Por Sueli Campo

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu oscilando entre os terrenos positivo e negativo, com uma atuação cautelosa dos investidores, atentos aos indicadores que serão divulgados nos Estados Unidos hoje, principalmente os de atividade. Os dados tanto podem aproximar o índice Bovespa (Ibovespa) do nível dos 70 mil pontos, meta considerada factível para este final de ano por muitos especialistas em ações, como desencadear uma correção de preços mais acentuada. Às 11h06, o Ibovespa caía 0,11%, aos 66.738 pontos.

O dado mais aguardado do dia é a primeira revisão do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do terceiro trimestre, que sai às 11h30. Os economistas projetam um crescimento mais fraco em termos anualizados, de 2,7%, ante crescimento de 3,5% na prévia anterior. O índice de confiança do consumidor de novembro da Conference Board também tem potencial para mover o mercado de ações. "Hoje não tem jeito. É preciso aguardar os dados nos EUA para assumir posição", afirmou o gestor de renda variável de uma corretora.

Nos EUA e na Europa, as bolsas operam próximas da estabilidade, enquanto o mercado de commodities passa por um movimento leve de realização de lucros influenciado pelo fortalecimento do dólar. Os metais básicos são negociados em baixa em Londres, mas acima das mínimas, acompanhando a recuperação do euro e a alta do ouro.

Na Ásia, as bolsas fecharam em baixa, refletindo a apreensão do mercado com o setor financeiro diante de especulações de que bancos japoneses e chineses precisem elevar capital para manter o ritmo dos empréstimos bancários. O índice Xangai Composto caiu 3,5% e a de Hong Kong cedeu 1,5%. Na Europa, os bancos também estão no foco das atenções, após o Lloyds Banking Group informar que fixou o preço da maior emissão de direitos da história do Reino Unido, num esforço de levantar US$ 22,318 bilhões. Nos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) teria pedido a nove bancos que participaram dos testes de stress para apresentarem planos de reembolso das injeções de capital do governo.

No Brasil, os investidores assimilam os dados de conta corrente e investimento estrangeiro direto (IED) de outubro, divulgados pelo Banco Central (BC). A conta corrente teve déficit de US$ 2,911 bilhões. Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$ 1,563 bilhão.