Petrobras (PETR4): analistas do Itaú BBA apontam possível projeção conservadora de produção no Plano Estratégico 24-28 (SOPA Images/Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 22 de março de 2024 às 16h21.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 16h47.
Não é novidade no mercado que a tese de investimentos na Petrobras (PETR4) tem se baseado nos dividendos robustos distribuídos nos últimos anos, fato que fez da estatal uma das maiores pagadoras do mundo. Mas desde que o excedente de R$ 43 bilhões foi destinado à reserva de capital, e o próprio presidente, Jean Paul Prates, falou sobre uma “postura mais cautelosa”, os proventos se tornaram uma incógnita aos investidores. Ainda assim, o Itaú BBA buscou analisar outras variáveis que possam fundamentar o investimento na companhia e elevou o preço-alvo das ações PETR4 – embora tenha mantido a recomendação neutra.
Considerando a produção prevista no Plano Estratégico 24-28, a equipe de analistas do banco, liderado por Monique Greco, aponta que os atuais níveis já superaram as previsões para os próximos dois anos. Isso, segundo eles, fez com que muitos investidores alegarem que a Petrobras está sendo “conservadora” em suas estimativas.
Diante disso, o relatório do BBA estudou cada um dos navios-plataforma que produz, armazena e transfere petróleo e gás (FPSOs) que entraram em operação a partir de 2010 e dados históricos da curva de produção de cada um deles. “Se os padrões que observamos para os FPSOs em operação forem replicáveis para os que entrarão em operação nos próximos anos, poderemos ver a materialização de uma produção maior do que a esperada”, dizem.
Segundo a análise feita pelo BBA, de fato há certo conservadorismo nas projeções da Petrobras. No curto prazo, a diferença não é tão acentuada com aproximadamente 100 mil barris por dia ao longo de 2024. Mas no longo, as estimativas dos analistas é de que a produção entregue poderá ser até aproximadamente 400 mil barris por dia superior às previsões divulgadas no Plano Estratégico.
Já que a tendência é de que os investidores se apoiem no rendimento dos dividendos ordinários para avaliar quão atrativo está em carregar as ações da Petrobras, foi pensando nessa diferença que os analistas buscaram mostrar o potencial de geração de caixa da empresa nos próximos anos. “Entretanto, no longo prazo existem riscos que não conseguimos capturar em nossas análises.”
Ainda que o relatório demonstre esse potencial de caixa – e quem sabe de lucro e, eventualmente de dividendos robustos –, os analistas do Itaú BBA reforçam que suas estimativas da produção podem ter sido um pouco mais otimistas para 2024 e 2025. “Dado que a previsão de produção da Petrobras considera incertezas que nossa abordagem determinística simplista não considera”, dizem. Diante disso, o banco elevou o preço-alvo de R$ 38 para R$ 43, um upside de 20%. No entanto, manteve a recomendação neutra para PETR4.