Redação Exame
Publicado em 21 de maio de 2024 às 08h53.
A farmacêutica AstraZeneca disse na terça-feira que planeja aumentar sua receita para US$ 80 bilhões até 2030 - um aumento de 75% em relação aos US$ 45,8 bilhões em 2023.
"Temos muita confiança nessa ambição de US$ 80 bilhões por causa do portfólio, da amplitude e da escala que vemos hoje", disse a diretora financeira da AstraZeneca, Aradhana Sarin, à CNBC, na terça-feira.
A AstraZeneca se concentrará em seus negócios de oncologia, produtos biofarmacêuticos e doenças raras e espera lançar mais 20 medicamentos nos próximos seis anos.Os planos da AstraZeneca incluem o desenvolvimento de medicamentos para tratar pelo menos metade dos cânceres em potencial e o desenvolvimento de alternativas aos tratamentos consolidados, como quimioterapia e radioterapia.
"Para que todo esse mercado seja substituído, levará tempo, mas acreditamos que hoje temos a tecnologia para começar a substituí-los", disse Sarin à CNBC.
Alguns tratamentos contra o câncer desenvolvidos pela AstraZeneca já foram aprovados pela FDA dos EUA, incluindo o medicamento Enhertu, desenvolvido com a fabricante japonesa Daiichi Sankyo, que visa tratar pacientes com câncer de mama.A AstraZeneca também anunciou a compra de algumas companhias do setor, como a Fusion Pharmaceuticals, que tem o foco no tratamento do câncer. A companhia revelou ainda planos para construir uma nova fábrica de medicamentos em Cingapura.
"Para nós, sem dúvida, essa já é uma era pós-Covid", disse a executiva. "Fizemos as vacinas na época da pandemia porque era uma crise de saúde pública. Porém, nunca foi nosso objetivo entrar no negócio das vacinas contra a Covid", falou.
Historicamente, a AstraZeneca sempre atuou mais nos campos da oncologia e cardiologia. Remédios para diabetes e problemas no metabolismo também devem ganhar a atenção da farmacêutica."Estamos analisando também remédios para tratar do controle de peso", revelou a executiva. No ano passado, a empresa fechou um acordo com a Eccogene, uma empresa do ramo em Xangai, para produzir um remédio para perda de peso, aumentando ainda mais a briga nesse setor - que é dominado atualmente pelo Wegovy e Ozempic, da Novo Nordisk, e Mounjaro, da Eli Lilly.