Zoom (Z1OM34) (NurPhoto/Getty Images)
A Zoom (Z1OM34), empresa de transmissão de vídeo que se tornou famosa durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) cortou na última segunda-feira, 23, suas previsões de lucro e receita anuais.
A decisão de corte por parte do Zoom foi tomada após a empresa registrar um crescimento de receita trimestral de apenas 8%, o menor de sua história.
A previsão para o final do ano é de uma receita anual entre US$ 4,39 bilhões e US$ 4,40 bilhões, em comparação com sua previsão anterior de US$ 4,53 bilhões a US$ 4,55 bilhões.
A CFO da plataforma, Kelly Steckelberg, explicou aos analistas que os negócios online da empresa provavelmente cairão de 7% a 8% até o final de 2023.
Um resultado que aparece ainda pior se comparado com os trimestres anteriores. Desde que abriu o capital em 2019, o Zoom superou as estimativas de receita e ganhos em todos os trimestres. E também por isso está atraindo a atenção dos analistas.
Essa desaceleração no crescimento ocorreu à medida que as pessoas estão trocando as conversas virtuais para reuniões presenciais, após o fim da fase mais aguda da pandemia.
Além da redução da demanda pela plataforma de videoconferência, o Zoom enfrenta a forte concorrência do Meet, app do Google (GOGL35), do Teams, produto da Microsoft (MSFT34), e da WebEx, da Cisco (CSCO34).
Fundada por Eric S. Yuan, um ex-executivo da Cisco, a Zoom era uma empresa pouco conhecida até a chegada da pandemia no início de 2020.
Com a imposição de lockdowns em vários países do mundo e difusão repentina do home office, o Zoom chegou a registrar um crescimento de receita de três dígitos.
Todavia, o fim das restrições de mobilidade social e a volta do trabalho presencial estão levando o Zoom a enfrentar uma tarefa árdua para sustentar seu crescimento, tentando monetizar serviços oferecidos para clientes com elevado poder aquisitivo.
Além disso, as despesas aumentaram à medida que a empresa gasta cada vez mais para conquistar novos clientes. Com isso, as despesas operacionais cresceram 51% para US$ 704 milhões no segundo trimestre do ano.
Por último, a inflação elevada na Europa e nos Estados Unidos está reduzindo o poder de compra das pessoas, que começaram a cortar gastos supérfluos, como a assinatura da própria plataforma.
Os analistas financeiros já perceberam essa mudança do mercado, e já começaram a rever suas recomendações sobre as ações da plataforma.
No começo de agosto, o Citigroup (CTGP34) cortou o rating da plataforma de "neutral" para "venda", pois o papel estaria em "risco elevado".
As ações do Zoom na Nasdaq estão caindo 14,44% nesta terça-feira, a pior ação da Nasdaq. Nos últimos 12 meses, os papéis da empresa já perderam 75,56% de seu valor.