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Revolução no venture capital: como o Touring Capital está redefinindo o setor

Rodadas menores de financiamento e foco em avaliações mais sustentáveis são a aposta de fundo para renovar o mercado

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 07h25.

O setor de venture capital tem enfrentado desafios estruturais profundos nos últimos anos, marcados por uma queda nas ofertas públicas iniciais (IPOs) e um aumento no rigor regulatório em fusões e aquisições bilionárias. Essa conjuntura força os fundos a repensarem suas estratégias, buscando retornos mais previsíveis e liquidez em prazos reduzidos.

Em resposta a esse cenário, o Touring Capital, fundo lançado em 2023, apresenta uma abordagem inovadora: rodadas de financiamento menores, avaliações mais realistas e saídas rápidas, priorizando eficiência e retornos sustentáveis. A reportagem é do The Wall Street Journal.

Fundado por Nagraj Kashyap, veterano de grandes fundos como SoftBank Vision Fund e Qualcomm Ventures, o Touring Capital concentra-se em rodadas Série B, com aportes de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões (R$ 182 milhões a R$ 243 milhões). Esse modelo contrasta com as tradicionais rodadas acima de US$ 150 milhões (R$ 911 milhões), oferecendo menos diluição para fundadores e investidores iniciais, além de facilitar saídas mais rápidas e lucrativas mesmo em um ambiente econômico desafiador.

Kashyap destaca que muitas startups permanecem privadas por até 15 anos antes de abrir capital, o que imobiliza recursos de investidores por longos períodos. Além disso, aquisições superiores a US$ 1 bilhão (R$ 6,07 bilhões) enfrentam barreiras regulatórias e operacionais crescentes, tornando-se cada vez mais raras. Nesse contexto, rodadas menores são uma solução pragmática: menos capital captado significa maior flexibilidade para fundadores planejarem saídas em avaliações sustentáveis.

Portfólio estratégico e alinhado ao mercado

O Touring Capital já liderou investimentos em empresas promissoras, como:

  • SafeBase: gestão de conformidade em segurança usando inteligência artificial;
  • Daloopa: organização de dados financeiros complexos;
  • Pixis: infraestrutura de IA para marketing sem programação;
  • CuspAI: IA generativa para desenvolvimento de novos materiais.

Essas escolhas destacam o compromisso do fundo com setores emergentes e crescimento sustentável.

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