17 corretoras recomendam ações para janeiro

São Paulo – O Ibovespa , principal indicador da Bolsa, fechou o mês de dezembro com queda de 1,86%, acumulando uma desvalorização de 15,5% em 2013, um dos piores desempenhos entre os principais índices acionários globais.

Em linha com o índice, a maior parte das carteiras recomendadas de ações apresentou desempenho negativo em dezembro e também no acumulado do ano. A exceção foi a Geração Futuro , cujo portfólio registrou alta superior a 10% em 2013.

Conforme explicaram os analistas do Banco do Brasil, os fatores que mais pesaram para o péssimo desempenho da Bolsa no ano foram: a perspectiva de rebaixamento do rating do Brasil pela agência Standard & Poor's em junho, que resultou em uma queda de 11,6% do Ibovespa no mês; e a derrocada das empresas "X", de Eike Batista , com destaque para a OGX, pela sua forte participação no Ibovespa.

Outros fatores como a perspectiva de um PIB enfraquecido também para 2014, os dados de baixo superávit primário e a deterioração nas contas fiscais brasileiras acabaram empurrando para baixo neste final de ano todo o movimento de recuperação do índice esboçado a partir de setembro e outubro.

Perspectivas

Com um cenário ainda pessimista para a economia brasileira em 2014, os analistas sugeriram principalmente ações de empresas que podem se beneficiar da retomada da economia americana e do crescimento chinês, bem como setores promissores como infraestrutura e educação.

Foram priorizadas ações defensivas, de companhias exportadoras e que se beneficiam da alta prevista para o dólar, de empresas que se beneficiem da taxa básica de juros (Selic) mais alta, ou ainda daquelas que podem aproveitar a onda de investimentos em infraestrutura no Brasil.

Ações mais sugeridas

As ações da Vale, do Itaú e da Gerdau foram as mais sugeridas para janeiro. Os três papéis também foram citados como as ações mais promissoras para todo o ano de 2014.

Dentre as 17 carteiras recebidas por EXAME.com, a Vale ( VALE5) está presente em 13 e novamente é a ação mais sugerida do mês.

Os analistas acreditam que a mineradora deve ser beneficiada pela apreciação do dólar frente ao real, já que parte da sua receita é proveniente de exportações. E, entre outros fatores, as corretoras também recomendam a empresa pelo sucesso de seu plano de corte de custos e de desinvestimentos em ativos menos rentáveis.

O Itaú ( ITUB4 ) foi recomendado por nove das 17 corretoras. As principais justificativas para a indicação do banco são a tendência de alta da taxa Selic, que permite a prática de maiores juros e o menor nível de inadimplência em relação aos bancos concorrentes.

E a Gerdau ( GGBR4 ), presente em oito carteiras, foi sugerida porque os analistas acreditam que a ação deve ser favorecida com a recuperação econômica dos Estados Unidos e da China, principais países para os quais exporta, além de se aproveitar também da alta do dólar.

Clique nos nomes das corretoras a seguir e veja quais ações compõem as carteiras recomendadas para o mês de janeiro.

Alpes/Wintrade
Ativa
BB Investimentos
Citi
Geração Futuro
Geral
HSBC
Omar Camargo
Pax
Quantitas
Rico/Octo Investimentos
Solidez
Spinelli
TOV
Um Investimentos
Votorantim
XP Investimentos

Alpes/Wintrade

A carteira recomendada da WinTrade, home broker da Alpes Corretora, teve queda de 1,63% em dezembro, e no acumulado de 2013 apresentou desvalorização de 17,88%.

Papéis incluídos: Klabin.

A Klabin foi incluída no portfólio pois a companhia pode oferecer o melhor risco/retorno do setor, segundo a corretora. Os analistas afirmam que o mercado de papel deve continuar aquecido em 2014, enquanto o mercado de celulose tem um cenário mais incerto, principalmente por causa do grande número de empresas entrantes do setor. Eles destacam também o desenvolvimento do projeto Puma, que deve praticamente dobrar a capacidade atual da empresa a partir de 2016 e o sucesso dos programas de redução de custo, implementados desde a entrada da nova administração, em 2011.

Ativa

Em dezembro, a carteira da Ativa teve queda de 2,70%. E no ano de 2013, a carteira apresentou desvalorização de 4,04%.

Papéis incluídos: Sabesp.

