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Nova ameaça da China, tensão pré-Super Quarta e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais registram perdas de mais de 1%, com preocupações sobre superendividamento da Evergrande e cautela antes de reunião do Fed

Ações da Evergrande, empressa com US$ 300 bi de dívida, despenca 10% em Hong Kong | Foto Aly Song/Reuters (Aly Song/Reuters)

Ações da Evergrande, empressa com US$ 300 bi de dívida, despenca 10% em Hong Kong | Foto Aly Song/Reuters (Aly Song/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de setembro de 2021 às 07h11.

Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 07h18.

A semana inicia com o clima de aversão ao risco predominando no mercado internacional em meio a preocupações sobre possíveis consequências do superendividamento da chinesa Evergrande e à maior cautela antes da reunião do Federal Reserve (Fed), nesta quinta-feira, 20. 

Conta de US$ 300 bi

Em Hong Kong, o índice Hang Seng despencou 3,3% nesta madrugada, com as ações da Evergrande fechando em queda de 10,24%, após a Bloomberg noticiar que a empresa, com um passivo de 300 bilhões de dólares - o maior do mundo-, não pagará os juros de empréstimos bancários na próxima semana. De acordo com a agência, as autoridades locais estão trabalhando na reestruturação da dívida. 

Disse tapering?

Além da bomba-relógio chinesa, investidores temem que, nos Estados Unidos, o Fed dê mais um passo para a retirada de estímulos na reunião desta semana. Seu presidente, Jerome Powell, vem sinalizando que a redução dos 120 bilhões de dólares em compras de títulos mensais, o tapering, pode começar ainda em 2021. Depois da reunião de quarta, só restarão mais duas até o fim do ano. 

No mercado de futuros americano, o índice Dow Jones cai 1,54%, com o S&P 500 e o Nasdaq recuando pouco mais de 1%. Já na Europa, o Stoxx 600 tem seu pior desempenho desde julho, recuando cerca de 1,9%. Na Alemanha, onde dados de inflação surpreenderam para cima nesta madrugada, o índice Dax desaba mais de 2%.

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Sobe de escada, desce de elevador

O cenário negativo também se espalha para o mercado de commodities, com o minério de ferro voltando a fechar em queda. Com a China de feriado, coube à bolsa de Singapura registrar a queda de 12% do metal, que perdeu a faixa dos 100 dólares por tonelada. Como pano de fundo está a maior restrição sobre a produção de aço na China, visando reduzir os níveis de poluição.

A desvalorização do minério de ferro deve ter um peso importante sobre as ações da Vale (VALE3), que tem a maior participação do Ibovespa. Nos Estados Unidos, as ADRs da mineradora despencam 4% nesta manhã. 

A queda de 1,7% do petróleo brent nesta manhã tampouco deve contribuir para as ações da Petrobras (PETR3/PETR4), com o segundo maior peso do Ibovespa.

Manterá o "plano de voo"?

Por aqui, ainda segue no radar a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que terá início nesta terça-feira, 21, com decisão de juros prevista para quarta, 22, junto com a decisão do Fed. As expectativas para quarta é de que o Copom eleve a taxa de juros em 1 ponto percentual para 6,25% ao ano. Até a última semana, o mercado vinha apostando em uma alta de juros mais forte, mas o Banco Central sinalizou que irá manter o “plano de voo”. 

Adeus, ações da Hering

As ações da Hering (HGTX3) param de ser negociadas na B3 a partir desta segunda-feira, 20. Seus antigos acionistas passarão a ser acionistas da Soma (SOMA3), além de receber um pagamento de 9,5415 reais por ação, mas a Soma informou que ainda irá anunciar a data em que o pagamento será realizado. 

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