Mercado teme que lockdown na China afete a demanda por petróleo (Nick Oxford/File Photo/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 28 de março de 2022 às 12h39.
Última atualização em 28 de março de 2022 às 17h42.
O preço do barril de petróleo caiu mais de 10% nesta segunda-feira, 28, com investidores preocupados com a demanda após anúncio de um novo lockdown na China.
O petróleo Brent, referência para os papéis da Petrobras, era negociado na casa dos US$ 109 por barril enquanto o petróleo WTI, referência para os EUA, ficava na casa dos US$ 1035 por barril.
A incerteza derrubou o valor da commodity após a China anunciar um lockdown em Xangai, centro financeiro do país. A cidade irá passar por duas etapas para realizar testes de covid-19 durante o período de nove dias, após ter reportado um novo recorde diário de infecções assintomáticas.
“O fato de o governo de Xangai ter decretado um lockdown de duas fases devido à uma alta nas infecções pela covid afetou as expectativas sobre o crescimento econômico chinês, com reflexos sobre os preços dos combustíveis. Prova das incertezas do cenário à frente”, comentaram, em nota, analistas da Levante Investimentos.
O mercado também teme que o novo período de isolamento afete a demanda por petróleo, uma vez que a China é o maior importador mundial da commodity.
Vale lembrar que o preço do petróleo disparou na última semana reagindo ao conflito entre Rússia e Ucrânia. O Brent subiu 10,28% no período, enquanto o WTI registrou ganhos de 8,79%.
A queda afetou as ações das petroleiras brasileiras, em especial as Petrobras (PETR3/PETR4). Os papéis da estatal, que tem o segundo maior peso na bolsa brasileira, recuaram mais de 2%. As ações também reagiram a uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro na companhia. Perto do final do pregão, os veículos Veja e O Globo, noticiaram que Bolsonaro decidiu tirar o general Joaquim Luna do comando da companhia. Segundo a reportagem, o anúncio será feito nas próximas horas. O motivo da decisão seria a pressão que o governo sofre por conta do aumento dos combustíveis, que está em 33% nos últimos 12 meses.