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O plano da Reag para reerguer a GetNinjas (NINJ3)

Companhia estrutura frente de parcerias B2B para capturar parte do valor transacionado por meio da plataforma

Thiago Gramari, diretor de RI da GetNinjas: "O resultado do primeiro trimestre foi uma virada de chave, mas o melhor ainda está por vir" (GetNinjas/Divulgação)

Thiago Gramari, diretor de RI da GetNinjas: "O resultado do primeiro trimestre foi uma virada de chave, mas o melhor ainda está por vir" (GetNinjas/Divulgação)

Publicado em 18 de maio de 2024 às 07h00.

Última atualização em 20 de maio de 2024 às 12h29.

Com pouco mais de um semestre desde que assumiu o controle da GetNinjas (NINJ3), a gestora Reag vem buscando otimizar os processos dentro da companhia antes de acelerar em novos projetos para geração de valor. Os primeiros resultados já aparecem no resultado do primeiro trimestre, com redução de 13% das despesas administrativas e aumento de 5% na receita líquida para R$ 16,7 milhões. O lucro líquido foi de R$ 2,9 milhões no trimestre ante o prejuízo de R$ 2,1 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 4 milhões, R$ 1,2 milhão melhor na comparação anual. A transformação tem sido liderada por Leonardo Meneses, Head de Special Situations da Reag e atual CEO da GetNinjas. 

Thiago Gramari, diretor de RI da GetNinjas, explicou em entrevista à Exame Invest que dois fatores principais contribuíram para a melhora de resultado: a maior captação de prestadores de serviços e cortes de custos. "Revisamos todos os contratos e, quando possível, buscamos algum tipo de negociação. Tinha casos, por exemplo, que tínhamos mais licenças de uso de aplicativo do que funcionários para usá-las."

Além da revisão de contratos, a nova direção também enxugou o número total de colaboradores. Eram 139 no fim do primeiro trimestre, a menor quantidade, pelo menos, desde 2021 e 55 menor que no mesmo trimestre de 2023. As reduções, disse Gramari, já terminaram e, em breve, novas pessoas deverão ser admitidas. "Nem passa pela nossa cabeça realizar novos cortes."

Na frente de captação de prestadores de serviços, o diretor de RI afirma que o trabalho tem sido feito por meio da otimização de gastos com marketing. Esse custo cresceu 8% no trimestre, mas trouxe um retorno ainda maior, já que a companhia conseguiu aumentar os preços de sua plataforma crescendo também em número de prestadores de serviços. 

Em busca do GMV

O negócio da GetNinjas é fazer a conexão de prestadores de serviços com o cliente final. Pelo modelo atual, o prestador de serviço paga um valor para obter créditos que possibilitam o anúncio na plataforma. Só que não há a intermediação financeira, uma vez que, a partir da conexão entre o cliente e o prestador de serviço, a negociação é feita bilateralmente, sem a participação da GetNinjas. Todo o valor que poderia ser transacionado, portanto, não passa pela plataforma. O plano da diretoria é tentar preencher essa lacuna, internalizando parte do valor que gira dentro da GetNinjas.

Essa frente vem sendo estruturada por meio de parcerias, como as já feitas com a Suppo7, Repfy e Destrave. "Temos buscado parcerias B2B, já que essas empresas já têm o profissional, mas não têm a demanda. Então, fazemos o match", diz Gramari. Segundo o diretor da GetNinjas, essa área será complementar, com o anúncio presente na mesma plataforma. "Queremos reduzir o tempo de espera do cliente ao máximo possível." A expectativa é de que essa nova frente ganhe tração a partir dos próximos meses. "O resultado do primeiro trimestre foi uma virada de chave, mas o melhor ainda está por vir", afirma. 

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