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Renda fixa tem captação recorde e fluxo deve continuar, prevê Anbima

Segmento tem a maior captação para um 1º trimestre desde 2012; emissões de debêntures são destaque

Aumento na taxa de juros mantém protagonismo da renda fixa (triloks/Getty Images)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 12 de abril de 2022 às 13h13.

O primeiro trimestre de 2022 foi um período de recorde no mercado de capitais brasileiro, com 105,2 bilhões de reais captados – sendo 93,5 bilhões de reais apenas em renda fixa.

Divulgado nesta segunda-feira, 12, pela Anbima, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, o balanço voltou a mostrar o protagonismo da renda fixa no mercado.

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O motivo está na escalada da taxa básica de juros, a Selic, que subiu de 2% para 11,75% em pouco mais de um ano, aumentando os rendimentos dos produtos e, consequentemente, a atratividade da categoria.

“Foi um trimestre de migração do fluxo de recursos da renda variável para a renda fixa. Foi um período difícil para as emissões em renda variável, onde não houve quase nenhum IPO [oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês]”, afirmou José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, em conversa com jornalistas.

O volume de emissões de IPOs foi de 400 milhões de reais, uma queda de 98% frente aos 20,6 bilhões de reais captados no mesmo período do ano anterior. Por outro lado, o mercado de debêntures – grande destaque da renda fixa – movimentou 55,9 bilhões de reais e apresentou captação com volume 80,6% maior do que o registrado em 2021.

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Laloni também destacou o desempenho de dois produtos lançados no último ano: as notas comerciais e os Fiagros. As notas comerciais passaram de 2,7 bilhões de reais captados em 2021 para 9,9 bilhões de reais movimentados apenas no primeiro trimestre de 2022 – ficando atrás apenas das debêntures em captações. Já os Fiagros apresentaram crescimento mais lento, passando de 1,2 bilhão de reais em captação no último ano para 1,9 bilhão de reais nos primeiros três meses deste ano.

Para os próximos meses, a expectativa da Anbima é de um mercado ainda bastante aquecido na renda fixa – especialmente por conta da expectativa de novas altas na taxa de juros após a inflação surpreender para cima. “Estamos com uma programação forte para os próximos três meses, com muitas emissões. A retração na renda variável deve seguir aumentando o fluxo na renda fixa”, disse Laloni.

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