Invest

No pior ano desde 2020, funcionários da Starbucks receberão apenas 60% do bônus

Novo CEO disse que "está claro" que a rede precisa mudar estratégia para reconquistar clientes

As vendas nas lojas caíram no último ano fiscal pela segunda vez desde 2009 (Jason Alden/Bloomberg)

As vendas nas lojas caíram no último ano fiscal pela segunda vez desde 2009 (Jason Alden/Bloomberg)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 27 de novembro de 2024 às 08h04.

O ano parece que não vai terminar bem para muitos funcionários da Starbucks. Segundo informações da Bloomberg, trabalhadores da rede de cafeterias irão receber apenas 60% de seus bônus devido ao fraco desempenho da companhia.

Os resultados mais fracos do que o esperado da empresa para o ano fiscal encerrado em 29 de setembro estão reduzindo o pagamento geral de muitos trabalhadores que atingiram suas metas pessoais.

Os bônus da maioria dos funcionários são calculados uniformemente com base no desempenho individual e nos resultados comerciais. Esse benefício normalmente é pago em dezembro. A parcela baseada no desempenho da empresa é calculada a partir da receita e do lucro operacional. A receita da Starbucks cresceu menos de 1% no ano fiscal mais recente, em comparação com aumentos de dois dígitos nos três anos anteriores. O lucro operacional consolidado caiu cerca de 8%.

Por que a Starbucks não teve números bons?

Os bônus reduzidos incorporam os problemas de vendas que a Starbucks experimentou neste ano, pois os clientes afetados pela inflação generalizada nos EUA reduziram suas idas às lojas ou acabaram pedindo itens mais baratos.

Muitos clientes também reclamaram de longos tempos de espera e pedidos errados. Além disso, como muitas grandes marcas dos EUA, a cafeteria foi atingida por boicotes devido à sua postura percebida sobre a guerra no Oriente Médio envolvendo Israel.

As vendas nas lojas caíram no último ano fiscal pela segunda vez desde 2009, sendo a outra em 2020, quando as restrições da Covid-19 mantiveram os clientes em casa. O novo CEO Brian Niccol está tentando reverter isso, prometendo tornar os cafés mais acolhedores, acelerar o serviço e equipar melhor os trabalhadores para fazerem suas tarefas. "Está claro que precisamos mudar fundamentalmente nossa estratégia para reconquistar clientes", disse Niccol na teleconferência de resultados do quarto trimestre da empresa. "Temos um plano claro e estamos agindo rapidamente para retornar a Starbucks ao crescimento."

Nos EUA, as metas de bônus variam de 5% do salário-base para trabalhadores comuns a 45% do salário-base para vice-presidentes seniores, de acordo com o documento obtido pela Bloomberg. O desempenho empresarial tem uma influência maior no pagamento para SVPs e acima, o que significa que seus bônus sofrerão um golpe maior.

A gerência não receberá aumentos por mérito, ao contrário dos trabalhadores em outras posições, de acordo com uma fonte à Bloomberg.

As ações da Starbucks subiram 6% neste ano até o início da semana, em comparação com um aumento de quase 26% para o Índice S&P 500.

Acompanhe tudo sobre:Starbucks

Mais de Invest

Dólar fecha em queda de 0,84% a R$ 6,0721 com atuação do BC e pacote fiscal

Alavancagem financeira: 3 pontos que o investidor precisa saber

Boletim Focus: o que é e como ler o relatório com as previsões do mercado

Entenda como funcionam os leilões do Banco Central no mercado de câmbio