Rumo apresenta números que devem mostrar o impacto (Rumo/Divulgação)
Marcelo Sakate
Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 06h10.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2022 às 06h17.
Principal operadora ferroviária independente do país, a Rumo (RAIL3) divulga o seu resultado do quarto trimestre nesta quinta-feira, dia 17, depois do fechamento do mercado.
A companhia, que faz parte do grupo Cosan (CSAN3), deve mostrar números abaixo do registrado um ano antes, em razão de um mix desfavorável que inclui de condições climáticas adversas que derrubaram o volume de grãos transportados até o aumento do preço do diesel em razão da disparada da cotação internacional do petróleo.
"Os volumes do quarto trimestre da Rumo foram divulgados anteriormente, caindo 2% ano x ano, impactados pela colheita de milho mais fraca este ano. Em termos de rendimentos, esperamos que diminua no ano x ano, refletindo a estratégia comercial da empresa de focar em volumes para aumentar sua capacidade incremental", escreveram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia, do BTG Pactual, Bruno Lima e Marcel Zambello, do BTG Pactual digital, em relatório no início do mês sobre a prévia dos resultados do setor de transporte & bens de capital.
As projeções dos analistas do BTG Pactual (BPAC11) apontam uma receita líquida de 1,578 bilhão de reais no quarto trimestre; Ebitda de 547 milhões de reais; e um prejuízo líquido de 255 milhões de reais no período. Esses números representariam uma queda anual de 5% e 28% para a receita e o Ebitda, respectivamente.
"Além dos resultados, esperamos que os investidores acompanhem: (i) o início do projeto do Lucas do Rio Verde,
que esperamos para o próximo ano; (ii) impactos das piores condições climáticas no Sul do país, principalmente
no Rio Grande do Sul, e (iii) acompanhamento de indicadores de produtividade e volume", apontaram
Os analistas fazem referência a duas visões importantes para o investidor: o impacto no curto prazo com a estiagem que já derrubou volumes transportados até o terceiro trimestre em razão da quebra da safra de milho; e indicadores de produtividade que sinalizam uma melhora operacional relevante para o médio e o longo prazo.
Os números, portanto, podem fornecer mais subsídios sobre a oportunidade de compra da ação da empresa na baixa. O papel acumula queda pouco acima de 10% nos últimos dois meses, o que significa que a empresa não conseguiu aproveitar o momentum favorável na bolsa brasileira com o forte ingresso de capital do investidor estrangeiro.
Desde o último dia 7, no entanto, as ações corrigiram parte da queda e subiram 12%, depois da divulgação da prévia operacional dos três últimos meses do ano. No fechamento da quarta, dia 16, estava a 16,71 reais.
"Negociando a 9,2x EV/EBITDA em 2022, acreditamos que os níveis atuais de valuation da Rumo já precificam um cenário de curto prazo mais fraco, enquanto os catalisadores de longo prazo permanecem praticamente intactos", apontaram os analistas do BTG Pactual. Na ocasião do relatório, o papel havia sido negociado na véspera a 15,22 reais.