiro extra e não deve ser gasto antes de entrar na conta.

Como é um valor que não estava sendo esperado, a principal sugestão de Massaro é investir. “A escolha das aplicações varia de acordo com o perfil de cada um, mas aplicar é sempre a melhor ideia”, diz.

Outra sugestão é aproveitar que o dinheiro não era esperado e tentar alçar voos mais arrojados nos investimentos. “Uma das regras da bolsa, que pode ser aplicada para qualquer instrumento de renda variável, é que você deve usar aquele dinheiro que não não faria falta para fechar as contas”, diz. Receber um bônus pode ser então uma boa oportunidade para experimentar novas maneiras de investir e olhar com mais atenção para ativos que possam trazer rentabilidades mais altas, embora sejam mais arriscados.

Outra maneira de distribuir bônus para funcionários é dar ações da companhia ou aplicar planos de opção de compra de ação (stock options), onde o funcionário premiado tem preferência para comprar os papéis da companhia em que trabalha por um preço abaixo do mercado e vender com lucro. Segundo Monteath, da Robert Half, algumas empresas já têm até planos abertos para todos os funcionários, embora seja a minoria. “Na maior parte das companhias, esses planos são dirigidos para cargos gerenciais para cima”, afirma.

Ao receber a ação, é importante lembrar que cada empresa aplica uma regra específica para os resgates e permite que eles sejam feitos pouco a pouco como forma de reter os funcionários.

Conforme o resgate dos papéis é autorizado, é importante que o executivo que tenha a ação na mão saiba o que fará com ela. A principal dica é usar o ativo para impulsionar a carteira que o investidor já tiver na bolsa. “Se ele escolheu uma composição com empresas de determinado perfil no qual a companhia que ele trabalha não se encaixa, ele deve vender os papéis para comprar ações que se adequem ao portfólio”, sugere Massaro. 


De olho no imposto

A remuneração extra é uma boa notícia para qualquer um. Apesar da empolgação sobre um prêmio não esperado, o investidor não deve esquecer que qualquer aumento de patrimônio está sujeito à cobrança de Imposto de Renda.

No caso dos bônus em dinheiro, Rogério Kita, sócio-diretor da NK Contabilidade, explica que o valor extra entra no informe de rendimentos fornecido pelas empresas como entra o salário de qualquer mês e deve ser declarado a partir dessas informações. “A alíquota que incide varia de acordo com o valor recebido e obedece à mesma tabela usada para tributar salários”, afirma.

Quando o prêmio vem em forma de ações, o imposto só incide na hora da venda dos papéis sobre o lucro obtido entre o preço de venda e o preço do papel no dia em que entrou no patrimônio do executivo. O recebimento da ação propriamente dito é isento. “Ao declarar o IR, o contribuinte deve informar quantas ações têm e qual o valor equivalente dos papéis”, afirma Kita. Outra dica é acrescentar na declaração uma observação informando que aqueles papéis foram recebidos como bonificação. Afinal, se o patrimônio crescer sem que “caiba” nos rendimentos do ano, a declaração pode ir parar na malha fina.

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