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Netflix desaba 35% e perde mais de U$ 50 bi em valor de mercado

Empresa registrou primeira redução do número de assinantes em 10 anos; mercado esperava por crescimento de 2 milhões de usuários

Netflix: ações desabam após primeira queda do número de assinantes em uma década (Getty Images/Reprodução)

Netflix: ações desabam após primeira queda do número de assinantes em uma década (Getty Images/Reprodução)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 20 de abril de 2022 às 10h32.

Última atualização em 20 de abril de 2022 às 19h03.

As ações da Netflix apagaram mais de 50 bilhões em valor de mercado nesta quarta-feira, 20, recuando 35% na bolsa americana de tecnologia Nasdaq. As perdas tiveram início ainda no pós-mercado de terça-feira, 19, quando a divulgou seu balanço do primeiro trimestre. A queda é a maior já registrada pelas ações da companhia desde 2011, quando o papel fechou em queda de 35%. 

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A principal razão para o mau humor dos investidores foi a surpresa negativa com o número de assinantes da empresa. A Netflix perdeu 200 mil assinantes nos três primeiros meses de 2022 – a primeira baixa em uma década – enquanto analistas, em média, projetavam um ganho de mais de 2 milhões de usuários no período. 

“É um resultado muito abaixo da expectativa e, para o futuro, as perspectivas não são nada positivas, considerando perdas de usuários também nos próximos trimestres”, explicou Thiago Lobão, CEO da gestora Catarina Capital. A companhia prevê perder mais 2 milhões de assinantes já no segundo trimestre.

Nos primeiros meses de 2022, o resultado foi impactado pela saída da Rússia do serviço, que aumentou a baixa de usuários na Europa. Ainda assim, existem outros desafios estruturais que deixam os analistas céticos com os papéis da empresa e com o próprio setor.

“Um dos fatores que explica a queda é a inflação nos Estados Unidos, os clientes estão cortando bens não essenciais. Além disso existe a questão do compartilhamento de senha entre vários usuários, somado a um aumento da competição. Existem vários players importantes no setor como Disney Plus, Amazon Prime, AT&T, diversos operadores de serviço de assinatura de séries e filmes”, afirmou Bernardo Carneiro, analista de BDRs do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

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Outro fator que impactou a empresa foi a própria pandemia. Em um primeiro momento, o isolamento impulsionou os serviços da empresa, que agora sofrem com a reabertura das economias. 

"A pandemia praticamente acabou e as pessoas não estão permanecendo dentro de casa consumindo lazer. Considerando todo o cenário, nossa leitura é negativa para Netflix e também para o segmento de assinaturas como um todo”, argumentou Carneiro.

As ações da Netflix acumulam baixa de 62,5% no mercado americano em 2022. Já os BDRs da empresa negociados no Brasil (NFLX34), caíram 24% nesta quarta-feira e já recuam 69% no ano.

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