A Sabesp entra na carteira, segundo a corretora, por ser a maior prestadora de serviços de água e esgoto do país. Os analistas destacam que a empresa se caracteriza por ter um negócio estável e defensivo, ideal para momentos de volatilidade como o atual. Eles afirmam ter boas expectativas sobre a revisão tarifária que a empresa está passando, já que ela deve ser finalizada em 2014 e deve pautar o desempenho das ações no curto e no médio prazo. Após o fim desse processo, afirmam os analistas, os papéis da Sabesp devem voltar a refletir seus verdadeiros fundamentos depois um 2013 bastante volátil, em função dos adiamentos feitos pelo órgão regulador.

BB Investimentos

Em dezembro, a carteira do BB Investimentos teve queda de 0,96%. Em 2013, a carteira fechou o ano com alta de 2,43%.

Papéis incluídos: Bradesco, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Gafisa, Lojas Renner, MRV, Suzano. Papéis retirados: BICBANCO, EcoRodovias, Equatorial, Klabin, M. Dias Branco, Raia Drogasil.

Em seu relatório mensal, o BB destaca que em 2013 a bolsa brasileira novamente apresentou resultado muito inferior ao S&P, índice de referência da bolsa americana. Segundo o BB, pesaram para o desempenho negativo da Bovespa principalmente a derrocada das empresas “X” e a possibilidade de rebaixamento do rating do Brasil pela Standard & Poor’s em junho, o que uma gerou perda de 11,6% do Ibovespa no mês.

Para janeiro os analistas devem monitorar a continuidade do avanço da economia norte-americana e a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) no Brasil. Eles afirmam que, como o mercado já precificou a possível redução do rating brasileiro, janeiro pode apresentar uma recuperação, mesmo que parcial, do significativo descolamento do mercado norte-americano.

Citi Corretora

A carteira Top Picks teve queda de 2,14% em dezembro e no ano de 2013 acumulou desvalorização de 3,4%.

Papéis incluídos: Fibria. Papéis retirados: Ultrapar.

Segundo os analistas, após acumular bons resultados nos últimos anos (+83,7% desde o início de 2012), a Ultrapar passou a ser negociada a múltiplos bastante elevados, o que sugere baixa possibilidade de ganhos no curto prazo. Por esse motivo, seus papéis foram substituídos pelos da Fibria, que entra na carteira para elevar a exposição do portfólio a ações de companhias com receitas dolarizadas. A corretora acredita que o preço da celulose deve seguir balanceado no primeiro trimestre, mas deve ceder (não colapsar) ao longo do ano devido à perspectiva de aumento de capacidade na indústria. Por fim, os analistas ressaltam que o bom desempenho das economias dos EUA, Japão e China e a recuperação lenta, mas contínua da Zona do Euro devem conferir sustentação ao crescimento da demanda global por commodities.

Geração Futuro

Em dezembro, a carteira da Geração Futuro registrou queda de 2,8%. E no ano de 2013, a carteira fechou com alta de 10,4%.

Papéis incluídos: BM&FBovespa. Papéis retirados: Aliansce.

Para janeiro, a corretora aumentou a participação de Kroton e Tupy em cinco pontos percentuais cada e diminuiu a participação da Cosan.
A Aliansce foi substituída pela BM&FBovespa pois os analistas acreditam que a Bolsa pode se beneficiar da recente medida do governo de reduzir para zero o IOF sobre a conversão de ADR’s (recibos de ações negociados em bolsas de valores internacionais), favorecendo as operações entre os ativos negociados na bolsa brasileira e nas bolsas internacionais. O IOF de 1,5%, segundo eles, dificultava essas operações, por isso o volume negociado na Bovespa deve aumentar marginalmente, beneficiando as ações.

Geral Investimentos

No mês de dezembro, a carteira da Geral caiu 3,87% e no acumulado de 2013 registrou leve alta de 0,93%.

Papéis incluídos: Anhanguera, EzTec, Hypermarcas, Mills e Ultrapar.

Segundo o relatório da corretora, a Anhanguera entra na carteira por ser uma das maiores empresas de capital aberto do setor de educação do Brasil, com 490 mil alunos, distribuídos em 70 Campus e 500 polos de todo o Brasil e pela possibilidade de ganhos de sinergias e melhorias operacionais depois da fusão com a Kroton.

A EZTEC entra por apresentar margens elevadas e conservadora estrutura de capital, somada a um banco de terrenos consistente com sua estratégia de crescimento, o que lhe garante vantagens competitivas em seu setor de atuação.A Hypermarcas foi sugerida porque depois de um agressivo programa de aquisições, a companhia focou nos seus segmentos principais, começou a reduzir seu endividamento e tem entregue boas taxas de crescimento de resultados.

