Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset e gestor do Fundo Verde, um dos mais renomados fundos do País (José Patricio/Agência Estado)
Repórter de Invest
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 20h17.
Última atualização em 9 de janeiro de 2024 às 20h47.
O Brasil surfou a onda positiva que dominou os mercados globais em 2023, e o Ibovespa fechou o ano passado com alta acumulada de 5,4%. Após o rali de final de ano, no entanto, a Verde Asset já viu espaço para reduzir a exposição em ações brasileiras.
“O fundo Verde aproveitou o rali [de dezembro] e reduziu marginalmente sua exposição em ações no Brasil, enquanto na parcela global alguns hedges maturaram, e a posição voltou a ser liquidamente comprada. A posição aplicada em juros reais no Brasil foi mantida”, informou a carta da gestora de Luis Stuhlberger, divulgada nesta terça-feira, 9.
A mudança marca uma virada na estratégia da Verde após o aumento da exposição em junho do ano passado, quando a gestora estava de olho na tendência de corte de juros no mercado local. Os ganhos de dezembro, no entanto, vieram majoritariamente do exterior. A tendência de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos, somada a uma perspectiva de corte de juros, formou uma “combinação poderosa”, que permitiu os ganhos no mês.
“O grande fundamento por trás desses movimentos é a inflação americana, que continua arrefecendo, e permitiu ao Federal Reserve [Fed, o banco central americano] mudar sua postura para sinalizar que cortes de juro (e inclusive um eventual fim do aperto quantitativo) estão sim na mesa para 2024”, destacou a gestora.
Para além da posição em juros locais, a Verde mantém aplicação no juro real americano e tomados na parte curta da curva japonesa. A gestora continua ainda com uma pequena alocação em petróleo, além da exposição em crédito privado high yield local e global. Em moedas, houve uma redução marginal na posição na Rúpia indiana e um aumento na posição no peso mexicano, com funding no euro e na moeda chinesa (yuan).
O fundo Verde apresentou rendimento de 3,32% em dezembro, acima do rendimento do CDI de 0,9%. No acumulado de 2023, o fundo teve rendimento de 14,53%, contra um CDI de 13,05%.