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Aluguel de galpões pode subir e aumentar rendimento de fundos imobiliários

Pressão nos preços é incentivada pelo crescimento do comércio eletrônico, reforçado durante o isolamento social; tema foi discutido em painel do Fórum GRI

Já é possível observar aumento no preço de locação em alguns pontos, em cidades onde há muita demanda e a oferta é controlada (Bresco/Divulgação)

Já é possível observar aumento no preço de locação em alguns pontos, em cidades onde há muita demanda e a oferta é controlada (Bresco/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 13h23.

Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 20h40.

O e-commerce vem batendo recordes de vendas e receitas no país, incentivado pelo isolamento social com a pandemia. Como consequência, muitas varejistas começam a colocar em prática planos de expansão e alugam mais galpões que servem como centros de distribuição, de forma a reforçar sua operação logística. Essa pressão da demanda por galpões pode pressionar o preço dos aluguéis e aumentar o rendimento dos fundos imobiliários (FIIs) que investem no segmento, na opinião de gestores que participaram do Fórum GRI de Fundos Imobiliários, realizado de forma presencial e também online nesta quarta-feira, 18, em São Paulo. O evento contou com a parceria da EXAME.

Na visão de Caio Castro, sócio da gestora RBR, já é possível observar aumento no preço de locação em alguns pontos, em cidades onde há muita demanda e a oferta é controlada. Ele cita como exemplo cidades como Extrema, em Minas Gerais, e Cajamar, em São Paulo. Já em lugares não tão demandados, nos quais a vacância ultrapassa 10%, a pressão por preços é menor.

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Dani Ajbeszyc, CFO da GLP Brasil, complementa apontando que a pressão de preços se concentra em ativos especulativos com contratos típicos, nos quais os contratos têm prazo e penalidade de saída menores. "Essa pressão de preços tende a gerar ganhos para os fundos. Mas é importante destacar que à medida que os fundos que investem em logística crescem e ficam mais diversificados, esse ganho real é mais diluído."

Reforça essa tendência o fato de que, antes da pandemia, os preços de locação em galpões já vinham depreciados, desde a retração forte da economia durante o governo de Dilma Rousseff, observa Gilson Schilis, CEO da Fulwood Empreendimentos Imobiliários. "Com o novo governo e uma perspectiva diferente, o mercado começou a se animar. Mas as taxas de absorção (quanto empresa alugava e passou a alugar) reagiram lentamente e, em algumas praças, de forma mais forte do que outras. Por isso é mais coerente dizer que preços vão se corrigir, e não aumentar. Os preços de construção também estão defasados e devem ter uma pressão para cima."

(EXAME Research/Exame)

Marcelo Fedak, sócio da BlueMacaw, pondera que, no mercado de galpões, qualquer reajuste de aluguel tem bastante impacto na renda, diferente de um prédio de escritórios. "Quando aumentamos 1 real por metro quadrado, estamos falando em um reajuste de 10%. Geralmente os galpões são amplos."

Mas há risco de sobreoferta nos próximos anos? Fedak acredita que não. "O segmento tem de andar junto com a economia, não pode descolar. E os players têm de ter cuidado com o desenvolvimento de novos produtos. Mas a perspectiva é a de que a economia cresça razoavelmente nos próximos anos. Acredito que isso (o risco de sobreoferta) não será um problema."

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