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Por que os bancos apostam na novata da Bolsa

As ações da locadora de veículos Movida valorizaram 16,5% desde o IPO; ao menos quatro bancos recomendam a compra dos papéis

Movida: ações podem valorizar até 60% (Movida/Divulgação)

Movida: ações podem valorizar até 60% (Movida/Divulgação)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 26 de março de 2017 às 06h00.

Última atualização em 26 de março de 2017 às 17h21.

São Paulo — O BTG Pactual e o Santander começaram, na última semana, a cobertura das ações da locadora de veículos Movida recomendando a compra dos papéis. Desde que estreou na Bolsa, no último dia 8 de fevereiro, as ações da companhia valorizaram 16,5%, sendo negociadas a pouco mais de 8 reais.

De acordo com o BTG, um dos pontos fortes da Movida é o poder de barganha com os fornecedores. O banco chama a atenção para a escala de aquisições alcançada pela empresa, que permite que ela consiga não apenas descontos na compra dos carros, mas a redução dos custos de manutenção.

“Acreditamos que a empresa construiu uma posição estratégica única que, combinada com um inteligente plano de negócios, deve se traduzir em um crescimento contínuo e bons retornos”, diz o banco em relatório. 

A expectativa da retomada da atividade econômica do país e o bom momento vivido pelo setor de aluguel de carros também devem pesar no desempenho dos papéis. O BTG estima valorização de mais de 60% do valor das ações, com preço-alvo em 14 reais em um ano.

A Movida também conquistou a confiança dos analistas do Santander, que iniciaram a recomendação afirmando que ainda há espaço para outra empresa grande no setor de aluguel de veículos, hoje liderado pela Localiza.  Em um ano, o banco espera que as ações da companhia valorizem mais de 30%, com preço-alvo de 11,60 reais. 

Em um relatório enviado aos clientes, o Santander chama a atenção para as operações da Movida que “atingiram os níveis de referência do setor” por serem realizadas em larga escala — o que possibilita ter o mesmo poder de negociação com as montadoras que os líderes do setor — e pelo giro eficiente de ativos. 

Os analistas destacam, no entanto, que a operação de venda dos carros usados ainda não está totalmente amadurecida. No último ano, dizem no documento, a companhia iniciou a construção de lojas próprias para veículos seminovos, que devem estar em uma situação estável até o final de 2018. Se isso acontecer, estimam, a Movida terá um grande catalisador para o crescimento do ROIC (retorno sobre capital investido, da sigla em inglês) nos próximos anos.

Resultados

Na última quinta-feira, a Movida apresentou os resultados financeiros referentes ao último trimestre de 2016. No período, a companhia registrou lucro líquido de 1,129 milhão de reais — mais de 90% menos do que o registrado um ano antes. O motivo da queda, segundo a empresa, foram os investimentos para ampliação da frota, abertura de novos pontos e aumento das estrutura administrativa.

De outubro a dezembro de 2016, a receita líquida foi de 493 milhões de reais, 30% mais do que no mesmo período de 2015. Já o lucro antes de juros e impostos (Ebit) caiu 10,8% na mesma base de comparação, para 60,6 milhões de reais.

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