A Mills compõe o portfólio por ser uma das maiores prestadoras de serviços especializados de engenharia do país, o que deve beneficiá-la diante da necessidade de investimentos em infraestrutura, no setor imobiliário e no setor industrial do Brasil. E por fim, a Ultrapar foi incluída por possuir um nível elevado de governança corporativa e por ter um modelo de negócio de baixo risco e resiliência ao cenário macroeconômico.

HSBC

A carteira HSBC Top Picks teve queda de 1,15% em dezembro. No ano de 2013, a carteira acumulou queda de 2,20%.

Não foram feitas alterações na carteira de janeiro.

De acordo com os analistas, depois de um ano de crescimento abaixo do potencial, o governo se vê diante de um dilema em 2014: ou continua estimulando a economia, arriscando a redução do risco soberano, ou entrega maior austeridade fiscal. Para eles, o governo ainda deve manter o lado fiscal expansionista para obter um crescimento próximo ao de 2013 neste ano de eleições, mas se sujeitando para isso a um maior risco de redução do rating e de desvalorização do real frente ao dólar. Diante dessa análise, para 2014 a corretora dará preferência aos setores de exportação, defensivos e aqueles ligados ao consumo de bens mais essenciais.

Omar Camargo

A carteira registrou queda de 3,11% em dezembro e de 13,31% no acumulado de 2013.

Papéis incluídos: Alupar, Anhanguera, Contax, Minerva, Valid. Papéis retirados: BR Malls, Cemig e Vanguarda.

Segundo a corretora, as carteiras small caps e large caps foram agrupadas e passarão a compor uma só carteira a partir deste mês.

Os analistas destacam que as ações incluídas na carteira que merecem considerações são a Anhanguera e a IMC. A Anhanguera foirecomendada principalmente por causa da associação com a Kroton, anunciada em abril de 2013, que pode levar a empresa a ter mais de 1 milhão de alunos. E a IMC, dona das redes Viena e Frango Assado, entra porque em 2014 a empresa está confiante sobre os resultados das operações aeroportuárias, principalmente em virtude da Copa do Mundo que deve impulsionar o crescimento nos próximos anos.

Pax

A carteira da Pax Corretora teve queda de 3,36% em dezembro e no ano de 2013 acumulou valorização de 2,34%.

Papéis incluídos: Cielo, Embraer, Gerdau e Hypermarcas. Papéis retirados: Duratex,, Estácio, Localiza, Log-In, Lojas Renner, M. Dias Branco, Magazine Luiza, Marcopolo e Marisa.

Os analistas afirmam queoptaram por iniciar o ano com uma postura cautelosaapós um 2013 complicado. Diante de um cenário interno com juros de dois dígitos, dólar apreciado, inflação persistente e crescimento fraco, eles destacam que a carteira de janeiro traz um misto de papéis resilientes e outros que se beneficiam com a depreciação do Real e com o fortalecimento das economias desenvolvidas.

Quantitas

A carteira da Quantitas apresentou queda de 3,04% em dezembro fechou o ano de 2013 com desvalorização de 2,54%.

Papéis incluídos: Suzano, Usiminas e Valid. Papéis retirados: Anhanguera.

Segundo a corretora, a Suzano entra na carteira por ser uma das grandes beneficiárias do atual cenário de real desvalorizado, tanto em termos de exportações quanto em termos de concorrência mais racional no mercado interno, além do fato de estar em um processo de desalavancagem, praticamente dobrando a capacidade de produção de celulose, e entregando melhorias operacionais.

A Usiminas, segundo os analistas, deve se beneficiar da possibilidade de aumento de preços para montadoras e distribuidoras já a partir de janeiro. E a Valid entra pelas boas expectativas sobre o processo de recuperação de margens iniciado no último semestre e que deve se estender para 2014 e também pela ampliação das operações da Valid USA, o que poderá impulsionar os resultados da empresa, beneficiada ainda por um dólar mais elevado.

Rico/Octo Investimentos

A Carteira 8+ do Rico registrou queda de 2,37% em dezembro e alta de 1,66% em 2013.

Papéis incluídos: Cetip. Papéis retirados: Fibria.

Os analistas do Rico, home broker da Octo Investimentos, afirmam que foi realizada apenas uma troca de ações em janeiro para que a carteira capture oportunidades em ativos que sofreram desvalorização excessiva em dezembro e para que continue atrelada a ativos que possuem resultados atrelados a moeda norte americana, em função da perspectiva de elevação do dólar frente ao real.

A Cetip, maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do País, entra na carteira por seis motivos principais: por ter um modelo de negócio diversificado e integrado; por ter taxas de crescimento estáveis e acima de dois dígitos; por ter grande previsibilidade de resultados e margens; por ter forte geração de caixa com baixo risco de execução; e porque o processo de desalavancagem financeira pode levar a companhia a ter um padrão mais alto de distribuição de dividendos.

