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Vale (VALE3) afunda quase 5% na bolsa após balanço "decepcionante" no 3º tri

Mineradora entregou geração de caixa abaixo do esperado com alta dos preços do minério; resultado de metais básicos frustra mercado

Vale (VALE3): ações ficam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta (Germano Lüders/Exame)

Vale (VALE3): ações ficam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 28 de outubro de 2022 às 15h54.

Última atualização em 28 de outubro de 2022 às 17h36.

As ações da Vale afundaram quase 5% na bolsa nesta sexta-feira, 28, com investidores reagindo ao balanço da companhia divulgado na véspera. O resultado apresentado pela mineradora no terceiro trimestre foi considerado “fraco” e “decepcionante” por analistas que cobrem a empresa.

A grande preocupação foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), principal indicador de caixa da companhia. O Ebitda ajustado proforma das operações continuadas foi de R$ 19,3 bilhões, queda de 46,9% na comparação anual. 

Já se esperava que a Vale tivesse dificuldades de receita por conta do aumento do preço do minério de ferro, mas a queda do Ebitda foi ainda pior que a projetada. O indicador da companhia ficou 12% abaixo do consenso Bloomberg das expectativas dos analistas.

Na divisão de minério, os preços por tonelada sofreram forte redução, caindo de US$ 113,3 no segundo trimestre deste ano para U$D 92,6 no terceiro trimestre. “Somados aos ainda altos custos de combustíveis e frete acabaram por deflagrar um resultado abaixo de nossas expectativas. Nosso entendimento é que o resultado da operação veio aquém do esperado”, avaliou Ilan Albertman, analista da corretora Ativa Investimentos em relatório.

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O segmento de metais básicos, que inclui níquel e cobre, também deixou a desejar. O Ebitda da divisão foi de US$ 364 milhões, 38% inferior às estimativas do BTG Pactual, que vê a operação do segmento bem abaixo do seu potencial.

“Os preços realizados do níquel caíram 17% na comparação trimestral, e ficaram em linha com o benchmark, enquanto o cobre permaneceu amplamente estável na variação trimestre a trimestre, mas ainda mostrou um desconto relevante em relação ao benchmark”, avaliaram os analistas em relatório.

Para o BTG, o resultado da divisão de metais básicos pode, inclusive, jogar incertezas sobre uma eventual abertura de capital (IPO) do segmento. “Os resultados de metais básicos continuam bem abaixo do potencial, e alguns levantarão questões sobre o melhor momento para monetizar esses ativos em meio a contratempos operacionais contínuos”, afirmam.

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