Bolsa pode superar renda fixa no médio prazo
A rentabilidade das aplicações em renda fixa tradicional pode deixar de ser atraente nos próximos anos, afirma HSBC
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 12h55.
São Paulo – Até o final de 2012, os títulos da renda fixa aqui no Brasil ainda devem ser mais rentáveis do que investimentos em bolsa de valores, como já vem acontecendo há alguns anos. Esse cenário, porém, pode começar a inverter após 2012. A projeção é da área de investimentos do HSBC.
Na divulgação de um estudo de projeções sobre o cenário da economia nacional e mundial, Mario Felisbeto, diretor de investimentos do HSBC Global Asset Management, informou que a rentabilidade real dos títulos de renda fixa deve continuar caindo nos próximos anos até alcançar níveis próximos a 4% acima da inflação (INPC), enquanto a bolsa deve manter uma rentabilidade média próxima a 10% no mesmo período. “Uma série de fatores estruturais nos leva a manter uma perspectiva de desempenho saudável para a bolsa no médio prazo”, afirma Felisbeto.
Além da economia brasileira em crescimento, outro fator que deve impulsionar uma alta da bolsa nos próximos anos é a qualidade de resultados que as empresas devem gerar. Para as companhias que fazem parte do Ibovespa, a expectativa da asset é que o lucro cresça 10,5% nos próximos 12 meses. “O desempenho baixo do mercado em 2010 e os bons fatores estruturais nos levam a crer que a bolsa está muito barata no Brasil”, diz Felisbeto.
Segundo ele, investidores estrangeiros, observando essas possibilidades, estão com o “dedo no gatilho” para alocar seus recursos em países emergentes, inclusive no Brasil. Essa vinda de dinheiro pode beneficiar também os investidores pessoa física, que em alguns anos poderão começar a perceber a bolsa como uma aplicação mais rentável que a renda fixa tradicional.
Historicamente, a renda fixa ainda bate a bolsa como alternativa para pessoa física. No estudo apresentado, o executivo mostrou que a rentabilidade do mercado financeiro tem média histórica de 10% acima da inflação no país. Esse desempenho é de 13% no mesmo período para títulos de renda fixa, embora ele tenha caído ao longo do tempo.
Enquanto a bolsa não supera a renda fixa, a sugestão para o investidor pessoa física aumentar ganhos e reduzir risco é, mais uma vez, diversificar. Uma ideia é olhar com mais atenção para fundos multimercados. A expectativa de retorno com esse produto no longo prazo é de rentabilidade entre 9% e 10% acima da inflação. “Os fundos multimercados permitem uma diversificação maior e conseguem capturar melhor as diversas possibilidades de retorno”, diz Felisbeto.
Outro produto que ele vê com possibilidades de se tornar uma alternativa mais popular são fundos atrelados a crédito privado. Segundo Felisbeto, quando a asset do HSBC começou a oferecer esses produtos há cerca de oito anos, praticamente apenas clientes private e empresas buscavam o investimento. Embora os investidores pessoa física ainda respondam por uma parcela muito pequena, o número está crescendo. “O que falta ainda é conhecimento do produto e dos riscos”, diz. O investimento direto em debêntures não é comum entre pessoas físicas no Brasil por conta da alta aplicação mínima que os papéis demandam. Felisbeto não informou quais são as aplicações mínimas para os fundos de crédito no HSBC, mas disse que as faixas de investimento variam de acordo com a sofisticação. “Os produtos com risco maior exigem investimentos maiores”, diz.
Cenário
A perspectiva de alta na bolsa não é de curto prazo por uma série de motivos. Em primeiro lugar, o risco dos mercados financeiros continua sendo alto com a situação de quase quebra dos países mais desenvolvidos. “Não enxergamos uma ruptura nesses países, embora em alguns momentos tenhamos uma situação muito próxima a isso”, diz Felisbeto.
A recuperação econômica para Estados Unidos e Europa deve demorar mais tempo para chegar do que o previsto inicialmente. “No melhor dos cenários, teremos o risco de quebra afastado, mas sem capacidade de crescimento da economia”, diz. A projeção é que o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresça entre 1,5% e 2% nos próximos anos, enquanto a Europa deve crescer entre 0,5% e 1%.
Para o PIB mundial, a projeção do HSBC é de que a economia cresça 3,7% em 2011 e 3,8% em 2012. Essa alta será impulsionada principalmente por China e Índia, com taxas de crescimento próximas a 9%.
No Brasil, o cenário internacional deve refletir em um crescimento menor do PIB. A expectativa é que a economia brasileira cresça 3% em 2011 e 3,5% em 2012. No país, a estimativa é que os juros continuem caindo e que a inflação demore para alcançar o centro da meta. Confira a seguir as projeções do HSBC para o país.
