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WEG (WEGE3) abre temporada de balanços do segundo trimestre com lucro 50% maior

Geração de receita aumentou, mas, além disso, companhia alterou mix de produtos vendidos e contou com menor custo de matéria-prima

Weg: a fabricante de motores e equipamentos da indústria de energia subiu 15,43% (Leandro Fonseca/Exame)

Weg: a fabricante de motores e equipamentos da indústria de energia subiu 15,43% (Leandro Fonseca/Exame)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 19 de julho de 2023 às 08h45.

Última atualização em 19 de julho de 2023 às 09h06.

A WEG abriu a temporada de balanços das empresas brasileiras com um lucro notável: R$ 1,3 bilhão, aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete o faturamento maior nos meses de abril a junho, mas principalmente os ganhos de eficiência com a operação no período. 

Analistas já esperavam que este seria um trimestre forte em faturamento. Um relatório da Genial Investimentos feito por Ygor Bastos e Bernardo Noel, divulgado no início desta semana, apontava para um período de crescimento, "suportado principalmente pela boa carteira de pedidos construída ao longo dos últimos anos, apoiada na melhora dos volumes de exportação de máquinas no Brasil e fortes volumes nos EUA".

A receita operacional líquida aumentou 13%, para R$ 8,1 bilhões, impulsionada principalmente pelo mercado externo, cuja receita aumentou 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia vem em uma trajetória contínua de aumento da participação internacional na geração de receita, fechando o segundo trimestre com 54% sendo gerada fora do Brasil e 46% localmente — o menor patamar de vendas locais desde o primeiro trimestre do ano passado. 

Na divisão por linha de negócio, as vendas de equipamentos eletrônicos industriais (que respondem por 46% da receita) cresceram tanto no mercado interno quanto no externo, impulsionadas tanto pela demanda de produtos de automação nos segmentos de mineração e papel e celulose quanto por motores elétricos nos segmentos de óleo e gás. 

Outra linha de receita importante, a de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia, responsável por 42% do faturamento, teve uma leve queda na demanda do mercado interno -- influenciada por mudanças de regulação e redução do custo da energia no Brasil -- mas quase dobrou de tamanho no mercado externo.

"Continuamos a aproveitar as oportunidades presentes, tanto no México quanto nos Estados Unidos, principalmente na venda de transformadores para parques de geração de energia renovável", afirma a companhia no balanço. Além disso, a empresa também destacou o desempenho na Europa no período.

É um cenário que também casa com as expectativas divulgadas pela Genial no início da semana. Mesmo com o câmbio menor, de aproximadamente R$ 4,91 no segundo trimestre (queda de 5,5% em relação aos primeiros três meses do ano), a demanda ajudou a suportar o crescimento no volume de exportações de máquinas.

Custos e endividamento

O custo dos produtos vendidos teve leve alta no período, de 3,8%. Mesmo assim, a margem bruta subiu 6,3 pontos percentuais, para 33,7% e o lucro bruto saltou 40% na comparação anual [/grifar]. 

"A acomodação dos preços das principais matérias-primas que compõem nossa estrutura de custos, principalmente o aço e o cobre, em conjunto com a alteração do mix de produtos vendidos, crescente melhora no desempenho das operações no exterior e a constante busca por eficiência operacional foram fatores importantes para a evolução da margem bruta no trimestre", afirma a companhia no documento.

Ainda de olho nos fatores operacionais, o Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)  aumentou 45,9% de abril a junho, também influenciado pela redução do custo de matéria-prima e alteração do mix de produtos vendidos. 

No segundo trimestre, a empresa mais do que dobrou o nível de investimento (Capex). Foram R$ 444,8 milhões destinados à modernização e expansão da capacidade produtiva, destinados principalmente ao exterior (66% desse total). Fora do país, a WEG está focada no aumento da capacidade de produção de motores e transformadores no México, construção de fábrica em Portugal e expansão da fábrica de motores e geradores de alta tensão na Índia. No Brasil, a companhia segue focada no aumento da produção de motores industriais, de tração elétrica e packs de baterias.

Em relação ao endividamento, a companhia segue com caixa líquido, que ficou em R$ 2,4 bilhões no fim de junho deste ano (ante R$ 265 milhões no ano anterior). A diferença é explicada principalmente pela geração de caixa no período: no segundo trimestre deste ano, a WEG somava R$ 5,4 bilhões em disponibilidades em aplicações, ante R$ 3 bilhões em 2022.

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