Assaí Atacadista: lucro da empresa cai no 3º tri pressionado por aumento do nº de lojas (Paulo Whitaker/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 21 de outubro de 2022 às 07h36.
Última atualização em 21 de outubro de 2022 às 08h44.
Bolsas internacionais dão continuidade às perdas da segunda metade do último pregão nesta sexta-feira, 21, ainda pressionadas pela expectativa de juros mais altos nos Estados Unidos. O rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano volta a subir nesta manhã, chegando a beirar 4,30% pela primeira vez desde 2008. A alta dos juros americanos também tem efeito sobre o mercado de câmbio, com investidores em busca de dólares para aproveitar a maior atratividade dos títulos, considerados os mais seguros do mundo.
No radar de investidores estrangeiros ainda estão os dados de vendas do varejo britânico, que apresentou contração maior que a esperada para setembro. A queda no mês foi de 1,5% ante consenso de recuo de 0,3%. Na comparação anual, as vendas caíram 6,2%.
O mercado internacional também segue atento à agenda de divulgação de resultados do terceiro triemestre. Tesla, AT&T e Goldman Sachs foram alguns dos balanços da semana, mas a sexta promete ser mais morna, sem a divulgação de gigantes do mercado americano. Na Europa, será a vez da Renault apresentar seus números.
Desempenho dos indicadores às 7h35 (de Brasília):
A temporada de balanços também teve início no Brasil, com o resultado do Assaí abrindo o período de divulgações no país. O lucro da rede de hipermercados recuou 48% frente ao terceiro trimestre de 2021 para R$ 281 milhões. A abertura de novas lojas, segundo o Assaí, prejudicou a rentabilidade. A receita líquida teve alta anual de 29% para R$ 13,8 bilhões.
Analistas da Ativa classificaram o resultado como "sólido e em linha com o esperado". "Mesmo diante da deflação no trimestre jogando pressão no ticket médio, a companhia apresentou uma dinâmica comercial mais competitiva, com alta no fluxo de cliente, controle de despesas e rápida maturação das novas lojas", avaliou o analista Pedro Serra em relatório.
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As vendas brutas consolidadas do Novo GPA (que incluem receita de postos e do Grupo Éxito e excluem o resultado do Extra Hiper) atingiram R$ 11,542 bilhões, segundo prévia operacional divulgada na última noite. O montante representa um crescimento de 9,5% frente ao mesmo período do ano passado. Excluindo os postos, a receita teve alta anual de 11%, com as vendas nas mesmas lojas subindo 14,9%.
No mercado brasileiro, as vendas do novo GPA aumentaram 10,6%. O destaque ficou para segmento Proximidade, em que as vendas aumentaram 25,3% para R$ 682 milhões. O GPA atribuiu o crescimento ao "aumento de vendas no setor de líquidas, padaria e rotisserie, além do aumento contínuo no fluxo das lojas de passagem e maior número de lojas atendendo os parceiros de last mile".
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A Americanas foi questionada pela B3, por meio de Convênio de Cooperação com a CVM, sobre as oscilações atípicas de suas ações nos últimos pregões. A Americanas desabou 20% nos últimos dois dias, destoando do restante da bolsa e de papéis do mesmo setor. Mas a empresa disse "não tem conhecimento de nenhum fato" que tenha levado à desvalorização no papel.
No mercado, ainda que ninguém se comprometa com a origem das informações, os rumores que circulam é de que a empresa irá apresentar um fraco balanço para o terceiro trimestre. O resultado está previsto para 10 de novembro. As ações da Americanas caíram 33% desde a semana passada.
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A rede de farmácias Pague Menos anunciou sua projeção para abertura de novas lojas nos próximos dois anos. A empresa espera abrir 60 em 2023 e 120 em 2024. As projeções, no entanto, não levam em consideração eventuais fechamentos de lojas.
A 3R celebrou termo de compromisso para a emissão de US$ 500 milhões em debêntures junto ao banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame). Os recursos, segundo informou a empresa, serão destinados na conclusão da aquisição do Polo Potiguar, localizado no Rio Grande do Norte.
O Conselho da Minerva aprovou a aquisição da Australian Lamb Company, uma das principais processadoras de ovinos da Austrália. A compra será feita por uma Joint Venture com Salic em que a Minerva terá participação de 66%. O valor total da compra foi firmado em US$ 260 milhões, com aporte de US$ 169 milhões pela Minerva e o restante pela Salic.
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