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Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 06h41.
São Paulo e Brasília - O Brasil emitiu cerca de 3,2 bilhões de dólares em novo bônus com vencimento em janeiro de 2025 nesta quarta-feira, pagando o maior spread em quatro anos numa operação que, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, teve "objetivo qualitativo".
Segundo dados do próprio Tesouro, os novos títulos globais com vencimento em janeiro de 2025 vieram com yield (rendimento) de 4,305 por cento ao ano, o que representa spread de 180 pontos básicos sobre Treasuries norte-americanos.
Trata-se do maior spread visto em títulos de dez anos desde 2009, quando estava em 195 pontos e, na avaliação dentro do governo, essa elevação ocorreu porque as condições nos mercados internacionais mudaram.
O montante da operação ficou bem acima do lançamento original, de 1,5 bilhão de dólares, e pode ainda subir porque o Tesouro deve estender a emissão em até 50 milhões de dólares no mercado asiático. O resultado final da operação deve ser divulgado nesta quinta-feira.
Uma fonte ligada à emissão informou à Reuters que a demanda pelos papéis ficou em 7,4 bilhões de dólares, indicando apetite por parte dos investidores.
Simultaneamente à emissão de novos títulos, o Tesouro informou pela manhã que pretendia recomprar até 12,591 bilhões de dólares em nove títulos com vencimento variando de 2017 a 2030. Uma outra fonte próxima ao assunto, afirmou que ela deve ter ficado em torno de 2 bilhões de dólares.
QUALIDADE Durante a tarde, Augustin disse que a emissão tinha "objetivo qualitativo" e que as recompras programadas também ajudarão a melhorar a curva dos bônus brasileiros.
"O objetivo do leilão não é recompra total de títulos", afirmou.
Operadores já tinham afirmado ao IFR, serviço da Thomson Reuters, que o governo pretendia recomprar de 2 bilhões a 3 bilhões de dólares.
Esta é a segunda emissão externa do ano pelo governo brasileiro. Em maio, o Brasil lançou Global 2023 no valor total de 800 milhões de dólares, com rendimento de 2,75 por cento.
Os coordenadores da nova emissão são Bradesco BBI, Deutsche Bank e HSBC. Os últimos dois bancos coordenam a operação de recompra.