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Produção industrial nos EUA e desoneração da folha de pagamento no Brasil: o que move o mercado

Investidores também acompanham a publicação dos números das vendas do varejo de julho e os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos

Radar: investidores locais acompanham o fiscal nesta quinta-feira, 15 (Jonas Pereira /Agência Senado/Flickr)

Radar: investidores locais acompanham o fiscal nesta quinta-feira, 15 (Jonas Pereira /Agência Senado/Flickr)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 08h39.

Os mercados internacionais operam majoritariamente no azul nesta quinta-feira, 15. Os índices futuros dos Estados Unidos registram um leve avanço, o que pode sugerir um terceiro dia de ganhos seguidos das bolsas. Na Europa, os ganhos também são modestos, com investidores avaliando o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido que cresceu 0,6% no segundo trimestre ante o primeiro, em linha com as expectativas. Apenas em junho, a produção industrial britânica aumentou 0,8%, mais que o previsto.

Na contramão do mercado, na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única após o crescimento menor do que o esperado da produção chinesa em julho, o que decepcionou investidores. Entretanto, houve um aumento na nas vendas do varejo na China, o que pode pesar de forma positiva. No Japão, o avanço acima do esperado no crescimento do PIB no segundo trimestre de 2024 também animou o mercado.

Produção industrial e pedidos de auxílio-desemprego

Na agenda de indicadores, o destaque é a divulgação de três indicadores econômicos nos Estados Unidos. Às 9h30, sairá as vendas do varejo, em que a Genial Investimentos estima uma alta mensal em julho de 0,4%, ante uma estabilidade (0%) em junho. Também às 9h30, o Departamento do Trabalho divulga os novos pedidos de seguro-desemprego, com estimativa da casa em 235 mil, ante os 233 mil anteriores. Já às 10h15, há a publicação dos números da produção industrial de julho, com estimativa para uma queda de 0,3% em julho, frente uma alta de 0,6% no mês anterior.

Os números podem fornecer ainda mais pistas sobre os próximos passos da política monetária por lá. Os dados anteriores da inflação (CPI e PPI) trouxeram uma leitura benigna da economia americana e aumentaram as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) cortará juros pela primeira vez em quatro anos e meio, na reunião de setembro. A dúvida é quanto à magnitude da queda. O PPI abaixo do esperado havia aumentado apostas de um recuo de 0,50 ponto porcentual, entretanto, o CPI ligeiramente acima do esperado reduziu essas apostas.

Fiscal no Brasil

Com a retomada dos trabalhos no Congresso, o fiscal volta a ser foco dos investidores e pode gerar volatilidade ao mercado local. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou para hoje a análise do projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos.

Na última terça-feira, 13, a Câmara dos Deputados aprovou a segunda parte do texto-base da da regulamentação da Reforma Tributária por 303 votos favoráveis e 142 contrários — eram necessários 257 votos. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), havia anunciou que os destaques (propostas de alteração) seriam votados hoje. No entanto, Lira deve adiar a análise dos destaques até encontrar uma solução para o impasse a respeito da suspensão das emendas parlamentares.

Esse impasse, por sua vez, veio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que determinou a suspensão de todas as emendas impositivas apresentadas por congressistas ao orçamento da União. Dino quer que sejam criadas regras de transparência e rastreabilidade dos recursos e, até lá, barrou a execução.

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