Minhas Finanças

BC começa a pôr em prática o open banking. Entenda o que muda para você

Essa é a maior transformação no mundo do dinheiro dos últimos tempos e a mudança pode melhorar muito a sua vida. Entenda

Banco Central: Open banking deve ser colocado em prática em fases, a partir do 2º semestre de 2020 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Banco Central: Open banking deve ser colocado em prática em fases, a partir do 2º semestre de 2020 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 25 de abril de 2019 às 11h10.

Última atualização em 25 de abril de 2019 às 15h58.

São Paulo - Na quarta-feira (24), o Banco Central divulgou as principais diretrizes que vão orientar a regulamentação do open banking no Brasil. Já implementado na União Europeia e no Reino Unido, o conceito parte da premissa de que os dados que os bancos têm sobre os clientes pertencem a você, consumidor, não às instituições financeiras. Essa é a maior transformação no mundo do dinheiro dos últimos tempos e a mudança pode melhorar muito a sua vida.

O modelo brasileiro ainda está sendo debatido e deve ser colocado em prática em fases, a partir do segundo semestre de 2020. Com a sua autorização, os bancos poderão compartilhar as informações que têm sobre você com fintechs, startups de serviços financeiros, por exemplo. Assim, além de competir, eles poderão cooperar para oferecer serviços e produtos melhores.

Imagine que você tem contas, cartões e empréstimos em instituições financeiras diferentes. Por meio do open banking, você poderá, por exemplo, visualizar em um único aplicativo toda a sua vida financeira. Por esse app, também poderá fazer transferências e pagamentos sem precisar acessar o site ou aplicativo do seu banco. Essa plataforma também poderá ajudar a controlar o orçamento e a encontrar as ofertas de produtos e serviços mais convenientes para você, de acordo com o seu perfil. 

Nesse aplicativo, você não precisará digitar suas senhas dos bancos. Isso é possível graças às chamadas APIs, interfaces de programação de aplicativos, na sigla em inglês. Desenvolvidas pelos bancos, elas são os plugues que permitem que as instituições financeiras compartilhem informações dos clientes com outras empresas, de forma automática e segura.

Esses dados são valiosos para as empresas concorrentes dos bancos. Conhecendo você melhor, as fintechs podem oferecer produtos e serviços mais adequados para você e cobrar juros menores, por exemplo. Já para os bancos, a vantagem de liberar os dados está na possibilidade de se integrar a novas plataformas e disponibilizar facilidades para você.

Open banking já aterrissou

É importante que o open banking seja regulado porque isso traz segurança jurídica para os bancos e para consumidores que compartilham seus dados. As instituições financeiras só poderão abrir as informações dos clientes que autorizarem. 

Apesar de ainda não ser regulado, na prática, o open banking já aterrissou por aqui. Entre as maiores instituições financeiras, o Banco do Brasil já compartilha dados dos clientes com fintechs parceiras como Bxblue e Conta Azul, desde que com a autorização dos usuários. Essas empresas prestam serviços diferentes do banco, integrados às contas dos clientes automaticamente.

Sem dados abertos em todos os bancos, algumas fintechs acessam as informações dos clientes por um sistema chamado “screen scraping”, no qual o usuário permite que o aplicativo visualize informações sobre contas e cartões. É o que o aplicativo Guiabolso faz, por exemplo. O app chegou a ser processado pelo Bradesco por roubar os dados dos clientes. Com o open banking regulado, isso não aconteceria.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBancosConsumidoresDinheiroFintechsopen-banking

Mais de Minhas Finanças

Resultado da Mega-Sena concurso 2.799; prêmio é de R$ 20,2 milhões

Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio estimado em R$ 18 milhões

Justiça libera R$ 2,6 bilhões em atrasados do INSS; veja quem recebe

Procon-SP alerta consumidores para evitar problemas com pacotes de viagem nas férias