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Nvidia, relatório Jolts, Livro Bege, minério de ferro e petróleo: o que move o mercado

Após cair cerca de 5% na sessão anterior, o petróleo inverteu o sinal com informações que a Opep irá adiar o aumento de oferta da commodity para outubro

Radar: mercado acompanha queda de Nvidia nos EUA (I-HWA CHENG/Getty Images)

Radar: mercado acompanha queda de Nvidia nos EUA (I-HWA CHENG/Getty Images)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 08h57.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 08h59.

Os mercados internacionais operam em queda na manhã desta quarta-feira, 4. Nos Estados Unidos, os índices futuros recuam impactados pela queda acentuada de Nvidia na sessão anterior e novamente pelo temor de uma recessão por lá. De olho no cenário americano, as bolsas na Ásia fecharam com desvalorização. Na Europa, investidores repercutem dados mistos sobre a atividade local e as bolsas também caem.

Nvidia perde R$ 279 bilhões em valor de mercado

A Nvidia (NASDAQ: NVDA) perdeu, ontem, cerca de R$ 279 bilhões em valor de mercado após as ações tombarem 9,53%. O motivo foi a notícia que circulou ao redor do mundo sobre a investigação do Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos. Segundo a Bloomberg, a gigante de semicondutores foi alvo de uma intimação antitruste pelo governo americano. Hoje, no pré-mercado, às 8h04, a companhia recuava mais de 2%.

Relatório Jolts, Livro Bege, PMIs e CPI

O dia é marcado por uma agenda cheia de divulgação de indicadores ao redor do mundo, com destaque para o relatório de abertura de vagas (Jolts), às 11h, e o Livro Bege, documento do Fed que aponta as perspectivas econômicas do país, às 15h.

Pela manhã, a S&P Global divulgou os Índices de Gerentes de Compras (PMIs) composto da Alemanha, zona do euro e Reino Unido. Já a Eurostat, agência europeia de estatísticas, divulgou o Índice de Preços ao Produtor de junho (PPI) de julho da zona do euro. Na França, foi a vez da publicação do Índice de Preços ao Consumidor de junho (CPI, na sigla em inglês) dos países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na zona do euro, a inflação ao produtor ainda desacelera, mas de forma mais lenta. O PPI da zona do euro caiu 2,1% na comparação anual de julho. No mês anterior, o índice também recuou, mas de forma mais acelerada, em 3,2%. Analistas consultados pela FactSet previam declínio maior, de 2,5%.

Já nos países integrantes da OCDE, a inflação do consumidor caiu. O CPI da OCDE subiu 5,4% em julho, o que representa uma desaceleração ante avanço de 5,6% em junho. No G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, o CPI anual recuou de 7,1% em junho para 6,7% em julho. Apenas no G7, o CPI anual ficou estável em 2,7%.

No Reino Unido, o PMI mostra que a atividade britânica continua se expandindo. O PMI de serviços avançou de 52,5 em julho para 53,7 em agosto, acima da leitura preliminar e da projeção de analistas consultados pela FactSet, de 53,3 em ambos os casos. Já o PMI composto (que inclui também a indústria, além dos serviços), subiu de 52,8 para 53,8 no mesmo período, também superior à estimativa inicial, de 53,4.

Já o PMI de serviços da Alemanha caiu de 52,5 em julho para 51,2 em agosto, no menor nível em cinco meses. O dado ficou abaixo da estimativa preliminar e da projeção de analistas consultados pela FactSet, de 51,4 em ambos os casos. O PMI composto recuou de 49,1 para 48,4 no mesmo período, também na mínima em cinco meses. Os novos indicadores mostram um cenário de contração.

Por fim, o PMI composto da zona do euro subiu de 50,2 em julho para 51,0 em agosto, seu maior nível em três meses. O PMI de serviços de agosto avançou para 52,9, de 51,9 em julho, também o maior nível em três meses. Leituras acima de 50 indicam que a atividade se expande.

Confira o restante de indicadores para hoje:

  • 09h: Pesquisa Industrial Mensal de julho (IBGE) - Brasil
  • 09h30: Balança comercial de julho (Departamento do Comércio) - EUA
  • 10h: PMI composto de agosto (S&P Global) - Brasil
  • 11h: Encomendas à indústria de julho (Departamento do Comércio) - EUA
  • 11h: Relatório de abertura de vagas (Jolts) de julho (Departamento do Trabalho) - EUA
  • 14h30: Fluxo cambial semanal e IC-Br de agosto (Banco Central) - Brasil
  • 14h30: Plano Anual de Financiamento (Tesouro Nacional) - Brasil
  • 15h: Livro Bege (Fed) - EUA
  • 20h: PIB do segundo trimestre (BoK) - Coreia do Sul

Minério de ferro e petróleo

Pelo terceiro dia seguido, o minério de ferro fecha em forte queda forte. Hoje, a commodity recuou 3,09% na bolsa de Dalian, na China, cotado a US$ 96,87 por tonelada. Com o movimento, o minério de ferro já soma uma queda acumulada de mais de 11% em apenas três dias. Em Singapura, a desvalorização foi mais moderada, com a commodity em baixa de 0,32% cotado a US$ 93,10 por tonelada.

O movimento ocorre na esteira de dados recentes que mostraram que a atividade industrial da China em agosto caiu para uma mínima recorde de seis meses. Além disso, os preços de novos imóveis no país subiram em ritmo mais lento no mês passado, apesar do setor imobiliário ter recebido incentivos políticos de apoio.

Como a China é um dos maiores países importadores de minério de ferro, sua desaceleração pode implicar em uma menor demanda pelo produto, o que pressiona o preço.

Já o petróleo, após cair cerca de 5% na sessão anterior, reverteu o sinal e começou a subir nesta manhã, após informações de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) consideram adiar o aumento planejado da produção da commodity para outubro.

Além disso, na Líbia, as duas facções que disputam o controle do país chegaram a um acordo para nomear conjuntamente um presidente do Banco Central, de acordo com a Reuters, o que pode pôr fim à divergência que interrompeu a produção local de petróleo.

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