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SPX sai de commodities e aposta em China, transportes e consumo

Em carta aos investidores, Bernardo Meres reforça o desafio de bancos centrais ao redor do mundo para lidarem com inflação e projeta redução dos juros no Brasil em 2023

Em relação ao Brasil, o gestor destaca que o país tem passado por uma política econômica “extremamente ortodoxa” (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

Em relação ao Brasil, o gestor destaca que o país tem passado por uma política econômica “extremamente ortodoxa” (Witthaya Prasongsin/Getty Images)

KS

Karina Souza

Publicado em 7 de junho de 2022 às 08h51.

Última atualização em 7 de junho de 2022 às 15h49.

A SPX Capital, uma das maiores gestoras de recursos independentes do Brasil, reforçou o cenário desafiador pelo qual o mundo passa recentemente: a reversão completa das medidas de estímulo adotadas na pandemia, somadas ao conflito na Rússia e Ucrânia e, especialmente, o impacto global do aumento da inflação e dos juros.

Em relação ao Brasil, o gestor destaca que o país tem passado por uma política econômica “extremamente ortodoxa”, e cita como exemplo a paridade de preços da gasolina, que seguem paridade internacional mesmo com baixo volume de importações. “No campo fiscal, as travas de gastos funcionam e, apesar das motivações eleitorais, não se vê excessos”, escreve o gestor.

Sobre política monetária, a perspectiva de Selic em 13,25% aponta um grau de aperto “em terreno extremamente contracionista”. Nem por isso o cenário deve arrefecer tão cedo. A gestora consideraria “uma grande vitória” se a inflação retrocedesse de 12% para algum ponto dentro da banda de tolerância já no próximo ano.

“Estimamos que seria necessário provocar uma recessão de 4% do PIB para promover uma convergência para o centro da meta já em 2023. Posteriormente, seria preciso cortar drasticamente os juros para não errar a meta de 2024 para baixo (...) Vemos um Brasil que caminha para o antigo equilíbrio dos juros altos, câmbio apreciado e baixo crescimento crônico”, afirma o gestor.

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De modo geral, as estimativas da gestora são de superávit primário em 2022, com melhora da projeção do orçamento em 1,5% na comparação com o período pré-conflito.

Nesse cenário, a firma está com posições vendidas em setores cíclicos nos Estados Unidos e em índices na Europa. E segue comprada na China, buscando aproveitar a reabertura da economia. No Brasil, está com posições vendidas no setor de tecnologia e no índice de ações, mas comprada em consumo e transporte.

Nas commodities, houve redução de maneira geral e atualmente a gestora não mantém posições relevantes.

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