Minhas Finanças

As ações mais promissoras para 2014

Vale foi a ação mais recomendada para o ano, seguida de Itaú Unibanco e Gerdau


	Extração de minério de ferro pela Vale: mineradora foi recomendada por sete instituições
 (Marcos Issa/Bloomberg News)

Extração de minério de ferro pela Vale: mineradora foi recomendada por sete instituições (Marcos Issa/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h06.

São Paulo – Nem todas as instituições que fazem carteiras recomendadas de ações têm recomendações para o ano inteiro que se segue. Mas nove instituições cujas carteiras são acompanhadas por EXAME.com já publicaram seus relatórios de recomendações para 2014.

Das 55 ações recomendadas, EXAME.com selecionou as oito mais indicadas, que figuram na carteira de três ou mais instituições.

As escolhas recaíram sobre ações defensivas, de companhias exportadoras e que se beneficiam da alta prevista para o dólar, de empresas que se beneficiem da taxa básica de juros (Selic) mais alta, ou ainda daquelas que podem aproveitar a onda de investimentos em infraestrutura no Brasil.

A situação da economia brasileira promete continuar difícil no ano que vem, com uma expectativa de crescimento de 2,0% ou menos. Por isso mesmo, os analistas escolheram companhias que vão se beneficiar da retomada da economia americana e do crescimento chinês, bem como setores promissores como infraestrutura e educação.

Veja a seguir por que as ações mais recomendadas para 2014 foram indicadas, segundo as próprias instituições. Ao final da reportagem, veja também quais foram as outras recomendações das corretoras e gestoras que participaram da reportagem:

Vale: 7 recomendações

Recomendaram: Compliance/Souza Barros, Guide, Alpes/Wintrade, Ativa, Um Investimentos, Geração Futuro e Rico/Octo Investimentos.

Por ser uma grande exportadora, a Vale (VALE5) deve se beneficiar da alta do dólar. As corretoras acreditam que a mineradora está descontada, mas agora que foram resolvidos seus problemas tributários, seus múltiplos devem retornar para o patamar correto.

Outro fator que pesa a favor da companhia é o sucesso de seu plano de corte de custos e de desinvestimentos em ativos menos rentáveis, com foco apenas no negócio principal da companhia. Finalmente, é esperado que a Vale pague bons dividendos em 2014.

“No cenário macroeconômico, as projeções para o preço do minério de ferro, na casa dos 120 dólares por tonelada, e a manutenção do ritmo de crescimento da economia chinesa são favoráveis à Vale”, destaca a Ativa corretora.

Como fatores de risco, as corretoras apontam o risco regulatório e político, pois pode haver aumento de tributos e royalties, além de um possível mau desempenho da economia chinesa. A Um Investimentos mantém a ação na porção de “alto risco” da sua carteira recomendada.

Itaú Unibanco: 6 recomendações

Recomendaram: Guide, Alpes/Wintrade, Concórdia, Ativa, Um Investimentos e Rico/Octo Investimentos.

O Itaú Unibanco (ITUB4) deve se beneficiar da elevação da taxa básica de juros (Selic), o que pode favorecer o aumento dos spreads bancários (diferença entre custo de captação de recursos para os bancos e valor recebido para concessão de crédito).

O banco vem melhorando a qualidade da carteira de crédito e a eficiência, apresentando um menor nível de inadimplência em relação aos concorrentes. Deve continuar a cortar custos e maximizar o retorno sobre o patrimônio para o ano que vem.


Em um cenário mais adverso à concessão de crédito, a melhoria operacional vem sendo uma das formas encontradas para dar mais retorno ao acionista. “A companhia segue entregando um retorno sobre o patrimônio acima dos seus pares, justificando um prêmio sobre seus ativos”, diz o relatório da Guide Investimentos.

Entre os fatores de risco, as corretoras destacam a correção das cadernetas de poupança dos planos econômicos dos anos 1980, que foi adiada para o ano que vem, e uma possível deterioração do cenário econômico que possa reduzir o consumo e a concessão de crédito. A Um Investimentos considera que a ação tem “risco médio”.

