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Bancos dificultam acesso a contas gratuitas, diz Idec

Quem quer contratar um pacote de tarifas bancárias para uso exclusivo pela internet e caixa eletrônico se depara com burocracia e irregularidades, aponta o Idec

Mulher consulta internet banking: acesso a pacote de tarifas bancárias para uso exclusivo pela internet e caixa eletrônico é burocrático, aponta Idec (Anatoliy Babiy/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 11h00.

São Paulo - Apesar de serem vantajosas para o consumidor por serem gratuitas, as contas para uso exclusivo pela internet e caixas eletrônicos nem sempre são fáceis de contratar. É o que concluiu uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor ( Idec ), realizada entre maio e junho deste ano.

Os chamados pacotes digitais são exclusivos para movimentação da conta bancária por canais de autoatendimento (internet banking, aplicativos do banco no celular e tablet e pelo caixa eletrônico) e cada instituição permite um determinado número de operações para cada tipo de serviço.

Nesse tipo de conta corrente, regulamentada pelo Banco Central (BC), não há a cobrança de tarifas por transferências e consulta de extratos, desde que essas operações sejam realizadas pelo caixa eletrônico ou internet banking. Caso o consumidor queira utilizar o atendimento telefônico ou ir até a agência da instituição financeira para realizar uma operação, ela será cobrada como um serviço adicional, conforme tabela de tarifas divulgada pelo banco.

Assim como qualquer outro pacote bancário, a conta digital permite que o cliente tenha acesso a serviços essenciais de forma gratuita, conforme norma do Banco Central: fornecimento de cartão com função débito; realização de até quatro saques e duas transferências entre contas no próprio banco por mês; fornecimento de até dois extratos mensais; e uso de até dez folhas de cheques por mês, desde que o cliente reúna os requisitos necessários para utilizar a forma de pagamento.

Poucas opções e burocracia

A primeira dificuldade verificada pelo levantamento do Idec foi encontrar um banco que ofereça a conta gratuita. Das seis instituições financeiras avaliadas, Banco do Brasil , Bradesco , Caixa , HSBC , Itaú e Santander , apenas três oferecem o pacote de serviços digitais: o Banco do Brasil (Pacote Digital), o Bradesco (Digiconta) e o Itaú (IConta).

No Banco do Brasil, porém, não foi possível contratar o pacote. A instituição definiu por conta própria qual pacote seria destinado ao pesquisador, barrando o seu direito de escolha e violando o Código de Defesa do Consumidor (CDC).

O banco nega, erm nota, que exista orientação no sentido de não informar sobre a possibilidade de o cliente optar pelos serviços essenciais ou de resistir à mudança de modalidade de serviços, inclusive pelo fato de que o cliente pode efetuar, por conta própria, a alteração ou cancelamento de qualquer pacote contratado, com a consequente adesão imediata aos serviços essenciais, tanto na internet quanto nos terminais de autoatendimento, sem necessidade de comparecer a uma agência.

Outro problema enfrentado foi a burocracia para abertura de conta. As três instituições que oferecem pacotes digitais disponibilizam um pré-cadastro pela internet, que foi preenchido pelos pesquisadores. Contudo, somente no Itaú ele foi realmente utilizado. No Bradesco e Banco do Brasil, foi necessário fornecer todas as informações novamente na agência ( veja quais são os bancos que cobram as menores tarifas nas contas-correntes ).

Apesar de o pacote digital também ser vantajoso para o banco, pois diminui a demanda por atendimento nas agências e nos canais telefônicos, essas vantagens são dificultadas por vícios que permanecem no atendimento ao cliente nas agências, analisa Ione Amorim, economista do Idec e coordenadora da pesquisa.

Irregularidades

Assim como ocorreu no Banco do Brasil, o HSBC e o Santander também impediram que o consumidor escolhesse o seu pacote de serviços. Ambos os bancos basearam-se na renda dos pesquisadores e selecionaram pacotes mais caros, apesar de os pesquisadores informarem que só pretendiam usar os canais de autoatendimento e queriam pagar o mínimo possível.

O Santander impôs ao pesquisador a contratação do pacote Van Gogh, que custa 64 reais por mês, apesar de ter oferecido utilização de forma gratuita por 90 dias. Já o HSBC definiu o pacote Advance, cuja mensalidade é de 54,50 reais.

Para Ione, do Idec, essas práticas desrespeitam tanto o direito à informação quanto o de escolha do consumidor. O correto seria que todas as opções de pacote fossem apresentadas ao consumidor, diz a economista do Idec.

Com exceção do Bradesco, todos os bancos consultados enviaram cartões de crédito ao pesquisador sem solicitação. A prática constitui venda casada, que é abusiva e vedada pelo artigo 39 do CDC e pela Resolução n° 3.919/2010 do Banco Central.

No Itaú, houve ainda a inclusão de seguros de proteção para o cartão e cheque especial, sem que o pesquisador solicitasse.

Outro problema registrado pela pesquisa foi o não fornecimento de contratos pelos bancos, assim como o termo de adesão que discrimina os serviços incluídos no pacote contratado. Nenhum banco entregou ambos os documentos, apenas um ou outro, e o HSBC não entregou nenhum deles.

