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Queda de estímulos, privatização da Eletrobras e o que mais move o mercado

Com forte recuperação da economia americana, ata do Fed aborda reduzir ritmo de compra de ativos; investidores esperam por dados de desemprego americano

Eletrobras: Câmara aprova privatização; texto vai para o Senado | Foto: Dado Galdieri/Bloombreg (Dado Galdieri/Bloomberg)

Eletrobras: Câmara aprova privatização; texto vai para o Senado | Foto: Dado Galdieri/Bloombreg (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de maio de 2021 às 07h01.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 07h08.

Os principais índices de ações voltam a cair no exterior nesta quinta-feira, 20, podendo chegar ao quarto dia consecutivo de perdas. No radar dos investidores, seguem as preocupações sobre redução de estímulos por parte do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para atenuar a alta da inflação nos Estados Unidos. 

No mercado de futuros americano, os índices  S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caem cerca de 0,6%. Na Europa, todas as bolsas estão no vermelho nesta manhã, com o Stoxx 50 recuando 0,23%.

Divulgada na tarde de quarta-feira, 19, a ata da última decisão monetária do Fed alertou que já vem sendo discutida a redução de estímulos por meio de programas de recompras de títulos

“Um número de participantes sugeriu que, se a economia continuar a progredir rapidamente em direção às metas, pode ser apropriado em algum ponto das próximas reuniões começar a discutir um plano para ajustar o ritmo de compras de ativos”, diz a ata.

Desemprego americano

Os pedidos semanais de seguro desemprego, que serão divulgados nesta manhã, devem trazer nova pista aos investidores sobre o nível de recuperação da economia americana. A expectativa é de que sejam registrados 450.000 pedidos, renovando a mínima desde março de 2020. 

Caso os pedidos venham muito abaixo das expectativas, o mercado pode reagir negativamente, com medo de que a torneira dos estímulos seja fechada - mesmo que parcialmente. 

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Privatização da Eletrobras

No Brasil, as atenções voltam-se para Brasília. Isso porque após anos de discussão, a Câmara aprovou na última noite a medida provisória (MP) que prevê a capitalização da Eletrobras de forma que o governo fique com menos da metade das ações da empresa, deixando de ser o acionista majoritário. 

O texto, no entanto, dará ao governo o direito sobre ações especiais chamadas “golden share”, que lhe garantirá o direito de veto sobre temas polêmicos, mesmo com a empresa privatizada. 

Para que entre em vigor, a MP ainda precisará ser aprovada no Senado para então ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro. 

Na expectativa de que a privatização fosse aprovada pela Câmara, investidores aumentaram suas posições nas ações da Eletrobras no último pregão, com suas ações ordinárias (ELET3) e preferenciais de classe B (ELET6) fechando entre as maiores valorizações do dia, com altas de 4,17% e 3,62%, respectivamente. 

CPI da Covid

No Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deve voltar à CPI da Covid, após suas condições de saúde terem levado à suspensão da sessão de ontem, que será reiniciada nesta quinta. Na véspera, Pazuello colocou em prática o plano de blindar o presidente Jair Bolsonaro, chamando para si toda a responsabilidade de sua gestão. Sem causar grandes danos à estabilidade do governo, a CPI tem passado quase que despercebida pelo mercado.

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