Após os rumores de que a Oi (ex- Telemar) poderia comprar o controle da Brasil Telecom (BrT), o mercado financeiro tem estado em alvoroço nas últimas semanas. Ontem, a operadora de telefonia Oi anunciou a intenção de recomprar as ações que estão em circulação no mercado. O fato, que aumenta ainda mais a expectativa de uma mudança na estrutura societária da Oi, levou a forte alta dos papéis das duas operadoras.

A possível consolidação entre as duas operadoras ficou ainda mais forte depois que a CVM (Companhia de Valores Mobiliários) comunicou hoje ao mercado que a Telemar Norte Leste pretende adquirir 10% das ações ordinárias e preferenciais das classes A e B em circulação, usando para isso a reserva de lucro. O programa de recompra da Oi terá duração de um ano.

Às 16h50, as ações ordinárias da Telemar (ON, com direito a voto) subiam 4,41%, a preço de 65,26 reais. Já as preferenciais (PN, sem direito a voto) tiveram alta de 8,4%, cotadas a 38,70 reais. Os papéis ordinários da holding que controla a Brasil Telecom também registram alta de 8,47%, a 57,60 reais, seguido dos preferenciais que se valorizaram 3,35%, cotados a 29,30 reais. Para se ter uma idéia da tamanha valorização dos papéis das operadoras, na última semana, as ações ONs da Telemar registram alta de 7,44%, enquanto que as PNs 7,21%. Já as ONs da BrT se valorizam 6,25% e as PNs 3,24%, também na última semana.

De acordo com a analista de investimentos da SLW Corretora, Kelly Trentin, depois deste comunicado, está cada vez mais clara a impressão de que a Oi se prepara para uma reformulação de sua cadeia societária no curto prazo. O mesmo vale para a BrT. Neste sentido, segundo Trentin, a operadora já estaria preparando o terreno há algum tempo. Há ainda rumores de que a BrT estuda trocar ações ON e PN por uma só classe de ações, o que comportaria os mesmos direitos. "Com essa sinalização, os controladores aumentarão sua posição em ações PNs. E quanto mais PNs tiverem em mãos, mais fácil será essa reestruturação", afirma.

Ontem, o banco de investimento Merrill Lynch comunicou que uma reformulação na BrT poderia fortalecer as bases da governança corporativa e elevar em mais de 20% os preços das ações ordinárias da companhia. Por esse motivo, chegou a recomendar a compra dos papéis da Oi.