ITAÚ: começa a valer nesta segunda-feira as novas regras para o uso do rotativo do cartão de crédito / Reuters
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2017 às 06h37.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h49.
A partir desta segunda-feira nenhum brasileiro poderá usar por mais de 30 dias o crédito rotativo do cartão de crédito. A taxa de juros deste produto é o principal algoz dos inadimplentes, com estrondosos 481,5% ao ano. A partir de agora, assim que vencer a segunda fatura, o cliente terá de quitar a primeira conta ou trocar essa dívida por um novo empréstimo.
Em teoria, um empréstimo parcelado tem taxa de juro mais barata que a do cartão de crédito. Em média, enquanto os juros do rotativo estão em 15% ao mês, os juros no parcelado estão em cerca de 8% ao mês. Mas, na prática, as diferenças podem não ser tão grandes assim. Os principais bancos do país sinalizaram que cobrarão juros semelhantes aos que vinham praticando no rotativo nos últimos meses.
No Banco do Brasil, enquanto o juro do rotativo varia atualmente de 1,92% a 9,79% mensais, a taxa do parcelado terá variação de 1,91% a 9,38%. No Bradesco, o juro do rotativo estava variando entre 3,6% e 9,8% ao mês. Com a nova regra, o banco decidiu acabar com a linha de crédito rotativo. Neste caso, o cliente que não conseguir quitar integralmente a fatura do cartão contratará automaticamente o parcelamento do valor em 12 vezes com juros entre 3,6% e 9,8% – os mesmos que o banco vinha cobrando do rotativo. O Santander também anunciou o fim do rotativo, e informou que passará a parcelar automaticamente o saldo entre quatro e 18 vezes com juros entre 2,99% e 9,99%. No Itaú, enquanto os juros no rotativo estão em 9,99% mensais, os juros da dívida que poderá ser parcelada terá variação entre 0,99% a 8,9% ao mês.
“A medida é benéfica tanto para o cliente quanto para o banco, mas será preciso monitorar por um tempo para saber quanto realmente os juros estão caindo. Por enquanto, a única certeza que temos é que obrigatoriamente ele tem que ser menor, para seguir a determinação do Conselho Monetário Nacional”, diz Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. Será, de fato, preciso monitorar de perto.