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Nemotron: Nvidia lança família de chips para IA aberta

Tecnologia busca atender governos e organizações interessadas em desenvolver sistemas alinhados às suas próprias regras, dados e valores

Nvidia: novo chip amplia domínio na empresa mais valiosa do mundo (Antonio Bordunovi/Getty Images)

Nvidia: novo chip amplia domínio na empresa mais valiosa do mundo (Antonio Bordunovi/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 19h16.

A Nvidia anunciou nesta segunda-feira o lançamento da família Nemotron 3, um conjunto de modelos, dados e bibliotecas de inteligência artificial (IA) de código aberto voltado ao desenvolvimento de sistemas de IA com agentes especializados. A iniciativa amplia a estratégia da empresa de consolidar um ecossistema aberto em meio à rápida evolução da IA generativa.

A nova família inclui três versões, Nemotron 3 Nano, Super e Ultra, baseadas em uma arquitetura híbrida que combina múltiplos especialistas de forma latente. Segundo a companhia, o objetivo é permitir a criação e a operação de sistemas multiagentes confiáveis em larga escala, capazes de executar tarefas complexas com menor custo computacional.

O lançamento ocorre em um momento em que empresas começam a migrar de chatbots baseados em um único modelo para arquiteturas colaborativas, nas quais diferentes agentes trabalham em conjunto. Esse movimento, no entanto, traz desafios como maior consumo de recursos, perda de contexto e dificuldades de controle e transparência. A Nvidia afirma que o Nemotron 3 foi projetado para enfrentar esses gargalos ao oferecer modelos mais eficientes e auditáveis.

“A inovação aberta é a base do progresso da inteligência artificial”, afirmou Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia. Segundo ele, a proposta do Nemotron é transformar tecnologias avançadas de IA em uma plataforma aberta, capaz de oferecer mais eficiência e previsibilidade aos desenvolvedores.

A família Nemotron também se conecta à estratégia de IA soberana da Nvidia, que busca atender governos e organizações interessadas em desenvolver sistemas alinhados às suas próprias regras, dados e valores. Países da Europa e da Ásia, como a Coreia do Sul, já vêm adotando modelos abertos como alternativa a soluções fechadas.

Grandes empresas globais estão entre os primeiros usuários da tecnologia. Accenture, Deloitte, EY, Oracle, Palantir, ServiceNow, Siemens, Synopsys e Zoom informaram que estão integrando modelos da família Nemotron para automatizar fluxos de trabalho em áreas como manufatura, cibersegurança, desenvolvimento de software, mídia e comunicações.

“A automação inteligente da ServiceNow, combinada com o Nemotron 3, estabelece um novo padrão de eficiência, velocidade e precisão”, disse Bill McDermott, presidente e CEO da ServiceNow, em nota.

Com a expansão dos sistemas multiagentes, cresce também a combinação entre modelos proprietários de ponta e modelos abertos mais baratos e customizáveis. A Nvidia aposta que o roteamento inteligente de tarefas entre essas soluções pode maximizar o desempenho e reduzir custos operacionais.

Startups também estão entre as principais beneficiárias da estratégia. Empresas apoiadas por fundos como General Catalyst, Mayfield e Sierra já testam o Nemotron 3 para criar equipes híbridas de colaboração entre humanos e IA.

“O Nemotron 3 dá aos fundadores uma vantagem inicial para criar aplicações de IA com agentes e escalar rapidamente”, afirmou Navin Chaddha, sócio-gerente da Mayfield.

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