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Otimismo com bolsas emergentes aumenta, apesar dos alertas

Alguns operadores sinalizam ganhos excessivos nesses mercados, que crescem embalados com a perspectiva de estímulos na economia dos EUA

Bolsa de valores em Nova York (NYSE) (Mario Tama/Getty Images)

Bolsa de valores em Nova York (NYSE) (Mario Tama/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 14h56.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 23h21.

(Bloomberg) As bolsas de mercados emergentes bateram novos recordes esta semana, embaladas pelo otimismo em relação a estímulos econômicos adicionais nos EUA e uma postura mais branda do Federal Reserve (Fed), banco central americano. O avanço das ações ganha fôlego apesar de alguns indicadores técnicos mostrarem que um recuo já deveria ter acontecido.

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O MSCI Emerging Markets Index subiu mais de 9% este ano, estendendo para 88% os ganhos alcançados durante a recuperação desde o tombo provocado pelo coronavírus em março de 2020. Goldman Sachs, UBS Global Wealth Management e Wells Fargo Investment Institute se juntaram aos otimistas esta semana, divulgando projeções positivas para as ações de países em desenvolvimento.

“Com a chegada das vacinas somada ao estímulo fiscal e à política monetária flexível, o crescimento global deve melhorar e beneficiar economias emergentes”, disse Joshua Crabb, gestor sênior de recursos da Robeco, em Hong Kong, que supervisiona 186 bilhões de dólares. “Múltiplos mais baratos combinados com melhor crescimento, um banco central americano mais brando e um dólar mais fraco são bom presságio para os mercados emergentes ao longo de 2021".

Fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) que cobrem ativos de países em desenvolvimento registraram as maiores entradas em mais de um ano na semana passada. Os operadores de mercado aumentaram suas participações em 3,56 bilhões de dólares, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Entrou dinheiro nos ETFs de ações, mas os ETFs de renda fixa sofreram resgates. De modo geral, foi a 11ª semana consecutiva de entradas, elevando os ativos totais para 332,1 bilhões de dólares, sendo que a maior parte dos novos recursos foi destinada a China, Taiwan e Coreia do Sul.

Máximas históricas

As ações de mercados emergentes podem atingir novas “máximas históricas”, puxadas pela melhora dos lucros corporativos, afirmaram estrategistas do Goldman Sachs, incluindo Kamakshya Trivedi de Londres e Caesar Maasry de Nova York, em relatório divulgado esta semana. O banco de investimento aumentou o alvo para o índice MSCI em 12 meses de 1.375 para 1.450 pontos.

O indicador avançava 0,6% para 1.409,83 nesta quinta-feira, quando o índice de ações de referência de Taiwan subiu 2,2% e o Sensex da Índia ultrapassou a marca de 50.000 pontos pela primeira vez.

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Os lucros nos países em desenvolvimento podem aumentar 28% este ano, à medida que as empresas desses locais superam o ritmo da recuperação global, afirmou Solita Marcelli, da UBS Global Wealth Management em Nova York, em pesquisa divulgada esta semana.

Uma sondagem realizada pelo Bank of America junto a gestores de fundos em janeiro mostrou nível recorde de alocação desproporcionalmente maior em ações de mercados emergentes e dois terços dos investidores declarando que esta classe de ativos será a de melhor desempenho em 2021.

Apesar de todo o entusiasmo, há alguns sinais de alerta. O índice de força relativa em 14 dias do MSCI EM avançou para 83 na quinta-feira, marcando o 17º dia consecutivo acima do limite de 70 que sinaliza ganhos excessivos, na visão de alguns operadores. Paralelamente, o indicador Medo/Ganância da Bloomberg, que mede a disputa entre as forças de venda e compra, para o MSCI subiu para o nível mais alto desde outubro de 2011.

Mesmo reconhecendo que existem sinais de alerta, Crabb, da Robeco, segue confiante nas perspectivas de longo prazo. “Embora os mercados emergentes tenham disparado recentemente e possam passar por uma consolidação de curto prazo, o desconto das avaliações em relação aos mercados desenvolvidos ainda torna os emergentes atraentes”, disse ele.

Com a colaboração de Matt Turner

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