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Preço dos grãos cai pela primeira vez após o começo da guerra na Ucrânia

A volta do movimento de exportação ucraniana e as safras no Brasil e na Argentina colaboram para a queda do preço dos grãos

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Grãos: Apesar das quedas, regiões do mundo ainda sofrem com crise alimentar (Lucas Ninno/Getty Images)

Grãos: Apesar das quedas, regiões do mundo ainda sofrem com crise alimentar (Lucas Ninno/Getty Images)

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Roberto Bodetti

Publicado em 15 de agosto de 2022, 16h16.

A cotação internacional dos grãos está enfrentando a maior queda desde 2008, mesmo com o prosseguimento do conflito entre Ucrânia e Rússia.

A queda se da pela volta das exportações ucranianas de alimentos. Os produtos agrícolas ucranianos voltaram a ser escoados a partir do dai 1º de agosto, após um acordo entre Rússia, Ucrânia e Turquia.

O índice global de custo de alimentos (FAO Food Price Index) da Organização das Nações Unidas (ONU) despencou quase 9% no mês de julho.

Essa é a queda mais expressiva desde o começo da guerra na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, quando as tropas russa invadiram o país vizinho.

A Ucrânia e a Rússia são entre os maiores países do mundo em termos de exportação de grãos.

A queda continua do Índice de preços da FAO representou um alívio para muitos países, prejudicados com um aumento dai inflação e com uma possível crise alimentar em escala global.

“O aumento das disponibilidades sazonais na Argentina e no Brasil, onde as colheitas de milho progrediram acima do ritmo do ano passado, também ajudaram a aliviar a pressão sobre os preços”, informou a FAO em nota.

Entretanto, apesar do índice global de custo de alimentos da ONU mostrar uma queda nos preços, esses últimos continuam elevados no mundo todo, e regiões como Sahel, na África, passam por uma grande crise alimentar, com milhões de pessoas no continente africano que estão enfrentando a fome.

Os preços dos alimentos já haviam subido durante a pandemia, pois os problemas logísticos causaram problemas e a demanda superou a oferta à medida que a economia se recuperava.

Russia a Ucrânia acordam reabertura dos portos

O acordo entre a Russia e Ucrânia, assinado no dia 22 de julho na Turquia, permitiu para Kiev de voltar a exportar grãos.

No dia primeiro de agosto o primeiro navio carregado de grãos zarpou da Ucrânia. Essas foram as primeiras exportações de grãos realizadas pela Ucrânia desde o início da guerra.

A Turquia e a Organização das Nações Unidas estão mediando as negociações desde então, para evitar possíveis conflitos e garantir que as exigências feitas por ambos os países sejam cumpridas.

No mês de julho, a Ucrânia exportou cerca de US$ 3 bilhões em grãos, por ferrovias e hidrovias, valor que representa apenas metade da capacidade de exportação do país antes de guerra.

De acordo com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, a Ucrânia tem cerca de US$ 10 bilhões em grãos disponíveis para a venda agora que houve um acordo de exportação, e ressalta a possibilidade de comercializar a colheita atual.

Mesmo com acordo, exportação continua turbulenta

Apesar do acordo, as exportações ucranianas ainda passam por um momento de turbulência.

Um dos problemas encontrados é a falta de segurança no transporte, uma vez que rotas marítimas utilizadas atravessam trechos do Mar Negro onde foram depositadas minas navais.

Além disso, um dia após as negociações, a Russia bombardeou o porto de Odessa, que é um dos portos que foram contemplados no acordo.

O navio ucraniano Razoni, o primeiro a sair do Ucrânia desde as negociações, foi barrado no seu local de destino, o Líbano. O Razoni carregava 26 toneladas de milho e a sua previsão de chegada no porto era para o domingo, 7.

A entrega ucraniana foi rejeitada pelo comprador libanês, que citou um atraso de mais de 5 meses na entrega. Por hora, o navio está parado na Turquia aguardando uma nova ordem de destino.

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