(Paul Weaver/SOPA Images/LightRocket via/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 6 de maio de 2022 às 07h05.
Última atualização em 6 de maio de 2022 às 07h15.
Bolsas internacionais recuam nesta sexta-feira, 6, com o pessimismo que tomou os investidores na véspera se estendendo para esta manhã. Inflação e aperto monetário dos Estados Unidos seguem no centro das preocupações do mercado. Embora o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, tenha descartado a hipótese de uma alta de juros mais intensa nas próximas reuniões, a maior parte das apostas (91,4%) são de uma elevação de 75 pontos base já em junho.
Os rendimentos do títulos americanos, que refletem a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos, voltam a subir nesta sexta. O rendimento do título com vencimento em 10 anos se estabelece acima de 3%, após ter superado a marca na véspera. Índices futuros de Wall Street, por outro lado, seguem em queda. Na véspera, o índice Nasdaq desabou 4,99%, com a reprecificação das ações de tecnologia em meio ao cenário de juros mais altos. O S&P 500 tombou 3,56% e o Ibovespa, no Brasil, 2,81%.
Nesta sexta, investidores aguardam a divulgação do relatório de empregos não agrícolas dos Estados Unidos, o payroll. Considerado o principal indicador do mercado de trabalho americano, o dado deve apontar para a criação de 391.000 postos de trabalho em abril contra 431.000 do mês anterior. Para a taxa de desemprego, a previsão é de queda de 3,6% para 3,5%. Números que indiquem um aquecimento ainda maior da oferta de empregos podem aumentar ainda mais os temores sobre a inflação e o aperto do Fed.
Além do payroll, investidores devem reagir à série de balanços do primeiro trimestre que saíram na última noite. O mais importante para a bolsa brasileira foi o da Petrobras. As ADRs da empresa, que tem a segunda maior participação do Ibovespa, salta cerca de 4% no pré-mercado americano. A valorização, se confirmada na B3, tem o potencial de impulsionar o índice no pregão de hoje.
A estatal teve lucro líquido de R$ 43,35 bilhões no primeiro trimestre, 41% superior ao trimestre anterior e acima do consenso da Bloomberg, que era de R$ 42,42 bilhões. O Ebitda ajustado, de R$ 77,7 bilhões e a receita de vendas, de R$ 141,64 bilhões também saíram levemente acima do projetado pelo mercado. Mas a cereja do bolo ficou com o anúncio dos dividendos, que ficou em R$ 3,715490 por ação da Petrobras.
Outro resultado bastante aguardado era o da Natura. A empresa apresentou piora em todas suas principais frentes operacionais em relação ao mesmo período do ano passado. Receita e Ebitda saíram mais baixos, enquanto o prejuízo disparou de R$ 155,4 milhões para R$ 643,1 milhões.
"Nosso desempenho reflete mudanças intencionais em andamento na Avon, como a simplificação do portfólio e a implementação do novo modelo comercial, assim como os impactos da guerra na Ucrânia, que se somou às pressões inflacionárias e afetou a demanda do consumidor, além dos efeitos remanescentes da pandemia de Covid-19", afirmou Roberto Marques, CEO do grupo e presidente executivo da Natura em carta sobre o resultado do primeiro trimestre.
Investidores também devem reagir neste pregão a outros balanços divulgados na noite de quinta-feira, 5. Entre eles, estão os do Bradesco, Unidas, Sequoia, Arezzo, Lojas Renner, C&A, Carrefour, Rumo, Engie, Alpargatas, 3Tentos, Fleury e Direcional.
Nesta sexta, dia que costuma ser o mais frio da temporada de balanços, somente duas empresas reportarão seus resultados: Sabesp e Porto Seguro. Ambos estão previstos para após o encerramento do pregão.
A Anatel informou na véspera ter aprovado a venda do controla da empresa de fibra ótica da Oi, a V.tal, para a Globenet, do BTG Pactual.