Expectativa de corte de juros nos Estados Unidos anima o mercado asiático nesta segunda-feira, 16. (Jason Lee/Reuters)
Redator na Exame
Publicado em 16 de setembro de 2024 às 06h03.
O mercado asiático começou a semana com otimismo, impulsionado pela expectativa de um corte nas taxas de juros do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. A possibilidade de uma mudança na política monetária americana fez o iene japonês se valorizar, atingindo seu nível mais alto desde julho de 2023, enquanto o índice MSCI Asia Pacific apresentou alta de 0,5%. No entanto, o desempenho dos mercados foi misto, com as ações de Hong Kong apresentando queda após dados econômicos desfavoráveis da China, levantando dúvidas sobre possíveis estímulos econômicos para sustentar a economia do país. As informações são da Bloomberg.
Além da Ásia, o mercado europeu também iniciou a semana com movimentos tímidos. O índice Stoxx Europe 600, que mede o desempenho de empresas de grande capitalização da região, apresentou variações mínimas, assim como os futuros de índices americanos, como o S&P 500 e o Nasdaq 100.
A grande expectativa desta semana, tanto no mercado asiático quanto no ocidental, é em relação à reunião do Federal Reserve, que deve definir a política monetária para os próximos meses. Entre os investidores, há uma divisão quanto à intensidade do corte de juros esperado, variando entre 25 e 50 pontos base. Analistas do Edmond de Rothschild destacam que a incerteza sobre as intenções dos principais bancos centrais nunca foi tão alta, com o Fed enfrentando sinais de fraqueza econômica, ao mesmo tempo que a inflação se mantém resistente.
Outro destaque da semana é a política monetária do Japão. O Banco do Japão (BoJ) tem sido observado com atenção pelos mercados globais, principalmente após sua decisão anterior de elevar as taxas de juros, o que gerou instabilidade no mercado financeiro. Nesta nova reunião, espera-se que o banco central japonês mantenha as taxas inalteradas, mas os analistas aguardam por uma comunicação clara sobre os próximos passos da política monetária do país.
Enquanto isso, na China, a sequência de dados econômicos fracos, como a desaceleração da produção industrial e o aumento inesperado do desemprego, aumentam a especulação sobre um estímulo econômico mais agressivo por parte do governo. Embora medidas anteriores tenham sido insuficientes para sustentar o crescimento, os mercados aguardam com cautela uma possível intervenção mais robusta do Banco Popular da China.
No mercado de commodities, o ouro alcançou o valor recorde de US$ 2.584,52 (R$ 14378,72) por onça, refletindo o nervosismo dos investidores diante das incertezas econômicas globais. Já o petróleo Brent registrou uma leve alta de 0,8%, fechando a US$ 72,19 (R$ 401,62) por barril, após uma queda nas exportações da Líbia, que foi compensada pela preocupação com o desempenho econômico da China.
No setor de criptomoedas, o Bitcoin sofreu uma queda de 1,5%, sendo negociado a US$ 58.929,63 (R$ 327849,10), enquanto o Ether caiu 2,1%, valendo US$ 2.314,06 (R$ 12874,04). O mercado de criptomoedas segue altamente volátil, refletindo as incertezas macroeconômicas e as expectativas de mudanças na política monetária global.
A semana promete ser decisiva para o rumo das economias globais, com decisões importantes não apenas do Fed e do Banco do Japão, mas também do Brasil, Reino Unido, África do Sul e outros mercados. As expectativas estão altas, e qualquer mudança de direção nas políticas monetárias pode ter impactos significativos nos mercados de ações, moedas e commodities ao redor do mundo.