Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Uma intensa campanha publicitária vem estimulando o programa de compra de títulos públicos federais pela internet, conhecido como Tesouro Direto. O programa, lançado no início do ano passado, permite que pessoas físicas invistam diretamente nesses papéis começando com valores pequenos, a partir de 200 reais. É bom negócio?
Sim, desde que o investidor não tenha pressa e aplique valores menores que 100 000 reais. O principal concorrente do Tesouro Direto são os fundos DI e de renda fixa, que compram títulos públicos por atacado e cobram taxas de administração para prestar esse serviço. "O custo do Tesouro Direto é de menos de 1% ao ano", diz Reinaldo Zakaslki, diretor da consultoria Boutique de Investimentos, de São Paulo. "Quem aplicar 200 reais vai pagar taxas de administração de 4% a 6% ao ano." Na ponta do lápis, o Tesouro Direto rende mais.
O investidor apressado fará um mau negócio. O Tesouro Direto é diferente dos fundos, pois sua liquidez não é diária. Só é possível resgatar o dinheiro uma vez por semana, às quartas-feiras. Nos fundos, a possibilidade de resgate é diária. Além disso, a forma de cobrança das taxas é diferente nos dois casos. Em um fundo, a taxa de administração é descontada da cota do investidor em pequenas frações diárias. No Tesouro Direto, as taxas de corretagem e custódia são descontadas de uma vez só, na entrada. "Isso prejudica quem sai antes do tempo", diz Zakalski.
Quem se interessar pode adquirir três tipos de título. O primeiro são as Letras do Tesouro Nacional (LTN), prefixadas e de prazos mais curtos. O segundo são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), pós-fixadas e corrigidas pelos juros de mercado. Também é possível comprar papéis corrigidos pela inflação, como as Notas do Tesouro Nacional (NTN) da série C, corrigidas pelo IGP-M, e as recém-lançadas NTN da série B, corrigidas pelo IPCA.