HSBC: o primeiro banco privado a seguir a redução dos juros iniciada pelo BB e pela Caixa (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2012 às 14h00.
Pergunta do internauta: Como evitar o mau uso do crédito agora que diversos bancos decidiram baixar os juros das linhas direcionadas a pessoas físicas? (Giovani Carvelo)
Resposta de Luiz Calado*
Com o anúncio de que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal baixaram os juros para pessoa física, as famílias podem perigosamente se empolgar com a “facilidades de se financiar”. O mau uso do crédito pode ser devastador, acabar com a autoestima e até ocasionar brigas nos lares.
Para evitar o abuso do crédito fácil e barato, é prudente seguir três orientações antes de assumir uma nova dívida.
A primeira orientação é usar crédito com mais prudência. Tente utilizá-lo apenas até o ponto em que você conseguirá pagar o total da parcela ou fatura todos os meses. Ou seja, evite compras que você não vai conseguir pagar. Esteja sempre muito abaixo do seu limite de crédito. Se você fizer uma compra grande com o cartão, parcelada em dez vezes, por exemplo, tente ajustar o seu orçamento reduzindo outros gastos. Uma conta simples é: se você está usando mais da metade do seu limite, cuidado, pois você pode estar no caminho para o descontrole financeiro.
Uma reflexão, a regra permite exceções, sendo a principal delas a dívida que oferece um potencial de retorno futuro, como aquela que se adquire para fazer um curso importante ou para empreender.
A segunda orientação é não ficar superendividado. Para isso, você precisa avaliar qual é seu endividamento hoje. Um modo fácil de perceber se está acima dos limites é analisar se o seu orçamento já está comprometido com prestações de imóvel, carro ou compras parceladas, a ponto de fazer com que você não consiga pagar o valor total da fatura do cartão de crédito. Outro indicador é o uso frequente do limite do “cheque especial”. Neste caso, não piore a situação assumindo mais dívidas.
O juro diminuiu e até agora só falamos de não se endividar. A terceira e última orientação é para aproveitar os juros mais baixos para uma troca de dívidas, a fim de reduzir o valor de juros pagos. Muitos não sabem, mas além de ser possível refinanciar, também pode ser feita a portabilidade da dívida. No limite, o banco que você procurou quita sua dívida com o outro banco e oferece juros mais vantajosos. Com isso, você pode economizar um valor precioso. Mas tudo isso só vale se você seguir as outras duas orientações anteriores.
Ter limite de crédito alto é tentador, assim como ter muitos cartões. Neste contexto se torna ainda mais importante ter um bom hábito de consumo de crédito, o que exige disciplina para seguir as orientações comentadas. Você tem que aprender a dizer não ao uso do crédito quando for prejudicar sua situação financeira. Não atrase pagamentos, deixe separado o valor referente ao custo mensal das suas dívidas e não o gaste em outras contas. No final, a recomendação é ter um hábito de consumo que te permita se divertir, pagar as dívidas e ainda acumular um pouco de patrimônio para investir no seu futuro e para lidar com incertezas da vida.
*Luiz Calado é economista e autor de livros, entre eles Imóveis (ed Saraiva) e Fundos de Investimento (ed Campus). http://www.luizcalado.com
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