Método de pesquisa

Entre os dias 22 de maio e 3 de junho, pesquisadores do Idec de 28 a 53 anos e renda média de cinco salários mínimos abriram contas pessoais, sem vínculo com o empregador, em cada uma das seis instituições financeiras.

A abordagem nas agências, todas localizadas na cidade de São Paulo, foi padronizada e as conversas foram gravadas. A orientação era solicitar o pacote eletrônico ou o mais barato que houvesse, enfatizando que o uso seria exclusivo pelo autoatendimento.

São Paulo - Esqueça as sete ondinhas, as roupas amarelas e as folhas de louro. Se em 2015 uma das suas metas é ficar em paz com as finanças, nada melhor do que começar o ano fazendo um orçamento . Registrar as despesas e receitas é o ponto de partida de qualquer projeto financeiro, seja para alcançar o primeiro milhão, comprar um imóvel ou apenas para sair do vermelho. Nesta galeria você encontra uma lista com 15 opções de ferramentas para controlar seu orçamento pessoal. São aplicativos , sites, planilhas de Excel e até livros, que agradam desde os mais conectados até aqueles que ainda preferem fazer suas anotações no papel. Navegue pelas fotos e escolha a sugestão que mais combina com você.
  • 2. GuiaBolso - Para quem não tem tempo para perder

    2 /17(Reprodução)

  • Veja também

    O GuiaBolso está entre os 10 apps de finanças mais baixados da Apple Store, venceu o prêmio de empreendedorismo digital INFO Start de 2014 e ao ser relançado, em agosto de 2014, foi classificado como um dos melhores apps novos pela Apple, passando inclusive o app de paqueras Tinder.  A ferramenta é ideal para quem não tem paciência de preencher gasto por gasto na planilha. Ao inserir os dados das suas contas bancárias, o aplicativo organiza todas as informações, como o valor do salário, as despesas realizadas, os extratos de cada cartão, etc. Uma vez cadastradas as contas, o app também atualiza cada transação automaticamente. “Não existia uma ferramenta brasileira que classificasse os gastos automaticamente e muitas pessoas não planejavam seu orçamento por causa disso. Nosso grande diferencial é que fomos a primeira ferramenta do Brasil a automatizar o processo”, afirma Thiago Alvarez, co-fundador do GuiaBolso. Pode ser acessado nas versões para web ou para iOS.
  • 3. Idec - Para quem quer avançar do papel para o computador

    3 /17(Reprodução)

  • A planilha do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) é indicada para quem sempre anotou os gastos no papel e ainda não está muito acostumado ao uso de planilhas no computador. A primeira página do documento é dedicada apenas a instruções sobre como usar a ferramenta. O manual também ajuda quem nunca fez um orçamento antes, já que inclui definições de termos como receita líquida, despesas fixas e variáveis. Também inclui a aba “aplicações”, que pemite observar a evolução dos investimentos. Download
  • 4. Kakebo - Para quem aprecia os hábitos orientais de organização

    4 /17(Divulgação/Assessoria de imprensa Grupo Editorial Record)

    Kakebo é uma palavra em japonês que significa “livro de contas para a economia doméstica”. Fenômeno no Japão, a agenda financeira foi traduzida para o português e publicada pela editora Best Seller. Além de possuir tabelas para anotar os gastos e as despesas, também tem espaços dedicados à reflexão sobre os êxitos, esforços e fracassos de cada mês. O livro ainda traz dicas sobre como controlar as finanças, sempre usando uma linguagem lúdica. Nas primeiras páginas, por exemplo, um trecho explica que o porco é um símbolo de futuro e prosperidade e o lobo é um dos animais caçadores por excelência. “Neste Kakebo, o gasto é representado por um lobo voraz, que a cada fim de mês trava uma batalha contra o porquinho da economia”, diz o livro. Link para compra.
  • 5. Finance - Para se livrar dos recibos

    5 /17(Reprodução)

    O app Finance permite fotografar e anexar documentos, como recibos, cupons fiscais, comprovantes de pagamentos, etc. As transações podem ser classificadas por centro de custo para facilitar a análise de resultados. Por exemplo, ao fazer uma viagem é possível criar um centro de custo para separar as despesas desse evento das demais. Além disso, possui um sistema de notificações para contas a pagar. Disponível para iOS e Android.
  • 6. Microsoft Office - Para quem aprecia uma boa planilha de Excel

    6 /17(Reprodução)

    A planilha elaborada pela equipe do Microsoft Office é clara, completa e intuitiva. Para usá-la, basta inserir sua renda e as despesas do mês em uma das classes de gastos. A própria planilha calcula o saldo final do orçamento. Link para download.
  • 7. Dinheirama - Para quem quer dicas sobre como usar bem o dinheiro

    7 /17(Reprodução)

