Zimerman, CEO da Petz: plataforma de serviços para pets é prioridade, mas empresa quer manter a qualidade (Petz/Divulgação)
Bianca Alvarenga
Publicado em 10 de maio de 2021 às 23h00.
Última atualização em 13 de maio de 2021 às 12h15.
A Petz (PETZ3), maior empresa de produtos e serviços para animais de estimação do Brasil, reportou seus dados do 1º trimestre nesta segunda-feira (dia 10). A rede registrou um crescimento de 52,8% no faturamento nos primeiros três meses de 2021, alcançando 537,5 milhões de reais.
O destaque veio das vendas digitais, que mais que triplicaram em relação ao mesmo período do ano passado. Atualmente, de cada 10 reais faturados pela rede de produtos pet, quase 3 vêm do e-commerce.
"O digital está em trajetória ascendente. Registramos um crescimento substancial do online, acima da média do mercado. Além disso, nosso índice de omnicanalidade bateu novo recorde", disse Sergio Zimerman, fundador e CEO da Petz, em entrevista exclusiva à EXAME Invest.
O índice de omnicanalidade, que mede a proporção de vendas que são feitas por um meio digital (aplicativo ou site) e que são ou entregues em casa ou retiradas pelo cliente na loja, alcançou 84,7% da receita bruta total.
Parte do avanço do digital se deve justamente ao avanço da rede física. Por mais contraditório que possa soar, na Petz a abertura de lojas ajuda a reforçar as vendas online -- principalmente durante a pandemia.
"Abrimos 5 lojas no primeiro trimestre do ano. Nos últimos 12 meses alcançamos nosso objetivo de abrir mais de 30 lojas e queremos manter essa mesma meta para 2021", afirma Zimerman.
A inauguração mais recente foi uma loja em Palmas, no Tocantins. Com a chegada à capital do estado, a Petz marca presença em 16 estados e no Distrito Federal. O objetivo é chegar aos 10 estados restantes até 2025, de acordo com o executivo da empresa.
Para aumentar a capilaridade da marca, a abertura de lojas nos próximos anos será focada no que a empresa chama de "espalhamento". Ao invés de buscar reforçar presença em grandes centros urbanos, a Petz pretende chegar a regiões novas. De cada 4 lojas abertas, 3 atenderão ao critério de "espalhamento".
O desafio de curto prazo é o recrudescimento da pandemia do coronavírus. Embora as lojas e os centros de atendimento veterinário da Petz tenham ficado abertos, por serem considerados serviços essenciais, a crise tem efeitos secundários para a empresa.
A abertura de lojas em 2021, por exemplo, acontecerá de forma mais intensa segundo semestre do ano. Zimerman conta que obras estão atrasadas em razão do fechamento de algumas regiões e do atraso para obtenção de licenças de construção.
"Nosso objetivo é abrir mais de 30 lojas no ano, mas não temos um número fechado, por causa principalmente das incertezas na área de construção. Apesar dos contratempos, não pretendemos reduzir a meta. Queremos manter e entregar o que prometemos no IPO", diz o CEO da Petz.
Além da raiz bem estabelecida no varejo, a Petz também quer criar uma plataforma integrada de serviços para pets, como day care, dog walker e adestramento. O atendimento nas clínicas, que cresceu mais de 50% no primeiro trimestre, foi só o primeiro passo disso.
"Queremos fazer essa ampliação com muita cautela, para que tenhamos sinergia e qualidade nas investidas do nosso ecossistema. Foi um trimestre rico no sentido de aprofundar conversas com empresas que oferecem esses serviços e para separar o joio do trigo", conta Zimerman.
O executivo conta que o caminho mais provável para o crescimento será pela aquisição de pequenos concorrentes, e que isso poderá ser feito com a própria estrutura de caixa que a Petz tem, não demandando captações adicionais.
No mês passado, a Cobasi anunciou a compra da Pet Anjo, empresa que intermedia serviços para pets e donos de pets. A incursão mostra que a principal concorrente da Petz também está de olho no enorme mercado de atendimentos a animais de estimação.
"Temos que andar o mais rápido possível, sem abrir mão da satisfação dos clientes. Qualquer serviço que for adicionado à nossa plataforma poderá ser contratado com tranquilidade, porque no final das contas é a Petz quem garante a qualidade", observa o CEO da empresa.
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