Solidez

Em dezembro a carteira da Solidez teve queda de 4,65% e no ano de 2013 registrou queda de 6,11%.

Papéis incluídos: Petrobras. Papéis retirados: Natura.

Segundo Filipe Borges, analista da Solidez, a troca das ações da Natura pelas da Petrobras foi feita pois ele acredita em um maior potencial de valorização da petrolífera para este mês.

Spinelli

Em dezembro, a carteira da Spinelli apresentou desvalorização de 3,50%, e no acumulado de 2013 registrou queda de 0,88%.

Papéis incluídos:Fibria. Papéis retirados: BR Malls, Magazine Luiza, Suzano.

A Firbria foi incluída na carteira pois, seguindo os analistas, a empresa mantém seu empenho em vender ativos não estratégicos para atender ao processo de desalavancagem e sua entrada no mercado de fluffs, usados em absorventes e fraldas, é positiva. Além disso, eles destacam que os recentes aumentos nos preços da celulose devem impulsionar as ações.

TOV

A carteira recomendada da TOV registrou desvalorização de 4,02% em dezembro e queda de 10,74% no acumulado do ano de 2013.

Papéis incluídos: Cielo, Mills e Valid. Papéis retirados: Pão de Açúcar e Ultrapar.

Segundo a corretora, para conter a inadimplência, os bancos devem restringir o acesso ao crédito, o que pode estimular as compras com cartão, por isso a inclusão da Cielo no portfólio. Seguindo a mesma lógica, a Valid, fabricante de cartões, foi sugerida porque deve ser beneficiar com a expansão na emissão de cartões. E a Mills foi incluída porque as novas concessões de rodovias, portos e aeroportos devem aumentar a demanda da empresa, que atua no fornecimento de equipamentos para esse tipo de obra.

Um Investimentos

A carteira recomendada da Um Investimentos registrou queda de 4,04% em dezembro. E em 2013 apresentou desvalorização de 3,57%.

Papéis retirados: Petrobras.

Para o mês de janeiro, além de excluir a Petrobras, os analistas rebalancearam pesos, aumentando as participações de Cosan, Brasil Foods e Randon e reduzindo o peso de Pão de Açúcar.

Segundo os analistas, o cenário de inflação alta, real depreciado e falta de clareza das intenções do governo impactaram negativamente a Bolsa em 2013. Também pesou a performance das blue chips, com a Petrobras apresentando dificuldades com a depreciação cambial e com a falta de paridade entre os preços internacionais e nacionais dos combustíveis. E com a Vale passando por oscilações relacionadas a questões tributárias e ao novo marco da mineração, que deve trazer mais incertezas ao papel em 2014.

Com a expectativa de um fraco crescimento do PIB e a inflação mais próxima do teto da meta, a corretora ainda não espera fortes recuperações da Bolsa em 2014.

Votorantim

Não foram divulgadas as performances da carteira em dezembro e no acumulado de 2013.

Papéis incluídos: Cesp, Itaú Unibanco, Pão de Açúcar. Papéis retirados: Direcional, Lojas Americanas, Santander.

O Santander foi substituído pelo Itaú, segundo a corretora, porque o Itaú passa por um processo de melhoria de qualidade dos seus ativos e porque a sua administração tem se mostrado bastante comprometida quanto aos ganhos de eficiência.

As ações das Lojas Americanas foram substituídas pelas do Pão de Açúcar porque os analistas acreditam que o Pão de Açúcar pode ter melhor desempenho em um cenário não tão animador para o consumo, considerando que a empresa oferece produtos essenciais.

E a Cesp entra na carteira por ser a geradora melhor posicionada para captar os recentes aumentos nos preços de energia e para evitar a exposição ao mercado spot, considerando ter 580 MW de energia não contratada para 2014.

XP Investimentos

A carteira XP teve queda de 2,23% no mês de dezembro e registrou desvalorização de 2,8% em 2013.

Papéis retirados: Direcional.

No relatório mensal, os analistas da XP afirmaram que optaram pela retirada das ações de Direcional e elevação da participação de Ambev para manter o tom de cautela. A elevação de Ambev ocorre em virtude da expectativa de que o ano de 2014 seja melhor para a companhia, com o incremento no volume de cerveja vendido no mercado doméstico e também porque a companhia pode ganhar participação no Ibovespa, atingindo no final de 2014 uma participação de 6% a 7% no indicador.

*Atualizado às 10h20 do dia 03/02/2014 com a inclusão da MRV na carteira do BB Investimentos e com a inclusão da Sabesp na carteira da Ativa.

