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Oracle adia projetos para OpenAI e puxa queda das 'techs' em Nova York

Na quarta, a Oracle já havia sofrido perdas na bolsa ao reportar um aumento substancial das despesas de capital que causou preocupação entre investidores

Oracle adiou as datas de conclusão de alguns projetos de data center para a OpenAI de 2027 para 2028, disseram pessoas familiarizadas com o projeto à Bloomberg (Cheng Xin/Getty Images)

Oracle adiou as datas de conclusão de alguns projetos de data center para a OpenAI de 2027 para 2028, disseram pessoas familiarizadas com o projeto à Bloomberg (Cheng Xin/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 14h05.

Última atualização em 12 de dezembro de 2025 às 14h07.

A Oracle adiou as datas de conclusão de alguns projetos de data center para a OpenAI de 2027 para 2028, disseram pessoas familiarizadas com o projeto à Bloomberg nesta sexta-feira, 12. Os atrasos são atribuídos principalmente à escassez de mão de obra e materiais.

Após a notícia, as ações da Oracle caíram até 6,5%. Às 13h50, os papéis da Oracle caíam 6%, cotados a US$ 186. Nvidia caía 2,7% e AMD perdia 5%. Enquanto isso, o Nasdaq, índice que concentra empresas de tecnologia, tinha queda de 1,8%.

Desde a assinatura do contrato, a Oracle tem se dedicado a cumprir um acordo de US$ 300 bilhões para fornecer a capacidade computacional necessária à OpenAI para treinar e operar seus modelos. Apesar dos atrasos, os prazos para os projetos nos EUA permanecem ambiciosos, segundo a publicação americana, ao visarem construir instalações que deverão se tornar algumas das maiores do mundo.

“Temos metas ambiciosas e alcançáveis para a entrega de capacidade global”, disse o co-CEO da Oracle, Clay Magouyrk, durante uma teleconferência sobre os resultados financeiros da empresa na quarta. Ele também destacou que o primeiro data center da empresa para a OpenAI, em Abilene, Texas, segue no cronograma, com mais de 96 mil chips da Nvidia já entregues.

Semana difícil para a Oracle

Na quarta-feira, 10, a Oracle anunciou que suas receitas trimestrais totalizaram US$ 16,1 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A receita do setor de nuvem cresceu 34%, mas o desempenho de sua infraestrutura de nuvem, voltada para empresas de inteligência artificial (IA), ficou abaixo das expectativas dos analistas, com US$ 4,1 bilhões.

A empresa também reportou um lucro operacional ajustado de US$ 6,7 bilhões, com aumento de 10%. No entanto, o aumento substancial das despesas de capital causou preocupação entre investidores. Durante o trimestre, a Oracle investiu cerca de US$ 12 bilhões, quase US$ 3,7 bilhões a mais do que o esperado. A previsão de gastos para o ano fiscal também foi elevada, com um aumento de US$ 15 bilhões em relação às estimativas anteriores.

O principal ponto de apreensão para os investidores é o elevado risco associado à expansão da Oracle. A empresa tem se endividado para financiar a construção de infraestrutura para IA. Recentemente, a Oracle vendeu US$ 18 bilhões em títulos e agora possui uma dívida total superior a US$ 100 bilhões. De acordo com as projeções, sua dívida ajustada pode mais que dobrar até 2028, ultrapassando os US$ 300 bilhões, o que aumenta a incerteza sobre a sustentabilidade financeira da companhia a longo prazo.

Embora a Oracle tenha contratos significativos no setor de IA, como o acordo com a OpenAI, a preocupação é que esses contratos envolvem pagamentos a longo prazo, o que pode retardar os retornos financeiros esperados. Essa incerteza contribuiu para uma queda de mais de 11% nas ações da Oracle após o fechamento do mercado, e a empresa perdeu mais de 30% de seu valor de mercado desde setembro.

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