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Ainda é vantajoso financiar carro ou consórcio está melhor?

Com Selic de volta ao patamar de dois dígitos, em 10% ao ano, fazer um consórcio para a compra do carro pode ser a melhor opção

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 15h49.

São Paulo – A linha de crédito que tem sido mais afetada com a alta da taxa básica de juros, a Selic, é a de financiamento de carros. De outubro de 2012, quando a Selic caiu para a mínima histórica de 7,25% ao ano, até outubro deste ano, quando a Selic estava em 9,50% ao ano, a taxa média dessa linha aumentou 10,74%, passando de 1,49% ao mês para 1,65% ao mês.

Embora tenha uma das taxas de juros mais modestas do mercado, esse tipo de financiamento está perdendo a atratividade frente a outra modalidade de parcelamento: o consórcio. Se a projeção da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) se confirmar, com a Selic a 10,00% o juro médio dos financiamentos de automóveis deve chegar a 1,69% ao mês, um aumento de 13,42% em relação à mínima histórica.

De acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da entidade, o efeito da Selic sobre as taxas de juros ao consumidor isoladamente, a cada elevação do Banco Central, não é muito grande. Mas a continuidade de um movimento de alta por um longo período de tempo afeta sim os juros ao consumidor, que sobem junto.

Com o encarecimento do financiamento de veículos, os consórcios podem ser mais baratos do que assumir uma dívida quando se pensa no custo total da aquisição. Enquanto no financiamento ocorre a cobrança de juros e outros encargos, no consórcio cobram-se apenas taxa de administração, taxa de reserva, encargos e a correção das parcelas segundo a alta do valor do bem ou um índice oficial de inflação.

“Mesmo com taxa de administração, taxa de reserva e correção, fazer um consórcio é mais vantajoso que pagar juros em um financiamento”, afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, que lembra que quanto mais os juros sobem, maior é a economia do consórcio em relação ao financiamento.

Simulações

As simulações de financiamentos de carros e consórcios devem ser feitas levando-se em conta o Custo Efetivo Total (CET) das operações. Além da cobrança dos juros nos financiamentos e das taxas nos consórcios, existe a cobrança de uma série de encargos. Com isso, no fim das contas, o total pago pelo bem pode ficar mais caro do que o consumidor imagina.

Vamos tomar como exemplo a simulação do parcelamento de 60% do valor de um Novo Gol 1.0 4 portas, cujo preço, pela Tabela Fipe atual, é de 31.534 reais. Ou seja, o consumidor precisará de uma entrada de 40% do preço do carro, ou seja, 12.613,60 reais. O prazo será de 60 meses.

No site Avante, onde é possível simular uma série de consórcios disponíveis no mercado, o consórcio mais barato para obter uma carta de crédito no valor correspondente a 60% de um Novo Gol (18.920,40 reais) neste prazo totaliza um custo de 22.855,84 reais. Somando-se o valor da entrada, o custo total da aquisição do carro seria de 35.469,44 reais, ou 3.935,44 reais a mais que o preço original do carro.

Para mitigar os efeitos da inflação sobre os preços dos veículos ao longo do tempo, os consórcios costumam ser corrigidos pela Tabela Fipe, para que a carta de crédito compre um carro de mesmo nível do veículo intencionado quando o consumidor for contemplado.


O financiamento do mesmo valor de 18.920,40 reais em 60 meses, conforme simulado a partir do CET informado nos sites dos bancos, foi mais caro. Veja as simulações nos dois dos maiores bancos brasileiros que informam a taxa de balcão do CET em seus sites, apenas a título de exemplo:

Banco Taxa de juros mensal Custo Efetivo Total (CET) mensal Custo total do financiamento (R$) Custo total do carro (R$) Sistema de amortização
Banco 1 1,71% 1,90% 31.872,18 44.485,78 Tabela Price
Banco 2 Não informado 2,41% 35.978,86 48.592,46 Tabela Price

(*) Valor aproximado
Fonte: sites dos bancos e EXAME.com

Simular é preciso

Ocorre que as taxas informadas nos sites dos bancos podem ser mais altas do que aquelas de fato praticadas. O juro apurado pela Anefac, de 1,65% ao mês ou 21,70% ao ano, também é apenas uma média. Dependendo do relacionamento e da negociação do cliente com os bancos pode ser possível encontrar taxas muito mais em conta do que as chamadas taxas de balcão, que são os custos padronizados para quem não é cliente.

O ideal é cotar financiamentos e consórcios em diferentes instituições para descobrir qual é a mais vantajosa. Pois mesmo em tempos de juros mais altos, pode ser que você encontre uma relação custo-benefício melhor em um financiamento que em um consórcio. Afinal, não basta levar em conta o custo total, mas também comodidade e acesso ao bem desejado.

Outro fator a se levar em conta na hora de escolher entre consórcio e financiamento é a urgência de adquirir o bem. Consórcios são voltados para pessoas que não têm pressa de adquirir o bem, uma vez que é preciso pagar as parcelas por certo tempo, até ser contemplado com a carta de crédito. E isso pode demorar a acontecer: se seu consórcio dura 4 anos (48 meses), nada impede que a sua carta de crédito só saia, por exemplo, no terceiro ano.

O financiamento, por outro lado, é destinado a quem necessita do bem imediatamente. Para muita gente, a sensação de pagar por um bem do qual não usufrui ainda, como é o caso do consórcio, pode ser bastante incômoda, enquanto que no financiamento você paga pelo carro enquanto o utiliza.

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