São Paulo – O Ibovespa , principal indicador da Bolsa, fechou o mês de dezembro com queda de 1,86%, acumulando uma desvalorização de 15,5% em 2013, um dos piores desempenhos entre os principais índices acionários globais.

Em linha com o índice, a maior parte das carteiras recomendadas de ações apresentou desempenho negativo em dezembro e também no acumulado do ano. A exceção foi a Geração Futuro , cujo portfólio registrou alta superior a 10% em 2013.

Conforme explicaram os analistas do Banco do Brasil, os fatores que mais pesaram para o péssimo desempenho da Bolsa no ano foram: a perspectiva de rebaixamento do rating do Brasil pela agência Standard & Poor's em junho, que resultou em uma queda de 11,6% do Ibovespa no mês; e a derrocada das empresas "X", de Eike Batista , com destaque para a OGX, pela sua forte participação no Ibovespa.

Outros fatores como a perspectiva de um PIB enfraquecido também para 2014, os dados de baixo superávit primário e a deterioração nas contas fiscais brasileiras acabaram empurrando para baixo neste final de ano todo o movimento de recuperação do índice esboçado a partir de setembro e outubro.

Perspectivas

Com um cenário ainda pessimista para a economia brasileira em 2014, os analistas sugeriram principalmente ações de empresas que podem se beneficiar da retomada da economia americana e do crescimento chinês, bem como setores promissores como infraestrutura e educação.

Foram priorizadas ações defensivas, de companhias exportadoras e que se beneficiam da alta prevista para o dólar, de empresas que se beneficiem da taxa básica de juros (Selic) mais alta, ou ainda daquelas que podem aproveitar a onda de investimentos em infraestrutura no Brasil.

Ações mais sugeridas

As ações da Vale, do Itaú e da Gerdau foram as mais sugeridas para janeiro. Os três papéis também foram citados como as ações mais promissoras para todo o ano de 2014.

Dentre as 17 carteiras recebidas por EXAME.com, a Vale ( VALE5) está presente em 13 e novamente é a ação mais sugerida do mês.

Os analistas acreditam que a mineradora deve ser beneficiada pela apreciação do dólar frente ao real, já que parte da sua receita é proveniente de exportações. E, entre outros fatores, as corretoras também recomendam a empresa pelo sucesso de seu plano de corte de custos e de desinvestimentos em ativos menos rentáveis.

O Itaú ( ITUB4 ) foi recomendado por nove das 17 corretoras. As principais justificativas para a indicação do banco são a tendência de alta da taxa Selic, que permite a prática de maiores juros e o menor nível de inadimplência em relação aos bancos concorrentes.

E a Gerdau ( GGBR4 ), presente em oito carteiras, foi sugerida porque os analistas acreditam que a ação deve ser favorecida com a recuperação econômica dos Estados Unidos e da China, principais países para os quais exporta, além de se aproveitar também da alta do dólar.

Clique nos nomes das corretoras a seguir e veja quais ações compõem as carteiras recomendadas para o mês de janeiro.

Alpes/Wintrade
Ativa
BB Investimentos
Citi
Geração Futuro
Geral
HSBC
Omar Camargo
Pax
Quantitas
Rico/Octo Investimentos
Solidez
Spinelli
TOV
Um Investimentos
Votorantim
XP Investimentos

Alpes/Wintrade

A carteira recomendada da WinTrade, home broker da Alpes Corretora, teve queda de 1,63% em dezembro, e no acumulado de 2013 apresentou desvalorização de 17,88%.

Papéis incluídos: Klabin.

A Klabin foi incluída no portfólio pois a companhia pode oferecer o melhor risco/retorno do setor, segundo a corretora. Os analistas afirmam que o mercado de papel deve continuar aquecido em 2014, enquanto o mercado de celulose tem um cenário mais incerto, principalmente por causa do grande número de empresas entrantes do setor. Eles destacam também o desenvolvimento do projeto Puma, que deve praticamente dobrar a capacidade atual da empresa a partir de 2016 e o sucesso dos programas de redução de custo, implementados desde a entrada da nova administração, em 2011.

Ativa

Em dezembro, a carteira da Ativa teve queda de 2,70%. E no ano de 2013, a carteira apresentou desvalorização de 4,04%.

Papéis incluídos: Sabesp.