    Desenvolvida pelo Dinheirama, empresa especializada em educação financeira, a ferramenta traz dicas importantes sobre como administrar as finanças pessoais. Diferentemente de outros aplicativos, as notícias vêm em grande quantidade e são sempre atuais, já que a ferramenta é abastecida pelo conteúdo produzido para o site do Dinheirama. O usuário também pode fazer o upload dos extratos bancários e importar automaticamente todas as informações neles contidas. Disponível nas versões web, Android e iOS.
  • 8. Gastos Diários - Para quem gosta de gráficos

    8 /17(Reprodução)

    Além de organizar as rendas e despesas e registrar por data as movimentações financeiras, o app analisa os resultados em relatórios e gráficos que mostram a relação entre as entradas e saídas do orçamento. Também permite que criar um backup dos dados. É o décimo app mais baixado do Google Play, apenas atrás de aplicativos de bancos e de cartões de crédito. Disponível para Android.
  • 9. Moni - Para quem só quer registrar receitas e despesas

    9 /17(Reprodução)

    Com um design simples, o Moni é indicado para quem está começando a descobrir o universo dos apps.A ferramenta basicamente registra receitas e despesas e mostra o saldo final do usuário. Também é uma boa opção para quemgosta de fazer as anotações do seu jeito. “Em uma era que tantas coisas são automatizadas, algumas vezes você tem que fazer algo de forma manual para dar certo”, diz a descrição do app na Apple Store. Disponível para iOS e Android.
  • 10. Gerenciador Financeiro Mobills - Para quem gosta de fóruns

    10 /17(Reprodução)

    Os gastos e receitas são cadastrados no app de forma bem simples. A ferramenta pode ser acessada pelo computador ou pelo celular e ao sincronizar os dados na nuvem o usuário consegue acessar as informações por ambas as plataformas. Também é possível interagir com outros usuários e com os administradores do Mobills na área de fórum, seja para fazer comentários ou para pedir dicas sobre finanças pessoais. Pode ser acessado pelo site ou pelos apps para Android e iOS.
  • 11. BM&FBovespa - Para acompanhar a evolução dos investimentos

    11 /17(Reprodução)

    A planilha da BM&FBovespa reúne em uma única aba do Excel o orçamento de todos os meses do ano. Além das despesas e receitas, o documento possui um quadro de anotações para investimentos, que se divide entre: ações, Tesouro Direto, renda fixa, previdência privada e outros. Download.
  • 12. Toshl Finanças – Para quem não quer "firulas"

    12 /17(Reprodução)

    O aplicativo Toshl tem quatro abas principais: uma para despesas, outra para as receitas, uma que mostra o somatório das despesas e receitas e por fim uma aba para incluir o orçamento, ou seja, quanto se pretende gastar no mês. As despesas e receitas são classificadas por tags escritas pelo próprio usuário. O aplicativo é intuitivo e uma boa opção para quem prefere uma ferramenta mais simples, sem muitos recursos. Os dados ficam na nuvem e podem ser acessados também pelo site. Disponível para iOS e Android.
  • 13. Minhas economias - Para alcançar objetivos

    13 /17(Reprodução)

    O principal destaque da ferramenta é o chamado “Gerenciador de sonhos”. Ao informar uma meta, como a compra de um imóvel ou carro, e o seu custo estimado, o sistema calcula quanto será preciso poupar por mês e apresenta uma lista de dicas sobre como alcançar o objetivo. O recurso “Minhas Respostas” também permite solucionar dúvidas de finanças pessoais com os gerenciadores do app e outros usuários. Pode ser acessado pelo site ou pelos apps para Android e iOS.
  • 14. Academia do Dinheiro - Para quem quer cortar os gastos por impulso

    14 /17(Reprodução)

    A planilha da Academia do Dinheiro, elaborada pelo consultor financeiro Mauro Calil, divide as despesas entre: gastos necessários e gastos por impulso. A intenção é mostrar exatamente o peso que os gastos não essenciais têm no orçamento, facilitando o corte de despesas, se necessário. É uma planilha clássica, que concentra todos os tópicos em apenas uma aba de Excel. Ela traz sugestões dos tipos de gastos mais comuns, mas é possível inserir novas classes de despesa facilmente, já que a planilha deixa algumas linhas livres para isso. Download.
  • 15. Organizze - Para quem busca o básico

    15 /17(Reprodução)

    Com estrutura simples, o Organizze é ideal para quem quer anotar apenas o básico. Na versão gratuita, permite registrar receitas e despesas, oferece um resumo do orçamento e a visualização de um gráfico de entradas e saídas. A versão paga custa 9,90 reais por mês no pacote anual e oferece relatórios e seções dedicadas a metas, lançamentos futuros e cartões de crédito. Disponível para iOS e Android.
  • 16. Orçamento Inteligente - Para quem faz o orçamento em conjunto

    16 /17(Reprodução)

    Inspirado no design do bloco de notas da Apple, o app Orçamento Inteligente se destaca por possibilitar a sincronização dos dados em diferentes aparelhos, permitindo que o orçamento seja compartilhado com toda a família. A versão gratuita é limitada a 30 transações. Disponível apenas para iOS.
  • 17. Agora veja os itens de luxo que são caros até para quem ganha na loteria

    17 /17(Divulgação/JamesEdition)

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