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Após a chegada da Ita, aéreas reduzem passagens em até 28%

Buscador Viajala comparou preços praticados por Azul, Gol e Latam antes e depois da entrada da competidora

A Gol apresentou queda de preço de até 28% em três das quatro rotas analisadas (BH Airport/Reprodução)

A Gol apresentou queda de preço de até 28% em três das quatro rotas analisadas (BH Airport/Reprodução)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 27 de julho de 2021 às 15h49.

Após o lançamento da companhia áerea Ita, do Grupo Itapemirim, na segunda metade de maio, já é possível ver o efeito do aumento da competitividade no mercado nos preços das passagens aéreas.

Segundo o estudo do buscador Viajala, o preço dos bilhetes cobrados pelas concorrentes Azul, Gol e Latam chegou a cair 28% em dois meses nas rotas que a Ita também começou a operar.

O levantamento leva em conta as médias de preços encontradas pelos usuários do Viajala em buscas de voos só de ida feitas no período entre 15 de junho e 15 de julho. Foram consideradas quatro rotas: São Paulo - Rio de Janeiro; Porto Alegre - São Paulo; Brasília - São Paulo e Belo Horizonte - Porto Seguro

Segundo a análise, a Gol apresentou queda de preço de até 28% em três das quatro rotas analisadas. A Azul apresentou preços até 17% mais baixos também em três das quatro rotas do estudo. A Latam apresentou queda de preço de 9% em uma das quatro rotas observadas.

Veja abaixo os resultados do estudo feito pelo buscador Viajala.com.br:

São Paulo - Rio de Janeiro

Média de preço GOL: R$248, queda de 16% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 36%.
Média de preço AZUL: R$428, aumento de 36% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 63%.
Média de preço LATAM: R$363, queda de 9% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 67%.

Porto Alegre - São Paulo

Média de preço GOL: R$395, queda de 4% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 137%.
Média de preço AZUL: R$530, queda de 4% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 54%.
Média de preço LATAM: R$461, aumento de 7% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 70%.

Brasília - São Paulo

Média de preço GOL: R$323, queda de 28% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 113%.
Média de preço AZUL: R$466, queda de 14% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 23%.
Média de preço LATAM: R$402, aumento de 24% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 45%.

Belo Horizonte - Porto Seguro

Média de preço GOL: R$633, aumento de 8% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 43%.
Média de preço AZUL: R$622, queda de 17% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 17%.
Média de preço LATAM: R$796, aumento de 12% em relação ao período anterior. Entre 15 de maio e 15 de junho, o aumento registrado em relação a abril foi de 45%.

"Essas quedas de preço médio são curiosas se considerarmos que há uma retomada das viagens no Brasil", pondera Josian Chevallier, VP de vendas e cofundador do Viajala. "Os viajantes estão se sentindo mais confiantes e a demanda por viagens tem aumentado, o que elevaria naturalmente os preços dos bilhetes."

Portanto, para o especialista, é possível que as quedas de valores tenham relação com a chegada da nova companhia aérea. "Não podemos afirmar com certeza, já que muitos são os fatores que influenciam no preço das passagens, mas faz sentido que o preço de uma rota específica fique mais competitivo quando mais companhias passam a operá-la".

Uma das razões que faz Chevallier creditar a queda de preço ao fomento da competição no mercado aéreo nacional é o fato de que, sem a Ita, essas mesmas rotas tiveram aumento de preço de até 137% entre a segunda quinzena de maio e a primeira de junho, em relação ao mesmo período anterior (entre meados de abril, pico da pandemia, e a primeira metade de maio). "Os preços vinham em uma tendência de alta e tiveram essa queda no valor médio justo no momento em que a vacinação mais avançou", aponta.

Quebra da Avianca aumentou preço dos bilhetes

Desde a quebra da Avianca, no primeiro semestre de 2019, até o lançamento da Ita, em junho de 2021, o Brasil ficou com apenas três companhias aéreas nacionais. A queda da competitividade causou um aumento quase instantâneo no preço médio das passagens.

Naquela época, o Viajala fez um levantamento para diagnosticar esse aumento e apontou que 85% das rotas apresentaram aumento de preço médio assim que a quebra da Avianca foi anunciada. As passagens nas rotas analisadas ficaram de 11% a 218% mais caras. Em 22% dos casos, o aumento foi de mais de 100% no valor praticado.

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