A Sabesp entra na carteira, segundo a corretora, por ser a maior prestadora de serviços de água e esgoto do país. Os analistas destacam que a empresa se caracteriza por ter um negócio estável e defensivo, ideal para momentos de volatilidade como o atual. Eles afirmam ter boas expectativas sobre a revisão tarifária que a empresa está passando, já que ela deve ser finalizada em 2014 e deve pautar o desempenho das ações no curto e no médio prazo. Após o fim desse processo, afirmam os analistas, os papéis da Sabesp devem voltar a refletir seus verdadeiros fundamentos depois um 2013 bastante volátil, em função dos adiamentos feitos pelo órgão regulador.

BB Investimentos

Em dezembro, a carteira do BB Investimentos teve queda de 0,96%. Em 2013, a carteira fechou o ano com alta de 2,43%.

Papéis incluídos: Bradesco, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Gafisa, Lojas Renner, MRV, Suzano. Papéis retirados: BICBANCO, EcoRodovias, Equatorial, Klabin, M. Dias Branco, Raia Drogasil.

Em seu relatório mensal, o BB destaca que em 2013 a bolsa brasileira novamente apresentou resultado muito inferior ao S&P, índice de referência da bolsa americana. Segundo o BB, pesaram para o desempenho negativo da Bovespa principalmente a derrocada das empresas “X” e a possibilidade de rebaixamento do rating do Brasil pela Standard & Poor’s em junho, o que uma gerou perda de 11,6% do Ibovespa no mês.

Para janeiro os analistas devem monitorar a continuidade do avanço da economia norte-americana e a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic) no Brasil. Eles afirmam que, como o mercado já precificou a possível redução do rating brasileiro, janeiro pode apresentar uma recuperação, mesmo que parcial, do significativo descolamento do mercado norte-americano.

Citi Corretora

A carteira Top Picks teve queda de 2,14% em dezembro e no ano de 2013 acumulou desvalorização de 3,4%.

Papéis incluídos: Fibria. Papéis retirados: Ultrapar.

Segundo os analistas, após acumular bons resultados nos últimos anos (+83,7% desde o início de 2012), a Ultrapar passou a ser negociada a múltiplos bastante elevados, o que sugere baixa possibilidade de ganhos no curto prazo. Por esse motivo, seus papéis foram substituídos pelos da Fibria, que entra na carteira para elevar a exposição do portfólio a ações de companhias com receitas dolarizadas. A corretora acredita que o preço da celulose deve seguir balanceado no primeiro trimestre, mas deve ceder (não colapsar) ao longo do ano devido à perspectiva de aumento de capacidade na indústria. Por fim, os analistas ressaltam que o bom desempenho das economias dos EUA, Japão e China e a recuperação lenta, mas contínua da Zona do Euro devem conferir sustentação ao crescimento da demanda global por commodities.

Geração Futuro

Em dezembro, a carteira da Geração Futuro registrou queda de 2,8%. E no ano de 2013, a carteira fechou com alta de 10,4%.

Papéis incluídos: BM&FBovespa. Papéis retirados: Aliansce.

Para janeiro, a corretora aumentou a participação de Kroton e Tupy em cinco pontos percentuais cada e diminuiu a participação da Cosan.
A Aliansce foi substituída pela BM&FBovespa pois os analistas acreditam que a Bolsa pode se beneficiar da recente medida do governo de reduzir para zero o IOF sobre a conversão de ADR’s (recibos de ações negociados em bolsas de valores internacionais), favorecendo as operações entre os ativos negociados na bolsa brasileira e nas bolsas internacionais. O IOF de 1,5%, segundo eles, dificultava essas operações, por isso o volume negociado na Bovespa deve aumentar marginalmente, beneficiando as ações.

Geral Investimentos

No mês de dezembro, a carteira da Geral caiu 3,87% e no acumulado de 2013 registrou leve alta de 0,93%.

Papéis incluídos: Anhanguera, EzTec, Hypermarcas, Mills e Ultrapar.

Segundo o relatório da corretora, a Anhanguera entra na carteira por ser uma das maiores empresas de capital aberto do setor de educação do Brasil, com 490 mil alunos, distribuídos em 70 Campus e 500 polos de todo o Brasil e pela possibilidade de ganhos de sinergias e melhorias operacionais depois da fusão com a Kroton.

A EZTEC entra por apresentar margens elevadas e conservadora estrutura de capital, somada a um banco de terrenos consistente com sua estratégia de crescimento, o que lhe garante vantagens competitivas em seu setor de atuação.A Hypermarcas foi sugerida porque depois de um agressivo programa de aquisições, a companhia focou nos seus segmentos principais, começou a reduzir seu endividamento e tem entregue boas taxas de crescimento de resultados.

