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Sem coleção de meia estação, Renner precisa dar mais descontos e vê lucro líquido cair 76% no 1º tri

Além da inadimplência ainda alta das famílias afetar as vendas, companhia admitiu erro de estratégia ao antecipar peças de outono-inverno nas lojas

As vendas digitais cresceram 1,4%, para R$ 448 milhões de GMV (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

As vendas digitais cresceram 1,4%, para R$ 448 milhões de GMV (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 3 de maio de 2023 às 19h26.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 20h24.

O ambiente macroeconômico e o clima continuaram desafiando o desempenho da Lojas Renner (LREN3) no primeiro trimestre, quando a companhia registrou queda de 75,6% do lucro líquido, para R$ 46,8 milhões. No quarto trimestre a companhia já havia sofrido com impacto da Copa do Mundo e temperaturas mais baixas para o verão.

Além da inadimplência ainda alta das famílias, a companhia admitiu um erro de estratégia na troca de coleção, optando por reduzir itens de meia estação e entrar mais cedo com as peças de inverno. Mas março manteve temperaturas em patamares mais altos do que a empresa esperava.

A escolha fez com que o avanço das vendas ficasse em apenas 2,2%, chegando a R$ 2,28 bilhões de receita líquida do varejo. A margem da operação também foi menor, passando de 55,1% para 54,1% por causa da maior necessidade de descontos e dificuldade de girar a coleção outono-inverno.

Veja também: Shein produzindo no Brasil: qual é o impacto para o varejo de moda nacional?

Entre as marcas do grupo, a Renner foi a de pior desempenho, coma  margem caindo 1,3 ponto percentual, para 54,1%. Já a Youcom teve margem de 60,2%, um ganho de 1,7 ponto percentual, e a Camicado, 50,3% (+1,8%).

Inadimplência continua pressionando serviços financeiros

A operação do braço de serviço financeiro da empresa também seguiu pressionada neste trimestre. O resultado ficou negativo em R$ 10,3 milhões, ante lucro de R$ 85,2 milhões um ano antes, por causa da necessidade de provisionamento para perdas por causa de inadimplência, que saltou 107%, para R$ 346,8 milhões.

A carteira de crédito da companhia somou R$ 6,15 bilhões, com os vencidos indo de 22,1%, no primeiro trimestre do ano passado, para 28,3%. Já o índice de perda líquida passou de 3,5% para 5,6%. 

Considerando o consolidado da operação, varejo e serviços financeiros, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Lojas Renner total ajustado foi de R$ 251,8 milhões, recuo de 34,3% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

O provisionamento com perdas foi o principal fator de impacto negativo para o resultado da companhia, somado às despesas adicionais de baixa de ativos de R$ 16 milhões (R$ 10,6 milhões líquidos de impostos).

A companhia concluiu o trimestre com uma posição de caixa de R$ 2,76 bilhões e endividamento bruto de R$ 2,39 bilhões.

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