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Nike supera expectativas de Wall Street no 2º trimestre com novo CEO no comando

Este é o primeiro trimestre após Elliott Hill assumir liderança com objetivo de reposicionar a marca no mercado global; ações sobem mais de 8% no pós-mercado

Nike apresenta resultados melhores sob gestão de novo CEO (Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images)

Nike apresenta resultados melhores sob gestão de novo CEO (Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 19h14.

A Nike divulgou nesta quinta-feira, 19, os resultados do segundo trimestre do ano fiscal de 2025, superando as expectativas de Wall Street, apesar de uma queda de 8% nas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. Este é o primeiro balanço sob a liderança de Elliott Hill, que assumiu o cargo de CEO em setembro.

A receita da empresa alcançou US$ 12,35 bilhões, superando a estimativa de US$ 12,13 bilhões, mas ainda abaixo dos US$ 13,39 bilhões registrados em 2022. O lucro líquido foi de US$ 1,16 bilhão, enquanto o lucro por ação ficou em US$ 0,78, superando a projeção de US$ 0,63, mas representando uma queda de 24% em relação ao ano anterior.

As vendas diretas da marca somaram US$ 5,0 bilhões, uma redução de 13%, impactadas por uma queda de 21% no segmento digital. A Converse, por sua vez, registrou receita de US$ 429 milhões, uma diminuição de 17%.

A margem bruta caiu para 43,6%, pressionada por maiores descontos e mudanças no mix de canais. Apesar disso, as despesas administrativas recuaram 3%, totalizando US$ 4,0 bilhões, enquanto os investimentos em marketing esportivo cresceram 1%.

Os estoques permaneceram estáveis em US$ 8,0 bilhões, e o caixa totalizou US$ 9,8 bilhões, reduzido por recompras de ações e pagamentos de dividendos. A empresa retornou US$ 1,6 bilhão aos acionistas, incluindo US$ 557 milhões em dividendos, que cresceram 7% em relação ao ano anterior.

Elliott Hill anunciou planos para reposicionar a marca, focando em devolver o esporte ao centro das operações da Nike. “Após 60 dias revigorantes com minha equipe, estamos tomando ações imediatas para reposicionar a empresa e voltar ao crescimento”, afirmou Hill. Uma das prioridades é ajustar o portfólio de produtos, reduzindo a oferta de modelos como Air Force 1s, Dunks e Air Jordan 1s, que perderam apelo devido ao excesso de oferta.

A estratégia de limitar a produção impactou não apenas a Nike, mas também parceiros como a Foot Locker, que apresentou resultados abaixo do esperado no período devido à menor demanda por produtos da marca, o que preocupou o CEO da revendedora.

Hill enfrenta outros desafios, como revitalizar o pipeline de inovações, reconstruir relações com varejistas e restaurar o moral da equipe após demissões e problemas culturais. Apesar disso, a Nike alcançou um marco significativo ao renovar seu contrato com a NFL até 2038, consolidando-se como fornecedora exclusiva de uniformes para as ligas NFL, MLB e NBA.

As ações da Nike subiam no pós-mercado, em alta de 8,32%. Apesar disso, os papéis acumulam queda de 29% no ano, segundo estimativas da Bloomberg.

A volta de Hill

Hill, de 60 anos, retornou à empresa para assumir o cargo de CEO após uma carreira de 32 anos, marcada por posições de liderança nas operações da Europa e América do Norte e pela expansão das marcas Nike e Jordan.

Hill iniciou sua trajetória na Nike como estagiário no departamento de vendas em 1988 e ocupou diversos cargos de destaque, culminando no posto de Presidente de Consumo e Mercado antes de se aposentar em 2020. Graduado pela Texas Christian University e Ohio University, o executivo tem experiência em finanças corporativas e estratégias comerciais. A nomeação do executivo ocorreu em um momento de desafios para a Nike, que continua a sofrer quedas nas vendas — e a buscar a reestruturação de seus negócios.

A Adidas, uma das maiores concorrentes da Nike, vem apresentando desempenho superior nas vendas.

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