Bolsa: após rali, investidores devem se atentar aos principais dados da economia americana (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 07h14.
Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 10h35.
Os principais índices da Europa e os futuros americanos oscilam entre leves perdas e ganhos na manhã desta quarta-feira, 25, indicando alguma cautela após a euforia do dia anterior.
Motivados pela transição de governo nos Estados Unidos e pela possibilidade de um Tesouro americano mais expansionista, investidores levaram o Dow Jones a superar pela primeira vez a marca dos 30.000 pontos no último pregão. No Brasil, o Ibovespa alcançou o maior patamar desde fevereiro, se aproximando dos 110.000 pontos. Mas, a continuidade do rali deve depender de uma série de dados da maior economia do mundo, que serão divulgados ainda pela manhã. E a agenda está lotada.
Entre as principais divulgações está a primeira revisão do PIB americano do terceiro trimestre. Na primeira divulgação, o PIB teve crescimento de 33,1% em relação ao do segundo trimestre, quando houve uma queda brutal de 31,4%.
Apesar do forte crescimento observado no terceiro trimestre, o saldo seguirá negativo no ano mesmo se tamanho crescimento for confirmado. Isso porque já no primeiro trimestre do ano o PIB teve contração de 5%.
Além do PIB, os investidores devem se atentar aos pedidos semanais de seguro desemprego, que tiveram sua divulgação antecipada devido ao feriado de Ação de Graças, realizado na quinta-feira, 26.
Termômetro para avaliar os impactos de curto prazo da pandemia no mercado de trabalho, o número de pedidos voltou a subir na última semana, com as novas medidas de isolamento no país. Para hoje, a estimativa é de 730.000 pedidos, abaixo dos 742.000 da semana anterior, mas acima dos 711.000 da retrasada.
Também pela manhã serão divulgados os pedidos de bens duráveis e as vendas de casas novas referentes ao mês de outubro, que devem dar algumas pistas de como está o nível de consumo nos Estados Unidos. A expectativa é de que o setor imobiliário tenha continuado aquecido, com 970.000 imóveis vendidos ante 709.000 no mesmo período do ano passado. Para os pedidos de bens duráveis, as estimativas são de que o indicador mostre o sexto mês de recuperação, após fortes quedas observadas entre março e abril.
Já no fim do dia, por volta das 16h, o Fomc (equivalente ao Copom, no Brasil) irá divulgar a ata da última reunião sobre a taxa de juros americana, em que decidiram pela manutenção do intervalo entre 0% e 0,25%. Assim como a decisão, o documento não deve trazer grandes novidades, mas tem potencial de fazer preço, dependendo da interpretação do mercado.
No Brasil, a FGV irá divulgar a confiança do consumidor, enquanto o Banco Central irá apresentar os dados de investimentos estrangeiros diretos no país e as transações correntes. Embora não costumem ter impactos imediatos no mercado, os dados devem ser importantes para a elaboração de cenários por parte dos investidores e economistas.
No último pregão, o Ibovespa subiu 2,24% para 109.786,30 pontos, enquanto o dólar caiu 1,06% e encerrou sendo vendido a 5,3753 reais.
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