Europa enfrenta terceira onda da pandemia e mercados reagem (Paulo Whitaker/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 23 de março de 2021 às 07h10.
Última atualização em 23 de março de 2021 às 07h57.
Quadro geral do dia às 7h05:
As bolsas globais operam em queda nesta terça-feira, 23, com o avanço de uma terceira onda da pandemia atingindo a Europa e promovendo novos lockdowns no continente.
O índice pan-europeu STOXX600 recua após a chanceler Angela Merkel ter anunciado a extensão do confinamento até 18 de abril e apelado aos cidadãos para que fiquem em casa durante os cinco dias de recesso da Páscoa. O número de novos casos Covid-19 na França também cresceu, mesmo com o início de um terceiro lockdown em algumas regiões do país na última sexta-feira, 19.
Nos Estados Unidos, os índices futuros de ações negociam em queda nesta manhã, em um movimento de realização após baterem recordes no pregão da véspera. O mercado americano foi favorecido ontem pelo recuo do rendimento dos títulos americanos de 10 anos -- taxa usada como medida de expectativa para a inflação nos EUA. O movimento impulsionou as ações de tecnologia, levando o índice Nasdaq a uma alta de 1,23% ontem.
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Os ganhos nos EUA enfraqueceram os papéis de tecnologia na Ásia e mantiveram as bolsas do continente no terreno negativo nesta terça-feira, apesar da estreia da gigante chinesa de buscas Baidu no índice Hang Seng, de Hong Kong. A Baidu, que já é listada nos Estados Unidos, viu suas ações ficarem estáveis em seu primeiro pregão na bolsa asiática.
Veja abaixo os principais fatos desta terça-feira:
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulga hoje, às 8h, a ata da reunião que elevou a taxa básica de juros de 2% para 2,75% na última quarta-feira, 17. O Copom já indicou em comunicado que deve fazer um novo aumento da Selic também de 0,75 ponto percentual já no próximo encontro, em maio. Investidores devem ficar alertas a novas indicações do rumo da política econômica divulgados na ata.
Às 13h, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, farão sua primeira aparição conjunta perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Estados Unidos. O objetivo do encontro é discutir como o banco central americano e o Tesouro estão respondendo à pandemia.
Em comentários preparados publicados antes da audiência, Powell observou que a recuperação está ganhando força, antes de acrescentar que ainda há um longo caminho a percorrer. “A recuperação está longe de ser completa, então, no Fed, continuaremos a dar à economia o apoio de que ela precisa pelo tempo que for preciso”, afirmou em nota.
Os Estados Unidos divulgam às 11h o número de vendas de novas casas em fevereiro -- a estimativa é de 870 mil negócios contra 923 mil vendas em janeiro. Powell sinalizou que o Fed irá observar com lupa os dados de curto prazo da economia americana, então diversas divulgações consideradas secundárias passam a entrar no radar dos investidores.
No entanto, todas as atenções estão concentradas para o resultado de amanhã, em que será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. A expectativa é de manutenção da alta de 4,1% divulgada anteriormente.
O Ibovespa recuou 1,07% na segunda-feira, 22, repercutindo o avanço descontrolado da pandemia no país somado a uma aversão a risco no exterior após a demissão do presidente do banco central da Turquia.
Por aqui, o Brasil ultrapassou ontem a marca de 12 milhões de casos de Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Foram 1.383 novos óbitos, o que eleva o total de vítimas fatais da doença no país a 295.425.
No Brasil, a FGV divulga às 8h o índice de confiança do consumidor para março. Em fevereiro, o índice subiu 2,2 pontos, para 78 pontos, após quatro meses de perdas consecutivas.