Gerdau: 5 recomendações

Recomendaram: Compliance/Souza Barros, Guide, Alpes/Wintrade, Concórdia e Rico/Octo Investimentos.

Apesar do cenário desafiador para a siderurgia brasileira, a Gerdau (GGBR4) é considerada bem posicionada, devendo se beneficiar da recuperação econômica dos Estados Unidos e do bom desempenho da economia da China, principais países para os quais exporta.

Por se tratar de uma companhia exportadora, alta do dólar também deve beneficiá-la. Mas o mercado interno também deve apresentar boas oportunidades, com os investimentos em infraestrutura (notadamente por 2014 ser um ano eleitoral), em empreendimentos imobiliários comerciais e em obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Segundo a Wintrade, home broker da corretora Alpes, os principais fatores de risco são uma desaceleração mais forte das economias brasileira e norte-americana, e a consequente redução dos investimentos nesses países; e um eventual aumento nos preços dos insumos necessários para a produção de aço, como carvão, coque e minério de ferro.

Ambev: 3 recomendações

Recomendaram: Compliance/Souza Barros, Guide e Rico/Octo Investimentos.

Apesar do aumento da competição e da dificuldade de repasse de preços neste ano, a Ambev (ABEV3) parece estar refazendo suas estratégias para aumentar o faturamento e manter o corte de custos e despesas, diz a Guide.

A corretora destaca ainda o avanço na governança corporativa, com a reorganização societária anunciada em novembro, o aumento nos preços do mix de produtos que oferece e a decisão do governo em não mais aumentar os impostos em 2013, o que deve impactar positivamente o volume das vendas.

Clodoir Vieira, consultor de investimentos da Compliance Comunicação e da corretora Souza Barros, destaca a Ambev em seu relatório como uma opção defensiva. Já o Rico, plataforma de investimentos da corretora Octo, aponta a possibilidade de aumento das vendas de bebidas com a Copa do Mundo no ano que vem.


BRF: 3 recomendações

Recomendaram: Compliance/Souza Barros, Concórdia e Um Investimentos.

A BRF (BRFS3) pode ter ganho de participação de mercado (market share) por meio de suas sólidas marcas tanto no mercado interno quanto externo. A inauguração do centro de inovação em Jundiaí (SP) deve trazer ganhos de sinergia, otimizando a plataforma de distribuição produtiva, com 98% do território nacional, destaca a Um Investimentos.

O risco mais significativo, segundo a corretora, é a suspensão das importações por mercados estrangeiros relevantes. A ação é considerada de “risco médio” pela Um.

Mills: 3 recomendações

Recomendaram: Guide, Ativa e Quantitas.

A Mills (MILS3) é uma das maiores prestadoras de serviços especializados de engenharia do Brasil, líder no fornecimento de formas de concretagem, estruturas tubulares e locação de equipamentos de acesso para o mercado nacional.

Também atua no segmento de serviços industriais e tem quatro grandes divisões: construção pesada, construções comerciais e residenciais (Jahu), serviços industriais e aluguel e venda de equipamentos motorizados de acesso.

Segundo a Quantitas, a Mills é a “melhor ação para capturar os necessários investimentos em infraestrutura e produtividade no Brasil em 2014, ambos fundamentais para a economia do país”.

A gestora prevê um crescimento de 14% no lucro da empresa em 2014, com uma demanda crescente devido aos leilões de rodovias e aeroportos, além de uma maturação dos investimentos no segmento de aluguéis de maquinários de apoio, já desembolsados em 2013.

A Ativa destaca que o segmento Jahu deve demonstrar mais rentabilidade no próximo ano, enquanto a Guide lembra que haverá oportunidades também na Copa do Mundo.

Cosan: 3 recomendações

Recomendaram: Alpes/Wintrade, Um Investimentos e Geração Futuro.

A Cosan (CSAN3) tem diversas frentes de atuação no setor sucroenergético e logístico. Para a Wintrade, home broker da corretora Alpes, a revisão tarifária da Comgás, a formação de parceria para o melhor desenvolvimento das lojas de conveniência nos seus postos de gasolina e uma atuação mais forte da Cosan Logística que deve incrementar projetos com maiores retornos são os fatores que devem favorecer a companhia no ano que vem.