A Mills compõe o portfólio por ser uma das maiores prestadoras de serviços especializados de engenharia do país, o que deve beneficiá-la diante da necessidade de investimentos em infraestrutura, no setor imobiliário e no setor industrial do Brasil. E por fim, a Ultrapar foi incluída por possuir um nível elevado de governança corporativa e por ter um modelo de negócio de baixo risco e resiliência ao cenário macroeconômico.

HSBC

A carteira HSBC Top Picks teve queda de 1,15% em dezembro. No ano de 2013, a carteira acumulou queda de 2,20%.

Não foram feitas alterações na carteira de janeiro.

De acordo com os analistas, depois de um ano de crescimento abaixo do potencial, o governo se vê diante de um dilema em 2014: ou continua estimulando a economia, arriscando a redução do risco soberano, ou entrega maior austeridade fiscal. Para eles, o governo ainda deve manter o lado fiscal expansionista para obter um crescimento próximo ao de 2013 neste ano de eleições, mas se sujeitando para isso a um maior risco de redução do rating e de desvalorização do real frente ao dólar. Diante dessa análise, para 2014 a corretora dará preferência aos setores de exportação, defensivos e aqueles ligados ao consumo de bens mais essenciais.

Omar Camargo

A carteira registrou queda de 3,11% em dezembro e de 13,31% no acumulado de 2013.

Papéis incluídos: Alupar, Anhanguera, Contax, Minerva, Valid. Papéis retirados: BR Malls, Cemig e Vanguarda.

Segundo a corretora, as carteiras small caps e large caps foram agrupadas e passarão a compor uma só carteira a partir deste mês.

Os analistas destacam que as ações incluídas na carteira que merecem considerações são a Anhanguera e a IMC. A Anhanguera foirecomendada principalmente por causa da associação com a Kroton, anunciada em abril de 2013, que pode levar a empresa a ter mais de 1 milhão de alunos. E a IMC, dona das redes Viena e Frango Assado, entra porque em 2014 a empresa está confiante sobre os resultados das operações aeroportuárias, principalmente em virtude da Copa do Mundo que deve impulsionar o crescimento nos próximos anos.

Pax

A carteira da Pax Corretora teve queda de 3,36% em dezembro e no ano de 2013 acumulou valorização de 2,34%.

Papéis incluídos: Cielo, Embraer, Gerdau e Hypermarcas. Papéis retirados: Duratex,, Estácio, Localiza, Log-In, Lojas Renner, M. Dias Branco, Magazine Luiza, Marcopolo e Marisa.

Os analistas afirmam queoptaram por iniciar o ano com uma postura cautelosaapós um 2013 complicado. Diante de um cenário interno com juros de dois dígitos, dólar apreciado, inflação persistente e crescimento fraco, eles destacam que a carteira de janeiro traz um misto de papéis resilientes e outros que se beneficiam com a depreciação do Real e com o fortalecimento das economias desenvolvidas.

Quantitas

A carteira da Quantitas apresentou queda de 3,04% em dezembro fechou o ano de 2013 com desvalorização de 2,54%.

Papéis incluídos: Suzano, Usiminas e Valid. Papéis retirados: Anhanguera.

Segundo a corretora, a Suzano entra na carteira por ser uma das grandes beneficiárias do atual cenário de real desvalorizado, tanto em termos de exportações quanto em termos de concorrência mais racional no mercado interno, além do fato de estar em um processo de desalavancagem, praticamente dobrando a capacidade de produção de celulose, e entregando melhorias operacionais.

A Usiminas, segundo os analistas, deve se beneficiar da possibilidade de aumento de preços para montadoras e distribuidoras já a partir de janeiro. E a Valid entra pelas boas expectativas sobre o processo de recuperação de margens iniciado no último semestre e que deve se estender para 2014 e também pela ampliação das operações da Valid USA, o que poderá impulsionar os resultados da empresa, beneficiada ainda por um dólar mais elevado.

Rico/Octo Investimentos

A Carteira 8+ do Rico registrou queda de 2,37% em dezembro e alta de 1,66% em 2013.

Papéis incluídos: Cetip. Papéis retirados: Fibria.

Os analistas do Rico, home broker da Octo Investimentos, afirmam que foi realizada apenas uma troca de ações em janeiro para que a carteira capture oportunidades em ativos que sofreram desvalorização excessiva em dezembro e para que continue atrelada a ativos que possuem resultados atrelados a moeda norte americana, em função da perspectiva de elevação do dólar frente ao real.

A Cetip, maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do País, entra na carteira por seis motivos principais: por ter um modelo de negócio diversificado e integrado; por ter taxas de crescimento estáveis e acima de dois dígitos; por ter grande previsibilidade de resultados e margens; por ter forte geração de caixa com baixo risco de execução; e porque o processo de desalavancagem financeira pode levar a companhia a ter um padrão mais alto de distribuição de dividendos.

