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“Reação absolutamente extremada”, diz CEO do Bradesco sobre queda dos mercados

Bolsas de todo o mundo operam em baixa com receio de uma possível recessão nos Estados Unidos

Marcelo Noronha, CEO do Bradesco: reação dos mercados foi "absolutamente extremada"

Marcelo Noronha, CEO do Bradesco: reação dos mercados foi "absolutamente extremada"

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 11h23.

Última atualização em 5 de agosto de 2024 às 14h50.

O dia é de forte turbulência para as bolsas globais, com índices do mundo inteiro em queda, impulsionados pelo temor de uma possível recessão nos Estados Unidos. Para Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, o movimento do mercado é “extremado” e não reflete a realidade da economia americana. 

“É uma reação absolutamente extremada. Todos os mercados vão pagar e cair em cadeia: Ásia, Europa, Brasil, Estados Unidos”, afirmou Noronha nesta segunda-feira, 5, em coletiva para comentar os resultados do banco no segundo trimestre, nesta segunda-feira, 5.

O temor nos mercados vem na esteira de dados mais fracos que o esperado na economia americana. Na última semana, os números do payroll mostraram que o mercado de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o previsto. Em julho, o país criou 114 mil vagas de emprego, quase metade do que em junho, quando foram adicionados 206 mil novos postos no país. A expectativa de economistas ouvidos pela agência Reuters era de 175 mil novos empregos. A taxa de desemprego também surpreendeu, ficando em 4,3%, maior nível desde outubro de 2001, enquanto as projeções apontavam que ela se mantivesse em 4,1% igual a junho.

Para Noronha, os dados não são definitivos e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter a trajetória de corte de juros para a próxima reunião o que pode, inclusive, beneficiar o Brasil. “Não estamos trabalhando com um cenário de subida de taxas [no Brasil].”

Caso a atual Selic de 10,5% ao ano se mantenha, Noronha projeta um PIB um pouco menor para 2025, mas sem estancar o crescimento. “Tenho uma visão otimista, [mas] com pé no chão.”

Resultado do Bradesco

Bradesco (BBDC4) surpreendeu positivamente o mercado nesta segunda-feira, 5. O lucro líquido recorrente do banco ficou em R$ 4,7 bilhões – 7% acima das expectativas dos analistas compiladas pela Bloomberg. A rentabilidade também melhorou: o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) melhorou de 10,5% para 11,7% na comparação anual, em seu maior nível desde o terceiro trimestre de 2022.

As ações do Bradesco acumulam baixa de 20% este ano. Nesta segunda-feira, no entanto, os papéis operam em alta de 5% próximo às 11h45 – uma das únicas altas do dia.

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