“Além disso, são esperadas a adequação e a redução do plano de investimentos da companhia, o que deve ser bem recebido pelos investidores”, diz o relatório da Wintrade.


A Geração Futuro destaca também o foco de expansão da Raízen – joint venture com a Shell, Comgás, Radar e Rumo – na região Sul, que tem renda mais elevada e é madura de investimentos que podem proporcionar mais demanda e oportunidades de aquisições.

Como riscos, a Wintrade destaca a limitação do preço do etanol (álcool) pelo preço da gasolina, que é subsidiada pelo governo por meio da Petrobras. A Um Investimentos ressalta como fator de risco uma eventual queda nos preços do álcool e do açúcar.

Anhanguera: 3 recomendações

Recomendaram: Alpes/Wintrade, Ativa e Quantitas.

As instituições que recomendaram as ações da Anhanguera (AEDU3) acreditam que os problemas que fizeram o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) barrar a fusão da companhia com a Kroton devem ser resolvidos, e a transação aprovada.

O resultado será um ganho de sinergia estimado em 300 milhões de reais e uma formidável complementaridade geográfica. A Wintrade, home broker da corretora Alpes, destaca a expertise da Kroton na utilização do FIES, o foco em cursos à distância e em cursos na área de saúde e engenharia.

Além disso, a corretora acredita que a entrada nessa nova empresa, formada por Anhanguera e Kroton, pode se dar com desconto, pois os preços na relação de troca ainda estão desajustados.

Há, entretanto, o risco de o CADE não aprovar a fusão, e de o aumento da taxa de desemprego reduzir o ritmo de captação de alunos e aumentar a inadimplência do sistema.

Ações que receberam duas recomendações cada:

- CCR (Alpes/Wintrade e Ativa);
- Cielo (Compliance/Souza Barros e Geração Futuro);
- Grazziotin (Compliance/Souza Barros e Quantitas);
- Grendene (Um Investimentos e Rico/Octo Investimentos);
- Hypermarcas (Um Investimentos e Rico/Octo Investimentos);
- Kroton (Geração Futuro e Rico/Octo Investimentos);
- Marcopolo (Concórdia e Ativa);
- Multiplus (Alpes/Wintrade e Um Investimentos);
- Pão de Açúcar (Ativa e Um Investimentos);
- Qualicorp (Guide e Um Investimentos);
- Randon (Um Investimentos e Geração Futuro);
- Suzano (Concórdia e Ativa).


Outras ações que também foram recomendadas para 2014:

- Abril Educação (Quantitas);
- AES Tietê (Guide);
- Alpargatas (Concórdia)
- Alupar (Alpes/Wintrade);
- Arteris (Compliance/Souza Barros);
- BB Seguridade (Geração Futuro);
- BM&FBovespa (Rico/Octo Investimentos);
- Braskem (Compliance/Souza Barros);
- Coelce (Um Investimentos);
- Copasa (Guide);
- Duratex (Guide);
- Ecorodovias (Concórdia);
- Embraer (Compliance/Souza Barros);
- Equatorial (Ativa);
- Estácio (Quantitas);
- Helbor (Rico/Octo Investimentos);
- JSL (Quantitas);
- Klabin (Geração Futuro);
- Localiza (Compliance/Souza Barros);
- Lojas Americanas (Concórdia);
- Magazine Luiza (Um Investimentos);
- Mahle Metal Leve (Guide);
- Minerva (Alpes/Wintrade);
- Odontoprev (Concórdia);
- Oi (Concórdia);
- Petrobras (Um Investimentos);
- Porto Seguro (Geração Futuro);
- Raia Drogasil (Rico/Octo Investimentos);
- Sabesp (Ativa);
- Taesa (Um Investimentos);
- Tegma (Um Investimentos)
- Tractebel (Um Investimentos);
- Tupy (Geração Futuro);
- Vanguarda (Alpes/Wintrade);
- Wilson Sons (Geração Futuro).

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