Solidez

Em dezembro a carteira da Solidez teve queda de 4,65% e no ano de 2013 registrou queda de 6,11%.

Papéis incluídos: Petrobras. Papéis retirados: Natura.

Segundo Filipe Borges, analista da Solidez, a troca das ações da Natura pelas da Petrobras foi feita pois ele acredita em um maior potencial de valorização da petrolífera para este mês.

Spinelli

Em dezembro, a carteira da Spinelli apresentou desvalorização de 3,50%, e no acumulado de 2013 registrou queda de 0,88%.

Papéis incluídos:Fibria. Papéis retirados: BR Malls, Magazine Luiza, Suzano.

A Firbria foi incluída na carteira pois, seguindo os analistas, a empresa mantém seu empenho em vender ativos não estratégicos para atender ao processo de desalavancagem e sua entrada no mercado de fluffs, usados em absorventes e fraldas, é positiva. Além disso, eles destacam que os recentes aumentos nos preços da celulose devem impulsionar as ações.

TOV

A carteira recomendada da TOV registrou desvalorização de 4,02% em dezembro e queda de 10,74% no acumulado do ano de 2013.

Papéis incluídos: Cielo, Mills e Valid. Papéis retirados: Pão de Açúcar e Ultrapar.

Segundo a corretora, para conter a inadimplência, os bancos devem restringir o acesso ao crédito, o que pode estimular as compras com cartão, por isso a inclusão da Cielo no portfólio. Seguindo a mesma lógica, a Valid, fabricante de cartões, foi sugerida porque deve ser beneficiar com a expansão na emissão de cartões. E a Mills foi incluída porque as novas concessões de rodovias, portos e aeroportos devem aumentar a demanda da empresa, que atua no fornecimento de equipamentos para esse tipo de obra.

Um Investimentos

A carteira recomendada da Um Investimentos registrou queda de 4,04% em dezembro. E em 2013 apresentou desvalorização de 3,57%.

Papéis retirados: Petrobras.

Para o mês de janeiro, além de excluir a Petrobras, os analistas rebalancearam pesos, aumentando as participações de Cosan, Brasil Foods e Randon e reduzindo o peso de Pão de Açúcar.

Segundo os analistas, o cenário de inflação alta, real depreciado e falta de clareza das intenções do governo impactaram negativamente a Bolsa em 2013. Também pesou a performance das blue chips, com a Petrobras apresentando dificuldades com a depreciação cambial e com a falta de paridade entre os preços internacionais e nacionais dos combustíveis. E com a Vale passando por oscilações relacionadas a questões tributárias e ao novo marco da mineração, que deve trazer mais incertezas ao papel em 2014.

Com a expectativa de um fraco crescimento do PIB e a inflação mais próxima do teto da meta, a corretora ainda não espera fortes recuperações da Bolsa em 2014.

Votorantim

Não foram divulgadas as performances da carteira em dezembro e no acumulado de 2013.

Papéis incluídos: Cesp, Itaú Unibanco, Pão de Açúcar. Papéis retirados: Direcional, Lojas Americanas, Santander.

O Santander foi substituído pelo Itaú, segundo a corretora, porque o Itaú passa por um processo de melhoria de qualidade dos seus ativos e porque a sua administração tem se mostrado bastante comprometida quanto aos ganhos de eficiência.

As ações das Lojas Americanas foram substituídas pelas do Pão de Açúcar porque os analistas acreditam que o Pão de Açúcar pode ter melhor desempenho em um cenário não tão animador para o consumo, considerando que a empresa oferece produtos essenciais.

E a Cesp entra na carteira por ser a geradora melhor posicionada para captar os recentes aumentos nos preços de energia e para evitar a exposição ao mercado spot, considerando ter 580 MW de energia não contratada para 2014.

XP Investimentos

A carteira XP teve queda de 2,23% no mês de dezembro e registrou desvalorização de 2,8% em 2013.

Papéis retirados: Direcional.

No relatório mensal, os analistas da XP afirmaram que optaram pela retirada das ações de Direcional e elevação da participação de Ambev para manter o tom de cautela. A elevação de Ambev ocorre em virtude da expectativa de que o ano de 2014 seja melhor para a companhia, com o incremento no volume de cerveja vendido no mercado doméstico e também porque a companhia pode ganhar participação no Ibovespa, atingindo no final de 2014 uma participação de 6% a 7% no indicador.

*Atualizado às 10h20 do dia 03/02/2014 com a inclusão da MRV na carteira do BB Investimentos e com a inclusão da Sabesp na carteira da Ativa.