As apostas do maior investidor do Brasil
Lírio Parisotto investe a maior parte de seus R$ 2,2 bilhões em ações da Vale, siderurgia, bancos e empresas de energia
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2012 às 18h24.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h28.
São Paulo – A intensa volatilidade do mercado financeiro nos últimos meses tem assustado até investidores experientes como Lírio Parisotto, que, com 2,2 bilhões de reais aplicados, se tornou o maior investidor pessoa física da bolsa brasileira . “A melhor coisa a fazer é se recolher em posição fetal que a batida dói menos”, brinca ele. A piada é para defender a política do sangue frio. A teoria de investimento de Parisotto é escolher um ativo e manter a ação “para sempre”. A lição é uma das que Parisotto vai passar na próxima quarta-feira, durante a palestra “Os dez mandamentos de Lírio Parisotto”, promovida em São Paulo pela Geração Futuro, corretora onde ele mantém seu fundo de investimentos, o Geração L.PAR. Como os ativos da carteira não variam muito, Parisotto aproveita momentos de turbulência apenas para aumentar ou reduzir posições em algumas empresas. “Não tem como garantir se as ações vão ficar mais baratas, mas para quem tem dinheiro, esse é um bom momento para comprar mais”, diz. Pode parecer estranho, mas seguindo essa filosofia, ele aproveitou para aumentar sua posição nos papéis da CSN e Usiminas, que sofreram bastante em 2011. Puxada pelo movimento desses papéis, a carteira de Lírio está negativa, embora ainda esteja acima 3 pontos acima do Ibovespa. “Estou tendo o pior ano da minha história de investidor”, diz. Mas mantendo os papéis no longo prazo, o lucro logo deve vir. “Uma hora a crise vai acabar”, resume. Conheça nas próximas páginas alguns dos papéis que compõem a carteira do megainvestidor.
De todo o portfólio de Parisotto, 90% dos papéis estão alocados em três categorias distintas: siderurgia e mineração, bancos e meios de pagamento e energia elétrica. Dentro de siderurgia e mineração, os papéis preferidos são as ações da Vale, CSN e Usiminas. As duas últimas são as ações que mais pesam negativamente na carteira de Parisotto, mas apostando na alta pós-crise, ele aumentou a posição nesses papéis. A CSN acumula queda de 40,82% neste ano. Já Usiminas ON cai 12,22% e PNA perde 44,64%. Os papéis da Vale caem 13,67%.
O setor de bancos é um dos destaques da carteira de Lírio Parisotto. Uma das escolhas é o Banco do Brasil, que tem queda de 18,34% em 2011. O investidor busca opções que tenham um bom preço em relação ao potencial de desempenho. Os papéis do Itaú Unibanco, um dos mais indicados por corretoras em dezembro, não fazem parte das apostas dele, que destaca que o P/L do Itaú é muito mais alto que o do Banco do Brasil. Já o Bic Banco faz parte da carteira de small caps do investidor. Cerca de 10% de seu dinheiro é investido em empresas com baixo valor de mercado. Os papéis ON da instituição caíram 39,63% em 2011, e os PN perderam 43,20%.
Os papéis das companhias de meios de pagamento figuraram entre as maiores quedas de 2010, situação contrária ao que acontece agora em 2011. O desempenho dos ativos é o que está ajudando a frear a queda da carteira de Lírio Parisotto e manter o saldo melhor que o do Ibovespa. As ações da Cielo acumulam alta de 50% em 2011, e da Redecard de 46,59%.
Boas pagadoras de dividendos chamam a atenção de Lírio Parisotto e o setor de energia está cheio delas. As oportunidades pescadas por ele estão nos papéis da CPFL (21,64%), Celesc (-13,30%), Eletropaulo (74,67% as ON e 36,78% as PN) e Transmissão Paulista (-3,37% as ON e 4,41% as PN).
O setor imobiliário e de construção civil está entre as apostas do megainvestidor. Parisotto acredita que há boas expectativas para esse mercado. No ramo, foram eleitos os papéis da Tecnisa, que caem 0,15% em 2011.
A fabricante de materiais de construção é uma posição antiga do bilionário. As atividades mistas e a gestão competente colocam os papéis da companhia na seleção de seus ativos preferidos. Os papéis da empresa caem 18,13% em 2011.
O setor de consumo, especialmente varejo de moda, também é uma aposta do megainvestidor brasileiro. A preferência pelas ações da Grendene acontece pela gestão da empresa, também elogiada por Lírio. Os papéis da companhia caem 7,69%.
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