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Ações da Cesp desabam quase 11% às vésperas do leilão

Ministério de Minas e Energia não garante renovação da concessão de usinas e eleva incerteza sobre sucesso do leilão

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

As ações da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) fecharam em forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira (24/3). As ações preferenciais classe B (CESP6) despencaram 10,62%, cotadas a 38,79 reais, e lideraram a lista de quedas do Ibovespa. Em sentido contrário, o principal índice da bolsa paulista avançou 1,40% nesta segunda.

Segundo analistas, a principal pressão sobre as ações da Cesp é a falta de um compromisso firme do Ministério de Minas e Energia de renovar as concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que vencem em 2015. As duas usinas são responsáveis por 67% da capacidade geradora da companhia. Os interessados na compra da Cesp e os investidores em geral esperavam que o governo paulista conseguisse as renovações antes do leilão, marcado para esta quarta-feira (26/3). Mas uma carta envidada pelo ministério ao governador de São Paulo, José Serra, na última sexta-feira (21/3), jogou um balde de água fria nas expectativas.

No documento, o ministro Edison Lobão limita-se a informar a renovação, por mais 20 anos, da concessão de Porto Primavera, que venceria neste ano. Sobre as demais, a carta informou apenas que a prorrogação "será analisada oportunamente, a exemplo da usina de Porto Primavera, cuja situação é assemelhada".

A ausência de um compromisso firme do governo federal com a revisão das concessões elevou o grau de incerteza dos investidores quanto ao sucesso do leilão. "Essa é a questão mais importante", afirma Mônica Araújo, analista de investimentos da Ativa Corretora. "As chances de insucesso do leilão aumentaram bastante", diz.

O ceticismo do mercado quanto à venda reflete na queda dos papéis nesta segunda. Para se ter uma idéia, esta é a primeira vez que as ações da Cesp são cotadas abaixo de 40 reais desde 21 de dezembro do ano passado. Naquela data, as ações fecharam em 36,94 reais. Na noite daquela sexta-feira, o governo paulista divulgou uma nota confirmando seu interesse em leiloar a Cesp até o final de março. O resultado foi uma expressiva alta dos papéis no pregão seguinte (26/12), quando fecharam a 42,56 reais, uma valorização de 15,21%. Desde então, a cotação permanecia acima dos 40 reais, apesar de todas as flutuações.

O governo paulista pretende vender a Cesp na próxima quarta-feira (26/03) por um preço mínimo de 49,75 reais por papel. O valor do negócio é estimado em 16 bilhões de reais, já que o edital de venda também impôs a obrigação, aos vencedores, de uma oferta aos minoritários nos mesmos termos da aquisição do controle da companhia (direito conhecido como tag along). Há cinco grupos pré-qualificados para a disputa: Alcoa, CPFL, Energias do Brasil, Neoenergia e Tractebel. Pelo menos um grupo - a CPFL - já afirmou que só entraria no leilão caso houvesse a renovação das licenças. Nesta terça-feira, acaba o prazo para os pré-qualificados depositarem as garantias necessárias para participar do leilão.

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