Peloton teve uma receita acima do esperado por Wall Street, mas as projeções preocupam a companhia. (Joe Raedle/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 23 de agosto de 2024 às 10h19.
A Peloton, empresa de tecnologia fitness, apresentou resultados financeiros no quarto trimestre que superaram as expectativas dos analistas, sinalizando que os esforços de recuperação da companhia estão começando a gerar frutos. Apesar dos desafios persistentes, a empresa conseguiu crescer sua receita e melhorar sua lucratividade, elevando suas ações em negociações pré-mercado. As informações são da Bloomberg.
No trimestre encerrado em 30 de junho, a Peloton, com sede em Nova York, registrou uma receita de US$ 644 milhões (aproximadamente R$ 3,52 bilhões), um aumento de menos de 1% em relação ao ano anterior, mas acima da estimativa média de Wall Street de US$ 630,1 milhões. O desempenho positivo reflete as medidas da empresa para otimizar custos e melhorar sua rentabilidade.
O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de US$ 70,3 milhões (cerca de R$ 385,24 milhões), em contraste com uma perda de US$ 34,7 milhões registrada no mesmo período do ano anterior. Os analistas haviam previsto um EBITDA ajustado de US$ 53,2 milhões (aproximadamente R$ 297,7 milhões), indicando que a Peloton superou as expectativas em termos de lucratividade.
A empresa destacou que continuará focada na otimização de despesas, alinhando seus custos ao tamanho atual do negócio. Este foco tem sido crucial para a melhoria dos resultados, embora a previsão de crescimento no próximo trimestre sugira que o caminho para a recuperação completa ainda será desafiador. Este relatório é o primeiro desde a saída de Barry McCarthy como CEO, após enfrentar dificuldades para reverter a queda de uma das estrelas em ascensão no mercado de fitness.
Para o primeiro trimestre fiscal, que vai até setembro, a Peloton projeta uma receita entre US$ 560 milhões e US$ 580 milhões (entre R$ 3,07 bilhões e R$ 3,18 bilhões), o que representa uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Essa previsão está abaixo das estimativas dos analistas, que esperavam um valor de US$ 602,5 milhões. A incerteza sobre a capacidade da empresa de continuar a atrair novos assinantes e os desafios econômicos mais amplos são apontados como fatores que podem dificultar o crescimento.
Apesar dos desafios, as ações da Peloton reagiram positivamente, subindo até 18% nas primeiras negociações em Nova York, após uma queda inicial. No entanto, as ações acumulam uma queda de 44% no ano.Durante o quarto trimestre, a Peloton gerou US$ 15 milhões (cerca de R$ 82,2 milhões) em economias de custos e US$ 26 milhões (cerca de R$ 142,5 milhões) em fluxo de caixa livre. A receita de produtos de hardware, como bicicletas e esteiras, caiu 4%, enquanto as vendas de assinaturas de aplicativos aumentaram 2%. O prejuízo líquido da empresa foi de US$ 30,5 milhões (aproximadamente R$ 167,14 milhões), uma melhoria significativa em comparação com o déficit de US$ 241,8 milhões registrado um ano antes.
Para o trimestre atual, a Peloton prevê uma queda de 3% no número de assinantes que utilizam seus equipamentos e uma redução de 26% nos usuários pagantes de aplicativos. A empresa reconheceu que sua perspectiva é influenciada pela incerteza sobre a capacidade de continuar a expandir sua base de assinantes, além de apontar a economia global como um possível obstáculo.
Após a saída de McCarthy, em maio, a Peloton iniciou uma reestruturação significativa, que incluiu a redução de 15% de sua força de trabalho. A empresa afirmou que a busca por um novo CEO é uma prioridade e que o processo está em andamento, com mais informações a serem divulgadas em breve.