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2011 | 2012 | |
---|---|---|
PIB | 3% | 3,50% |
IPCA / INPC | 6,40% | 5,50% |
Taxa de juros (nominal) | 11% | 10% |
Balança Comercial | US$ 28 bi | US$ 24,6 bi |
Câmbio (real/dólar) | R$ 1,80 | R$ 1,70 |
* Atualizado às 13h45
São Paulo – Até o final de 2012, os títulos da renda fixa aqui no Brasil ainda devem ser mais rentáveis do que investimentos em bolsa de valores, como já vem acontecendo há alguns anos. Esse cenário, porém, pode começar a inverter após 2012. A projeção é da área de investimentos do HSBC.
Na divulgação de um estudo de projeções sobre o cenário da economia nacional e mundial, Mario Felisbeto, diretor de investimentos do HSBC Global Asset Management, informou que a rentabilidade real dos títulos de renda fixa deve continuar caindo nos próximos anos até alcançar níveis próximos a 4% acima da inflação (INPC), enquanto a bolsa deve manter uma rentabilidade média próxima a 10% no mesmo período. “Uma série de fatores estruturais nos leva a manter uma perspectiva de desempenho saudável para a bolsa no médio prazo”, afirma Felisbeto.
Além da economia brasileira em crescimento, outro fator que deve impulsionar uma alta da bolsa nos próximos anos é a qualidade de resultados que as empresas devem gerar. Para as companhias que fazem parte do Ibovespa, a expectativa da asset é que o lucro cresça 10,5% nos próximos 12 meses. “O desempenho baixo do mercado em 2010 e os bons fatores estruturais nos levam a crer que a bolsa está muito barata no Brasil”, diz Felisbeto.
Segundo ele, investidores estrangeiros, observando essas possibilidades, estão com o “dedo no gatilho” para alocar seus recursos em países emergentes, inclusive no Brasil. Essa vinda de dinheiro pode beneficiar também os investidores pessoa física, que em alguns anos poderão começar a perceber a bolsa como uma aplicação mais rentável que a renda fixa tradicional.
Historicamente, a renda fixa ainda bate a bolsa como alternativa para pessoa física. No estudo apresentado, o executivo mostrou que a rentabilidade do mercado financeiro tem média histórica de 10% acima da inflação no país. Esse desempenho é de 13% no mesmo período para títulos de renda fixa, embora ele tenha caído ao longo do tempo.
Enquanto a bolsa não supera a renda fixa, a sugestão para o investidor pessoa física aumentar ganhos e reduzir risco é, mais uma vez, diversificar. Uma ideia é olhar com mais atenção para fundos multimercados. A expectativa de retorno com esse produto no longo prazo é de rentabilidade entre 9% e 10% acima da inflação. “Os fundos multimercados permitem uma diversificação maior e conseguem capturar melhor as diversas possibilidades de retorno”, diz Felisbeto.
Outro produto que ele vê com possibilidades de se tornar uma alternativa mais popular são fundos atrelados a crédito privado. Segundo Felisbeto, quando a asset do HSBC começou a oferecer esses produtos há cerca de oito anos, praticamente apenas clientes private e empresas buscavam o investimento. Embora os investidores pessoa física ainda respondam por uma parcela muito pequena, o número está crescendo. “O que falta ainda é conhecimento do produto e dos riscos”, diz. O investimento direto em debêntures não é comum entre pessoas físicas no Brasil por conta da alta aplicação mínima que os papéis demandam. Felisbeto não informou quais são as aplicações mínimas para os fundos de crédito no HSBC, mas disse que as faixas de investimento variam de acordo com a sofisticação. “Os produtos com risco maior exigem investimentos maiores”, diz.
Cenário
A perspectiva de alta na bolsa não é de curto prazo por uma série de motivos. Em primeiro lugar, o risco dos mercados financeiros continua sendo alto com a situação de quase quebra dos países mais desenvolvidos. “Não enxergamos uma ruptura nesses países, embora em alguns momentos tenhamos uma situação muito próxima a isso”, diz Felisbeto.
A recuperação econômica para Estados Unidos e Europa deve demorar mais tempo para chegar do que o previsto inicialmente. “No melhor dos cenários, teremos o risco de quebra afastado, mas sem capacidade de crescimento da economia”, diz. A projeção é que o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos cresça entre 1,5% e 2% nos próximos anos, enquanto a Europa deve crescer entre 0,5% e 1%.
Para o PIB mundial, a projeção do HSBC é de que a economia cresça 3,7% em 2011 e 3,8% em 2012. Essa alta será impulsionada principalmente por China e Índia, com taxas de crescimento próximas a 9%.
No Brasil, o cenário internacional deve refletir em um crescimento menor do PIB. A expectativa é que a economia brasileira cresça 3% em 2011 e 3,5% em 2012. No país, a estimativa é que os juros continuem caindo e que a inflação demore para alcançar o centro da meta. Confira a seguir as projeções do HSBC para o país.
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2011 | 2012 | |
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PIB | 3% | 3,50% |
IPCA / INPC | 6,40% | 5,50% |
Taxa de juros (nominal) | 11% | 10% |
Balança Comercial | US$ 28 bi | US$ 24,6 bi |
Câmbio (real/dólar) | R$ 1,80 | R$ 1,70 |
* Atualizado às 13h45